O grito!
O grito!
Hoje pela manhã senti a casa silente...sobre o móvel
do telefone um recado em pedaço de papel, rabiscado
palavras que não entendi, as chaves do automóvel
já não estavam no costumeiro local, vi terem tirado.
O som calado, a sonata adormecida...na mesa encontrei
Seu retrato caído, deitado sobre a mesa solitária, inerte
Senti vontade de chorar,mas me segurei e relembrei
Do dia que me disseste que tinha acontecido um flerte
Senti a dor da morte invadindo minha alma abatida
E a certeza de que não irias voltar, me fez desabar
Coração com batidas fortes, decretava a despedida
Não contive as lágrimas e o grito não pude abafar
Foi então que percebi, que se iniciava meu triste fim
Letras em um papel qualquer, anunciava a sua partida
O chão se abria e eu me contorcia, gritando pra mim
Vou sobreviver, com ou sem você na estrada da vida!
Jane Rossi e Marta Peres