Visão de uma gestação sagrada

Visão de uma gestação sagrada

Como nasce um escritor (a)?

Oxalá o escritor que mora em mim nasça saudável um dia, numa noite de lua cheia, com uma única pretensão e certeza: ele fará bem a minha humanidade.

Quero, como cristão que participa de uma missa, já havendo feito o sinal da cruz, acusar-me e reconhecer que sou pecador, para ter plena comunhão com o meu misericordioso Eu - lírico.

E o meu pecado é a preguiça de não colaborar muito com a gestação do escritor que em mim habita, deixo-o confinado como um animal ao seu habitat, pois sou biólogo naturalista e defensor do parto natural.

Não quero forçar nem me apressar, porque tenho medo que ele nasça prematuro ou com alguma anomalia.

Não obstante nem distante desta minha preocupação, o escritor como ser vivo deve se movimentar, exercitar-se como um atleta.

Quem é a mãe de todo futuro ou presente escritor? E digo futuro e presente porque escritor não tem passado, pois como Deus, Ele é eterno no mundo que criou e vive, pois a palavra sendo boa ou má, eterniza o escritor com notoriedade ou vulgaridade.

A inspiradora mãe de todo o escritor são as estórias e também a história, transmitida na forma oral ou escrita.

E que fique bem claro, nesse sagrado mundo da boa literatura, não existe bebê de proveta.