EPÍLOGOS

Deplorável. Esta é a palavra que define a atual situação em que o Brasil se encontra tendo em vista a política, a sociedade e a economia do país, que já há certo tempo tornaram-se palco dos mais indecorosos vícios e estapafúrdias da humanidade; o que contraria a falsa idéia de um paraíso tropical, “uma terra em que se plantando tudo dá”, berço do samba, do carnaval, da bossa nova. Muito lhe falta verdade, honra, vergonha.

No tocante à economia, vive-se um constante estado de crise, quer seja por inaptidão dos dirigentes do erário, quer seja por reflexo a um “período difícil” vivenciado pelos países de “primeiro mundo” a que o Brasil e tantas outras nações “subdesenvolvidas” estão subjugados. Os bancos elevam os juros, a União aumenta os impostos e tributações; e a população, a camada que mais sente os efeitos desse caos econômico, é explorada, sujeitada a baixos salários, dívidas altas, subempregos. Parece haver olhos somente para negócio, ambição, usura. E a estabilidade econômica... baixou, subiu, morreu.

Enquanto isso, a sociedade, chafurdada em mediocridade e alienação, persiste em erros muito antigos: há racismo contra indígenas, “pretos”, mestiços, mulatos; preconceito contra nordestinos, pobres, favelados. Nesse momento, quando mais se precisa de amparo e paz de espírito, as igrejas (sejam elas das mais variadas vertentes) mostram-se tão denegridas quanto o resto da sociedade, envolvendo-se escândalos que vão desde a corrupção á pedofilia, à hipocrisia, à ignorância. Ao contrário do esperado, o que elas (as igrejas) têm praticado é simonia, inveja e unha.

E em resposta a toda essa situação, os políticos só sabem demonstrar sua mais plena omissão, e quando não, expõem-se ao público, revelando mais um caso de podridão ético-política, de suborno, de nepotismo, de descaso e burocracia exacerbada. Para desespero e temor dos brasileiros, o Governo, tão nobre, nada pode, nada quer, nada vence; fazendo-se crer que a Justiça, infelizmente, é bastarda, vendida, injusta.

Esta sim é a real vicissitude do país, assaz evidente se se deixar de lado o patriotismo, este véu ilusório. “Brasil: ame-o ou deixe-o.”. Ao que parece, o próprio Brasil já se deixou...

Arconte
Enviado por Arconte em 28/03/2009
Código do texto: T1511395
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