Uma triste canção/ José Aparecido Botacini

Uma triste canção

José Aparecido Botacini &

Zanna Santos

Tal e qual o som melodioso do violino,

Que pelo maestro é divinamente regido,

Enfatiza em seus acordes doloridos

Os anseios do meu coração sofrido...

Melancólicos acordes fluem de ti,

Esses, que agudamente se fazem reproduzir!

Proponho-te que na harmonia do meu corpo,

Teu corpo se revele a própria orquestra de Tom Jobim

Arderei como fogo que me enlouquece,

Ao recordar do perfume que embriaga,

Buscarei no teu olhar puro e sincero,

A bonança que há tanto tempo espero.

Acesa se conserva a chama,

E na minha pele o mesmo aroma;

Porem meu olhar, já cansado de esperar,

Em triste solidão se afunda.

Sou o Morfeu do teu sono a te embalar,

Ti fazendo sonhar, sonhos coloridos,

Apimentados, porem doces como o mel.

Oh! doce Morfeu,

Quero de a tua pele o transpirar,

O fulgor que vai alem do sonhar.

Revelando-te no meu âmago o segredo.

Tornar-me-ei a mulher dos teus apelos.

Teus segredos estarão bem guardados

Aprisionados nas grades do meu coração,

Tomarei para mim a sua dor, curarei sua ferida

E cantarei pra você uma linda canção.

Canta, oh amado meu, acalmando meu coração,

Sonhar já não me basta,

É preciso amar e ser amada

Vou ti levar eternamente em meus pensamentos

Mortificado por não poder correspondê-la

Mas para sempre carregarei em minha memória

As lembranças deste amor que fará parte da nossa história.

Brindarei então ao que não foi;

Viverei a espera daquilo que nunca será,

Tomarei por muleta a esperança,

E assim será o meu caminhar.