Parar e pensar

Um ditado antigo dizia:” São Paulo não pode parar”, até que os problemas do crescimento tanto se avolumaram que começaram a dizer, em campanhas políticas: “São Paulo tem que parar”. Não sei se São Paulo parou para pensar. Mas, uma crise econômica como a que estamos vivendo oferece está oportunidade, pensar uma vez que a parada é obrigatória.

Então, como na já manjada imagem da “crise-como-oportunidade” do ideograma chinês, a crise oferece essa possibilidade de uma nova visão.

Primeiro, a redução da atividade deverá reduzir significativamente as emissões dos gases do efeito estufa. Então, viva a crise.

Segundo, quem está em crise são os países de economia já desenvolvida, as que estão passando do ponto da maturidade para a podridão de tão maduras que estão.

Terceiro, a crise se originou naquilo que é a base do crescimento ininterrupto do capitalismo, o sistema de crédito. Com isso o sistema está enfrentando aquilo que Marx chamava de antagonismo insuperável, estabelecendo-se uma espécie de ciclo vicioso do tipo “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come” de difícil solução a curto prazo.

Quarto, as soluções ensaiadas até o momento pelos governos parecem querer restabelecer a “bolha de crédito” que estava sustentando o sistema e que ruiu.

E quinto, eu sei lá, baixar juros? Subir juros? Sei lá.

Só espero que a solução esteja baseada numa nova visão. Pois a última crise só se resolveu com a Segunda Grande Guerra e com uma enorme destruição seguida de reconstrução.