Segredos (Dueto: Carol & Rui)

desvendou-me desejos

entrelinhados

em poesias e formas

ensimesmados de tons

escreveu em minhas costas, nuca e barriga

um poema só meu

poeta sem rima

sem utilizar pena ou mãos

mas, fazendo-se sol nascente

não desvendou segredos

de obscura sombra lunar

em lado oponente

que em velado estado latente

dormitou, deixando-se expor sua luz

à junção do brilho total

à espera d’algum eclipse

há nova fase a se iniciar

e ciclicamente

renovam-se meus segredos

Carol Schneider

Desejos a revelar

Explícitos, implícitos no olhar

Nas formas nos poemas

De tons vários a calhar

Em seu dorso compus

Um poema escultural

E sem rima nem mãos finas

Deixei alto seu astral

De mulher incandescente

Segredos não se desvendam

E de amante a oponente

Descubro seu estado latente

Sonolento, trago-o à luz

Descubro total brilho eminente

Como misteriosa donzela

Em ciclos se desenvolve

E no próximo nos prove

Que mais segredos são só dela.