A boca não cala
E se de repente a tua mente começasse a correr, as palavras transbordando pela boca como fossem água corrente, como glândula desorientada que vai produzindo em exagero a substância preponderante de onde se estende a fala?
Cala a tua boca. Eu diria a ela.
Mas e se ela não se cala? E se acontecesse a ti o absurdo de não poder conter este insano defeito teu?
Eu diria:
Me surpreende esta tua idiossincrasia indecente, que quer invadir os meus ouvidos. Cala-te boca!
Mas a boca não cala!
Eu escrevo que é pra não falar sozinho...