A Magnífica Graça

“...porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23)

INTRODUÇÃO

A vida eterna tem sido a revelação mais audível para os últimos tempos. Deus quer despertar em sua igreja a urgência de levar ao maior número possível de almas a interrogação acerca de onde, com quem e como iremos passar a eternidade. Ele, em sua infinita misericórdia, nos dá a oportunidade da escolha e nos diz qual é a melhor opção. Faça a sua escolha.

1. SALÁRIO OU GRAÇA?

A interrogação acerca da escolha começa quando passamos a investigar o que estamos fazendo neste mundo e com que propósito fomos nele inseridos. O Senhor criou os homens para que seu infinito amor fosse disseminado entre eles; o homem falhou nessa simples missão, pecou e foi expulso do paraíso. Deus nos deu, então, seu Filho para que, em nosso lugar, morresse na cruz pela remissão dos pecados, deixando-nos o dom da vida eterna.

No capítulo 6, versículo 23, da carta aos Romanos, o Apóstolo Paulo traz à luz uma das mais importantes revelações do Novo Testamento: a vida eterna como um dom de Deus. Paulo nos ensina que, para perder este dom divino, o homem precisa se esforçar para alcançar tal funesto intento; perdendo, pois, a vida eterna, acha-se a morte, que é o salário pago pelo pecado.

Mas como trabalhar e receber tal salário? As Escrituras nos ensinam que o trabalhador é digno de seu salário, e Paulo usa dessa passagem para nos ilustrar o quão importante é deixar as práticas pecaminosas para trás, mantendo-se em santidade de vida diariamente, para que não sejamos nós dignos de tão infeliz salário, que é pago para aquele que não abdica de práticas contínuas que são desagradáveis a Deus, como mentiras, xingamentos, contendas, fofocas, vícios em geral e outras práticas que, de tão corriqueiras, o mundo as coloca como “normais”, como o famoso “jeitinho” na declaração do Imposto de Renda, piratarias, visitas a sites de condutas duvidosas etc. A Bíblia nos diz que “aquele que está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas se passaram, eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17); sendo assim, o homem, verdadeiramente morto para o mundo e nascido em Cristo, purificado está de toda mácula passada através do sangue do Cordeiro, e de maneira alguma será culpado pelos pecados dantes cometidos. Mas, incorrendo em pecados, pois somos de natureza pecaminosa (como comprovou o Senhor no relato mosaico de Gênesis 8.21), temos um intercessor perante o Pai, Cristo, que morreu por nossos pecados e é nosso advogado fiel. Entretanto, mesmo possuindo um advogado, não somos, de maneira alguma, obrigados a incorrer em práticas pecaminosas, pois estas nos afastarão do Salvador e nos passarão, então, a trabalhadores do pecado.

Mas o Senhor, tendo já pago um bom preço pela purificação de nossos pecados (1Co 6.20), oferece-nos gratuitamente o dom da vida eterna, em contraste ao castigo da morte e do sofrimento eternos pagos ao pecador.

2. ÔNUS?

Receber Cristo como nosso eterno Salvador, seguir “a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14) e amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo (Mt 22. 37-39) são as chaves para garantir a magnífica graça divina. Mas aí algum indouto levanta a questão da gratuidade contrastada com as chaves da eternidade há pouco mencionada. Pois então, importante se faz esclarecer essa questão. Primeiramente, se, atentamente, refletirmos acerca da bondade e misericórdia de Deus – que deu Seu único filho para morrer por nossas transgressões, para ser, como um cordeiro sem máculas, o sacrifício vivo pelas nossas iniqüidades (Is 53.5) – comprovaríamos que Ele, o Senhor Jesus, é que deveria nos aceitar, nos receber, e não o contrário; mas Ele nos elegeu antes da fundação do mundo para sermos santos – separados - e irrepreensíveis diante dele (Ef 1.4). Portanto, não há ônus em receber Jesus como o Salvador, e sim bônus.

