A fraqueza dos que hoje pensam.

Como pode ser fraca a arma mais poderosa que possuímos? Sendo a defesa maior de que dispõe o ser humano, o pensamento: muitas frases mudaram o mundo. Entretanto quantas frases novas têm surgido hoje, neste escuro universo das idéias? São densas as trevas que cobrem as cabeças racionais!

É uma incoerência a afirmação de que, só os mortos tenham razão, e, por isso, a força do discurso para convencer os vivos. A humanidade vive e revive as frases feitas há milênios como se estas fossem realmente verdades imutáveis. Admito que se pode Reescrever algumas idéias, porém, nunca na essência total para o que foi intencionada no passado remoto. Entretanto, é tola a idéia de que os homens em geral avançaram, prosperaram no campo mental filosófico. Quantos séculos foram preciso para surgir um outro gênio do quilate de Heráclito? Digo isto porque, depois dele, a partir dele até Nietzsche, não surgiu nenhum homem honesto. Só veio à existência uma nova luz com a sua auto-apresentação no cenário sombrio das idéias. “Nietzsche” o mais honesto de todos os homens, de todos gênios, o maior profeta-poeta-filósofo de todos os tempos, o único que até hoje continua extemporâneo.

Os que existiram entre os dois, estão mortos e enterrados no meio dos dois extremos. Não há espaço para suas idéias ultrapassadas. Estes pregadores arcaicos do medo, que sussurravam as primeiras sílabas da profética soberana luz da filosofia; quando de longe vislumbravam a face desta ninfa de cristal, quando ensaiavam os primeiro passos nesta estrada infinita do conhecimento superior! Estes, portanto, não reclamam hoje a autoria e a honra eterna de suas obras inacabadas, dos seus rascunhos mentais. Além do mais, com algumas exceções, eram de fato, bonachões, profetas cabeçudos, embriagados com vinho novo, mal fermentado; empanturrados com as iguarias dos teólogos mau-caráter que dominavam súditos e débeis reis! A exemplo de Aristóteles, os mais venerado por teólogos e clérigos cegos que guiavam uma humanidade de aleijados mentais...

Hoje estes não passam de tenores mudos, que distraem crianças com suas mímicas mal feitas, ou nas melhores das hipóteses, conseguem conduzir os velhos atrofiados mentais para um poço sem fundo, para um abismo de insalubridade mental.

Estes são os filósofos da idade da pedra, os bárbaros medievais, que usavam escudos imensos e espadas que não davam conta de carregar; a exemplo de Platão e seus críticos, que sorrateiramente introduziram suas doutrinas, e suas idéias irresponsáveis; sobretudo, Platão o criador do mundo invisível, o dono da doutrina poeirenta da transmigração da alma. Ensino que na verdade, não é só dele, esta bestial idéia, ele apenas organizou a pedido dos clérigos da pré-religião. Foi, sobretudo, um plagiador dos teólogos corruptos que usavam como arma psicológica o medo mórbido do inferno de fogo, e do hades para converter os decadentes, e usurpar seus bens em troca de um quinhão melhor no além, no paraíso celestial, nas esferas espirituais da boa venturança. Idéias essas que os fracos compraram com uma facilidade mordaz, com um apetite voraz, como única e melhor opção de prazer eterno. Com uma atitude irresponsável, desprovida da mínima curiosidade de raciocínio e lucidez moral; e de inteligência racional. Estes criadores de mitos e de crenças tosca arbitrária, e contraria a justa e inescusável natureza. É, portanto, Platão, o mais vil de todos os nazistas, o pregador da morte como descanso da incapacidade, ou como prêmio para o fracasso, e como recompensa pela frustração dos objetivos não alcançados, então ofereceu seu reino de supremacia do espírito, da decadência física da carne que é deveras a perfeição da natureza.

