O pior dia da minha vida...

Há um ano atrás passei por uma situação muito triste e complicada. Meu marido fez uma nefrectomia devido a um carcinoma renal. Na mesma época, minha mãe, que morava comigo há 12 anos, estava no CTI de outro hospital. Todos os dias ia visitá-la, no horário marcado. Ficava triste vendo-a naquele estado, sem falar comigo, entubada, era um sofrimento grande. No dia 30 de agosto meu marido foi operado e não pude ir vê-la. Graças ao bom Deus tudo correu bem , minhas irmãs me deram notícias da mamãe e fiquei rezando pra chegar o dia seguinte e poder visitá-la. Naquele dia, deixei um momento meu marido no hospital e corri para estar com ela. Conversei,disse que a amava, mas ela não me respondia nada. Saí muito mal de lá, mas tinha esperança dela melhorar. Cheguei no hospital onde ele estava por volta de dezoito e trinta mais ou menos e fiquei ali quietinha enquanto ele dormia, às vezes me pedia alguma coisa ou sorria. De repente o telefone tocou era minha irmã me avisando do falecimento da minha mãe. Ele parece que percebeu e eu não sabia o que fazer. Então ele me disse: - Vai, você precisa preparar o enterro da sua mãe, infelizmente eu não vou poder estar ao seu lado... e chorou. Abraçada a ele e chorando me afastei. Andando pelo corredor estava atônita, não sabia o que fazer. Dirigi-me a enfermagem e relatei o acontecido e pedi a eles que olhassem pelo meu marido. Todos choraram ao ver o meu estado. Do lado de fora do hospital recebi um telefonema da minha cunhada que me pedia para esperá-la que ela ia me buscar. Foi Deus! Eu chorei e agradeci. Voltei rápido ao quarto em que ele estava e avisei-o que não estava sozinha, ele ficou mais aliviado. No dia seguinte enterrei a minha mãe e praticamente o dia todo ele ficou sem companhia. Foi o pior dia da minha vida! À noite fui para o hospital e ele já estava de alta. Meu genro e meu irmão que havia chegado de Porto Alegre me acompanharam, pois minha filha também estava doente. Hoje, meu marido está com um nódulo no pulmão, estamos passando momentos difíceis, muito tensos. Tudo indica que ele será operado novamente, mas ainda existe a possibilidade de não precisar fazer. Este último exame vai confirmar. Depois de um ano, as indas e vindas aos médicos viraram rotina novamente. Só me resta pedir a Deus que tenha piedade e, que se for de sua vontade, não permita que ele seja operado. Estou frágil e cansada, só Deus pode me dar forças para aguentar tanta pancada e poder ajudá-lo. Mas, sinceramente, estou com medo e sozinha outra vez... que Deus tenha misericórdia de nós...