Renascimento Mágicko (1)

Antes de mais nada, para não nos estendermos a períodos muito remotos na história do misticismo – mesmo porque a finalidade básica deste ensaio é identificar as causas que fizeram ressurgir mais especificamente em nossa época, o interesse das pessoas pelo Oculto. Assim sendo, acreditamos que podemos delimitar o inicio do reavivamento mágico à partir do século XVII. Na Alemanha, onde em 1614 veio à tona os misteriosos manifestos Rosacruzes. Ordem que até então fora conservada secreta, e atuara ocultamente durante séculos, com seu corpo de iniciados.

O Fama Fraternitatis (1614) primeiro dos manifestos revelados pela Ordem Rosacruz, foi logo sucedido por outros dois de igual importância naquilo que representaria no futuro o estopim do reavivamento místico; o Confessio Fraternitatis (1615) e o Casamento Alquímico de Christian Rosenkreutz (1616).

A febre popular que ocorreu na época, onde pessoas de todos os níveis sócio-culturais procuravam estar filiadas ou afiliarem-se a círculos ocultistas e esotéricos, maçonarias etc deveu-se principalmente à divulgação destes três manifestos.

Atualmente podemos perceber que a “febre” avassaladora que consumiu parte daquela sociedade em sua busca por iluminismo místico chegou até nossos dias como um rastilho de pólvora, atingindo as pessoas mais perceptivas e sensíveis com o germe do Conhecimento Arcano. Principalmente com a mudança do eixo astrológico zodiacal, que oscilou da casa de Peixes para a de Aquário, cuja característica é a coletividade, denotando de per si que as pessoas precisam trabalhar juntas, evoluir juntas, para atingir a Consciência Cósmica! “É chegado o Éon de Hórus” – Anuncia Aleister Crowley referindo-se ao advento da Nova Era e isto nos lembra que haverá mudanças; é hora de por vinho novo em odres novos, adaptar, transmutar – Solve et Coagula! Preconiza a antiga fórmula alquímica, mas seu escopo não é mais transformar chumbo em ouro e sim a consciência humana, o Self. O que nos remete ao Templo de Apolo em Delphos, onde estava gravada a máxima: “Homem Conhece-te a ti Mesmo”.

Em 1890, o Dr. Franz Hartmann em um esforço para delinear a Ordem Rosacruz cita a figura de um monge, Frater Christian Rosenkreutz - que chamaremos tão-somente de FRC, descrito no antigo manifesto rosacruciano como um padre piedoso, espiritual e altamente iluminado... Dizem que ele era um homem gentil, educado em um convento e que, muito antes da reforma, havia feito a sua peregrinação para a Terra Santa em companhia de outro irmão desse convento, quando em Damasco foram iniciados por alguns sábios árabes nos mistérios da Ciência Secreta. Eles permaneceram nessa cidade durante três anos e depois seguiram para Fez, na África, e ali obtiveram mais conhecimento de magia e das relações que existem entre o macrocosmo e o microcosmo. Passando também pela Espanha, o FRC voltou para a Alemanha, onde fundou um convento chamado Sanctus Spiritus, e ali permaneceu, redigindo sua ciência secreta e continuando seus estudos.

Nessa ocasião, ele primeiro aceitou três assistentes e depois mais quatro monges do mesmo convento no qual fora educado e assim fundou a primeira Sociedade dos Rosa-Cruzes. Eles, então, estabeleceram os resultados de sua ciência em livros que dizem ainda existir e que estariam de posse de alguns rosacrucianos. Também dizem que, 120 anos depois de sua morte, foi descoberta a entrada de sua tumba. Uma escadaria levava a uma cripta subterrânea, em cuja porta estava escrito: “Post annos CXX patebo”. Lá havia uma chama, que se apagou à primeira aproximação. A cripta tinha sete lados e sete ângulos; cada lado media cinco pés de largura (1,5 metro) e oito pés de altura (2,4 metros). A parte superior representava o Firmamento e o piso, disposto em triângulos, a Terra; cada lado era dividido em dez quadrados. No centro, encontrava-se um altar com um prato de latão, no qual estavam gravadas as letras A.C.R.C. e as palavras: ”Hoc Universi Compendium Vivus mihi Sepulchrum feci”. Havia, também, quatro figuras cercadas pelas palavras: “Nequaquam Vacuum, Legis Jugum, Libertas Evangelii, Dei Gloria Intacta”. Abaixo do altar, o corpo intacto de Rosenkreutz, sem qualquer sinal de putrefação. Em sua mão havia um livro de pergaminho, com letras douradas, marcando a capa com um “T” e no final com o escrito: “Ex Deo Nascimur, In Jesus morimur, Per Spiritum Sanctum reviviscimus”.

Obs:. Estarei disponibilizando a bibliografia no final de cada postagem para quem desejar aprofundar o assunto.

Quem desejar conhecer a Ordem Rosacruz, Amorc e posteriormente solicitar afiliação, pode fazê-lo pelo site: www.amorc.org. br

Bibliografia:

- In the Pronaos of the Temple – Franz Hartmann - Kessinger Publications

- A Trilogia dos Rosacruses – Biblioteca da Ordem Rosacruz, Amorc

- The Golden Dawn – Israel Regardie – Llewellyn Publications

- O Renascer da Magia – Kenneth Grant – Madras edições

- Rituais de Aleister Crowley – Marcos Torrigo – Madras edições

Internet:

- http://pt.wikipedia.org/wiki/Rosa-cruz

- www.amorc.org.br

- http://www.sacred-texts.com/sro/ptw/index.htm

- http://www.youtube.com/watch?v=LHqsVcE40Kw