Fragmentos de Pessoa

A gente lê Pessoa

e pensa em descrevê-lo:

pegar na meada e no novelo

e, se não encontra pontas, retorcê-lo;

ousar até pensar esquecê-lo

ou desfazê-lo em pedaços por Lisboa…

mas não resulta coisa boa

por se tratar de Pessoa.

A gente, por ser pessoa,

nunca pensa em como sê-lo,

julga sempre percebê-lo,

por papel, destino e selo:

mas quer eu, tu ou Pessoa,

quer no Porto ou em Lisboa...

somos só

as pontinhas do novelo.

tripeiras e alfacinhas

bem atadinhas com zelo

vai de juntar as pontinhas

para enredar mais o novelo

sfich e Sterea
Enviado por sfich em 15/08/2016
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