O espelho de Narciso - Izaías Correia e Haverá sempre... - Giovânia Correia

O espelho de Narciso

Izaías Correia

Sentir a pele transpirar,

dentro de uma imagem singular.

Com olhos cegos para um mundo multicor.

Peito fechado, mas aberto ao próprio amor.

Travar uma luta desigual,

contra uma imagem não fatal.

Com olhos vesgos sufocados pela crista

e um sentimento turvo e intimista.

É sentir a própria devoção.

E ao mundo toda aversão.

Mas se o planeta sucumbir.

Solidão então irá sentir.

Um mirar perplexo no espelho,

vendo o mundo ficar de joelhos.

É um grão de areia separado pelo vento.

e pelas dunas não guardar um sentimento.

Nenhum sentido no mirar,

que possa ao mundo se curvar.

É só uma imagem no espelho incolor.

Peito fechado, mas aberto ao desamor.

É sentir o próprio coração.

Pulsar sem encontrar a união.

Mas se o planeta explodir.

Solidão então irá sentir.

Haverá sempre...

Giovânia Correia

Haverá sempre um narcisista.

Neste mundo a divagar...

E os seus mais profundos anseios.

Irão sempre nos chocar.

Viajando em suas plagas.

Percorre suas próprias dimensões.

O narcisista é o tema.

Das mais complexas e belas canções...

Os seus versos sobressaem.

As mais insanas inspirações.

Pois o narciso sempre contagia.

Com suas fortes emoções.

Por mais que o elogiemos.

Nunca o iremos agradar.

E por mais que imaginemos.

Nada a ele se igualará.

Insano?Talvez não o seja, ou seja...

Uma visão diferente ele por fim pode ter.

Pois possui uma forte originalidade...

Bem aparente em seu ser.

Questioná-lo por que?

Quem deveria ousar?

Haverá sempre um narciso.

A cada novo despertar...

Mesmo tendo ao mundo tanta aversão.

Pois fechado está em sua devoção.

O narciso guarda alguns receios...

Que vão de encontro aos seus anseios...

Teme por fim a solidão.

Se o mundo se perder em sua imensidão.

Giovânia Correia
Enviado por Giovânia Correia em 12/02/2008
Reeditado em 12/02/2008
Código do texto: T856298
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