As Revoltas de Escravos na Roma Antiga

Sinopse
O tema central do presente estudo é o significado das rebeliões de escravos para a sociedade romana dos séculos II a.C. a I d.C. Na conjuntura de crise da República Romana eclodiram grandes revoltas lideradas por grupos de escravos que portavam armas, mas que tiveram a participação majoritária dos escravos rurais dos ergástulos, num período de grande afluxo de cativos para os domínios romanos. Na Sicília estourou a Primeira Guerra Servil, que teve como líder um escravo doméstico chamado Euno. Tanto nesta rebelião quanto na famosa Revolta de Espártaco, os líderes dos movimentos eram, ao mesmo tempo, chefes políticos, militares e religiosos, cumprindo a religião o papel de um programa, sendo um fator de coesão dos grupos. A mobilização dos escravos antigos atingiu o seu nível máximo nestas insurreições, impactando a classe senhorial, forçada a rever algumas de suas práticas, regulando-se as relações entre senhores privados e escravos através do Estado, em especial no regime do Principado, que concedeu alguns direitos sociais aos trabalhadores escravizados da Itália e das províncias. No entanto, a maior conquista dos escravos rebeldes foi no plano simbólico. Assim, as revoltas produziram uma fissura no discurso ideológico dominante, forçando a classe senhorial a criar e articular novas formas de dominação político-ideológica sobre os subalternos, tendo sido o paradigma escravista republicano superado e substituído por novos discursos e paradigmas.
Autor:
Rafael Rossi
Formato:
pdf
Tamanho:
1 MB
Ano:
2011
Enviado por:
Rafael Rossi
Enviado em:
03/06/2011