Nem um homem em sã consciência optará por um mundo inexistente, pela dúvida do além túmulo. Somos o todo que há, somos a soma de todos os lados do universo, não existe vida depois do horizonte, depois de baixar o pano do teatro da carne e do sangue. Nem matéria no buraco negro que nos espera. Não percamos tempo em conjecturas, e indagações sobrenaturais, ou com algo semelhante, vivamos a vida que está no sangue, que pulsa em nosso corpo vivo; na força do vir a ser, do devir, do existir. Todo labutar físico será em vão, se enveredarmos pelo caminho obscuro da ilusão, da incerteza eterna, da vitória do não ser; contra o ser vivo. Não gaste seu tempo precioso com reflexões sobre metafísica, nem em analisar crenças inócuas, nem tampouco dê ouvidos aos discursos delinqüentes da fé do porvir, da ociosidade da alma. Digamos não para estes filisteus da consciência, da sabedoria irrefutável.

E lamentável para mim e para os meus pares, estes rumores de que a humanidade tenha avançado, prosperado mental e culturalmente falando; não concebo esta idéia, de que se estude hoje nas melhores escolas, o arcaico Aristóteles, Platão, Kant, Goethe, Maquiavel, Descartes e seus associados mentais, e isso apresentado como filosofia imutável. E mais, na arte, que se difundam os poetas do medo, os pastores da corrupção moral, que foram infectados pelos teólogos das trevas da ignorância, no entanto, embora seja fato que, estes fantasmas vivam na maioria dos corredores intelectuais atuais, nos viciados no ópio que alucina os nômades tribais, aborígines sem consciência do tempo e de espaço.

Graças ao poder da livre leitura, da observação minuciosa dos mestres autodidatas, temos à vista não muito longe, pontos de luz no fim do túnel, neste abismo de incoerência, nesta disputa que tornam muitos homens de potencial em bestas quadradas e obtusas, que por não compreenderem os fatos, por não ouvirem os berros roucos da racionalidade, migram para as tribos dos canibais que se alimentam com a carne dos seus próprios corpos mentais...

Diria um homem comum, da casta dos decadentes, dos fracos, dos que acham que já chegamos ao fim da linha, do raciocínio, que somos fortes e capazes, que tudo que foi dito está dito sem contradição lógica. Engana-se cabeça oca. Os homens não sabem se quer por que são homens, ou se são homens, não começaram nem a perceber que são racionais. Isto é notório a qualquer criatura, por exemplo: quando surge um enviado, um extraterrestre ou um profeta com novidades, que na verdade nos trazem coisas óbvias a qualquer ser pensante, são apedrejados por difundir o desejo inerente a todos, a liberdade. Lembra de Galileu?

São deveras brutos incapazes de olhar além do alcance dos olhos, à luz da consciência. Eu ataco, portanto, tudo que se define, ou que foi definido por alguém, tudo de concreto, terminado acabado, de imutável, segundo os que lhes deram à luz, à vida. Pois para mim não existe fim da folha em branco, ou escassez de pensamento. “Meu paraíso está sobre a sombra da minha espada” Minha caneta. Não peço, portanto, desculpas se incomodo aos homens fracos, pois suas opiniões não me interessam. Só uma coisa é imutável, homem! Sou dono do meu destino, faço o meu caminho e trilho nos trilhos fixos do meu universo. Não quero nem peço que me escutem, nem que me respeitem, só vivo e respiro a rebeldia salutar para o meu existir, hábito nas alturas da inteligência que a maioria dos homens ignora, desconhece. Entretanto, deixo-lhes uma frase do mestre dos mestres: “só existe uma verdade, a minha e a tua meu irmão” Vou, além disso, só há uma verdade: o poder e a força para dizer não para todos que anunciaram suas verdades. Inclusive a sua própria!

Tudo pode migrar de um ponto para outro, tudo pode convergir, se transformar! “A vida não é injusta, o homem sim”!

Entre os músculos de Platão, e a loucura consciente de Nietzsche, fico com a minha inquieta lucidez!

Um pouco mais pretensioso que veraz!

Evan do Carmo
Enviado por Evan do Carmo em 27/12/2008
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