MIRAGEM...Desértica do amor...

Teresa Cordioli

Nas areias douradas de um deserto

Vejo um homem caminhando, rumo incerto

Seus olhos ressequidos pelo calor escaldante

Não tem para onde ir, apenas segue adiante...

O horizonte, já não lhe serve de bússola

Tudo é azul, tudo é uma busca,

Tanto faz seguir, para o norte ou para o sul

Nada lhe espera,

Nada lhe atrai...

O que ele quer agora, é que a noite chegue rápido,

Na esperança que lhe traga paz e esquecimento,

Nem que seja por poucas horas,

Quer esquecer a quentura tamanha do sol,

Essa que fere seu couro cabeludo e a sola de seus pés...

É em vão, a noite chega trazendo

Vento frio, arenoso, zero grau...

Que fere mente e alma...

Não mais conhece o descanso,

Surge a Lua, quer alcançá-la,

Faz então cordas de areias

Por onde seus pensamentos a alcançam,

Aonde encontram com suas lembranças mais recentes,

Fazendo com que seus os olhos já não fiquem tão ressequidos,

Lagrimas rolam, saudades aumentam,

E ele ali... sem ter para onde ir...

Parece até fazer parte da cena de um filme

Pede a Deus que transforme o final

Dando a ele o papel principal, ser o mocinho

Nem que seja, para que somente no ato final

venha ter sua recompensa...

O silencio é tamanho que lhe faz medo

Já não pensa...

Ao olhar para as estrelas, está entre elas,

E por uma pequena fresta

Espia a terra e vê

Uma moça, aquela que um dia

Criou essa seqüela...

No horizonte, um clarão, um novo dia desponta

Sua pele começa a aquecer...

O sol já brilha...

Da noite tão fria, ele só esquecer...

Segue pensando, no amanhã

- O que será de mim?

- O que o destino me prevê?

Teresa Cordioli
Enviado por Teresa Cordioli em 18/05/2009
Reeditado em 18/05/2009
Código do texto: T1601147
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