Em segundo lugar, seguir a paz com todos e santificar-se diariamente é um bem que o homem faz, primeiramente, a si mesmo: mantém, harmonicamente, suas relações profissionais, sociais, familiares e sentimentais: cedendo quando for necessário, calando quando ouvir se faz mister. Santificando-se, ele se afasta, através da atuação do Espírito Santo em seu ser, do pecado, daquela prática que, naturalmente, não consegue se esquivar. Mesmo assim, seguindo esse segundo passo, ainda não há ônus, e a gratuidade da alegria eterna é garantida.

Em terceiro e último lugar, já verificamos quão tamanha foi, e ainda é, a bondade de Deus, que se fez carne, habitou entre nós, viveu sem pecados e, mesmo assim, morreu no meu e no seu lugar, deixando como herança o dom de não sermos participantes da segunda morte, aquela que leva para a dor e a vergonha eternas; logo, não custa nada amar a esse Deus acima de todas as coisas, e, como diz as Escrituras, mesmo que aquela que cria o fruto de seu ventre se esqueça de seu filho, Ele é o Deus que jamais se esquecerá de nós (Is 49.15). E, aquele que ama a seu irmão como a si mesmo, certamente fará de tudo para que este alcance esse dom magnífico da vida eterna, falando-lhe da Verdade, que é Jesus, perdoando seus pecados, deixando a mentira e praticando a verdade cada um com o seu próximo, pois somos membros um dos outros (Ef 4.25); ainda assim, não nos traz custo algum o dom que, por Jesus, nosso Salvador, é gratuito.

3. O INVESTIMENTO

O Espírito Santo de Deus convence-nos do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11), e, por Ele, aceitamos Jesus como nosso redentor e dizemos que Ele é o Senhor (1 Co 12.3); esse mesmo Espírito nos convence que receber essa nova vida é o melhor dos investimentos, que, como nas finanças do mundo capitalista, há gradações quanto aos lucros a serem obtidos. Ora, quando investimos a curto prazo, há lucro, mas não tão bem visto quanto aquele de médio prazo, quiçá quanto ao de longo; assim acontece ao homem que pelo Espírito é convencido do pecado.

Primeiro, como num investimento a curto prazo, faz-se participante do corpo de Cristo, como templo do Espírito Santo, comprado por bom preço. Segundo, a médio prazo, participante da santidade e obediência ao Senhor, recebe-se bênçãos da parte daquele que abre as janelas dos céus para que a nós venha a maior abastança (Ml 3.10).

Viver em Cristo não nos abstém de passar por provações e aflições, males que são inerentes ao ser humano, pois tudo pode acontecer igualmente aos justos e aos ímpios (Ec 9.2), e o próprio Senhor Jesus nos alertou que no mundo teríamos aflições, mas que tivéssemos bom ânimo, pois Ele venceu o mundo (Jo 16.33). Mas a revelação dada ao Apóstolo Paulo, nos traz um conforto inigualável, porque, mesmo com todos os males que possamos enfrentar, desgostos, sofrimentos, dores que, para nós, são maiores que a de outrem, todos os tipos de aflições “não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8.18), a glória magnífica da salvação, da adoração eterna ao Senhor Todo Poderoso que fez os céus e a terra. É essa glória, a eternidade com Cristo, o lucro maior no investimento a longo prazo, duplamente longo, pois receberemos parte dele quando o Senhor vier buscar a Sua igreja, e seremos participantes do lucro ao longo da eternidade.

CONCLUSÃO

O Senhor nos adverte, a cada dia, a sermos participantes da santidade de Cristo, para sermos merecedores de seu dom gratuito; adverte para o fato de estar às portas, e que a salvação das almas é fator primordial, ainda mais nestes tempos em que mais atual fica a exortação do Senhor Jesus que diz: “Eis que venho sem demora; guarda o que tens para que ninguém tome a tua coroa” (Ap 3.11). Escolhamos, pois, a melhor opção enquanto há tempo, busquemos ao Senhor enquanto se pode achar, invoquemo-no enquanto está perto (Is 55.6), e desfrutemos a eternidade ao lado daquele que criou os céus e a Terra, e que nos dá, a cada dia, pela Sua infinita misericórdia, a oportunidade de, a cada manhã, acordar e ver a luz do dia, e poder sentir o sopro de vida em nossas narinas.

Rogerio Bandeira
Enviado por Rogerio Bandeira em 13/07/2009
Código do texto: T1697565
Classificação de conteúdo: seguro