Pira de sacrifícios
Não há estrelas que não chorem comigo esta noite,
não há mais dias que eu queira amanhecer...
Atracada nesse porto
donde não posso mais ver as calmarias da face espelhada do oceano...
Cá onde a brisa chega fria...e não tenho beijos de luar...a fumaça engoliu os meus raios prateados...os astros e suas caudas brilhantes...
morro a míngua sem provar
os primeiros raios de sol...sem as linhas quebradas dos arranha-céus...
Tombo solene na terra úmida...pelo orvalho das manhãs solitárias...
não me verão as estrelas do amanhã...
não sibilarão nos meus ouvidos os navios que partem sem despedida...
Há festejos de anjos...
e castigos pronto na pira
de sacrifícios...
selo meu coração nas minhas poesias que transcrevo em meu diário
de confissões secretas...
Fecho as portas da saudade que açoita minhas
lembranças tortas...
e sonho com a eternidade...