Breve Estudo do Poema "As sem-razões de amar", de Drumond

As sem-razões do amor Drumond

Eu te amo porque te amo.

Não precisas ser amante,

e nem sempre sabes sê-lo.

Eu te amo porque te amo.

Amor é estado de graça

e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,

é semeado no vento,

na cachoeira, no eclipse.

Amor foge a dicionários

e a regulamentos vários.

v.1 Evoca a máxima de que nada explica o amor, e de que no coração ninguém manda;

v.3 e 4 Deixa a impressão de que o amor pode não ser correspondido ou ser mal correspondido;

v.5 e 6 O amor é sublime e se dá gratuitamente, não se pede nada em troca - remete à carta aos Coríntios quando Paulo diz que o “amor tudo pode, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” ; além disso, estes dois versos desmentem um ditado antigo que diz que “amor com amor se paga”; não se pode esperar reciprocidade no amor.

v.8 O poeta faz uma analogia à natureza que semeia seus campos e florestas (a vida) através dos ventos;

v.9 O fruto do amor entre os casais são seus filhos, e, analogicamente, o poeta revela que este fruto pode ser semeado em uma cachoeira e numa romântica noite de eclipse;

v.10 Vejamos as definições que o mini-dicionário Aurélio dá para amor: 1.sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem; 2.sentimento de dedicação absoluta de um ser a outro, ou a uma coisa; 3.inclinação ditada por laços de família; 4. inclinação sexual forte por outra pessoa; 5.afeição, amizade, simpatia. Enfim, o poeta insiste em afirmar que o amor não pode ser rotulado e que não há razões para o amor;

v.11 Não há como se regular o amor: nem o próprio sentimento e nem os de outrem.

Rogerio Bandeira
Enviado por Rogerio Bandeira em 08/08/2009
Código do texto: T1743501
Classificação de conteúdo: seguro