PRAZER EM VERSOS
Traz teus versos mais ardentes
Tua inspiração mais aflorada
Mistura nos meus incandescentes
Ébrios de poesia sob a lua prateada
Entrego-te as minhas poesias
Boemias mescladas com as suas
Viço transcritos em ousadias
Dádiva de mente e pele nuas
Recebo jubiloso com incontida avidez
Teus versos despidos de pejo
Rabisco os meus em tua ávida nudez
Rebuscados num colar de beijo
Entre nós se desfez as estremas
Senti suas mãos em minha ilharga
Desejo saborear os seus floemas
Licor agridoce, que seduz, embriaga
Os versos nos unem e o desejo pune
Pela distância que nos separa
Mas o poema fortemente une
Como se lhe tocasse com tesa vara
A distância nos impede por ora
Uni e puni nesse doce absinto
O tesão vigora vem e aflora
Imaginando, eu quase te sinto
O teu sentir me faz vibrar
A fantasia se faz intensa
Faz a boca salivar
E a vontade mais propensa
Sinta-me nas entrelinhas
Saboreie o meu manjar
Una sua gala com a minha
Nesse reentrante gozar
Um calor... um tesão latejado
Parece que inalo tua feminilidade
Tua ilharga branca invado
Corcel negro em tesa virilidade
Em uma flama de latejos
Ardentes trocas de carícias
Na supremacia dos desejos
Dei a ti as minhas primícias
Em suas entrelinhas me alinho
Me aconchego nos teus desvãos
Sinta meu ardoroso carinho
Nesses versos à quatro mãos!