COMPUTADORES - Aquisição, truques mal feitos, propaganda enganosa e manutenção.

"Em terra de cego, computador novo é bom, mesmo que tenha vista com estrabismo, ou os 7 pecados capitais"

Márcio Funghi de Salles Barbosa

Resolvi trazer um intróito de alerta para o artigo Manutenção de computadores, já publicado no Recanto. Este intróito tem razão de ser, pois tenho recebido muitos comentários sobre erros intencionais que produtos inseridos, do tipo 'free' bloqueiam ou interferem em outros similares instalados.

Dou entrada aqui a uma denúncia grave, que deve ser investigada seriamente pela polícia: Firmas inescrupulosas estão importabando pendrives e outras porcarias falsificadas, que se auto-detoem como nos filmes de Missão Impossível. Ainda por cima trazem rótulos, provavelmente falsificados, de marcas famosas, com "super-cérebros" de 64 GB, tão mal montados, que desmontam e costumam arrebentar seus condensadores na placa mal soldada, todos com preços ridículos.

Laptops estão sendo trazidos aos borbotões, com pinturas criminosas, por tintas condenadas e com funcionamento super-lentos. Cuidado para não transformarem um natal ou um aniversário, numa tragédia grega.

Creiam-me estas denúncias não são feitas de forma leviana. Temos depoimentos de técnicos que nos escrevem falando sobre isto.

O barato sempre saiu caro. A esperteza só vigora na política.

Todos nós ao iniciarmos o uso do PC, achamos tentador acrescentarmos 'toneladas' de lixo. Adoramos dois tocadores de músicas, gravadores de CD/DVD aos quilos e outras 'mumunhas' entulhadoras.

Pessoalmente gosto de usar o Mozilla basicão. Muito bom, mas se instalarmos alguns navegadores 'ciumentos', que não precisavam ser lançados, pois eles já tem 'utensílios' maravilhosos e acabam por atrapalhar meu Mozilla. Consultei varios amigos e eles também relatam o mesmo.

Deixo inclusive um conselho para a Firefox e outros: Não lancem progamas comunitários, sem ter a certeza de que estão muito bons e que não interfiram em navegadores diferentes.

Sacaram o que a dica quer dizer?

Outro cuidado a ser observado se relaciona com as placas de vídeo muito poderosas, mas sem um ventilador sequer, levando a um aquecimento de fazer churrascos, travando o PC. Se optar por uma placa boa, certifique-se que ela não esquenta em demasia e mande instalar ventiladores em todos os buracos possíveis, senão terá que passar hora e meia, como eu já fiquei, com o PC desligado, até que a placa esfriasse. Cheguei a queimar o dedo numa destas 'capeãs'. Coloquei dois novos ventiladores 'mirados' nela. Por enquanto 'va in via'.

'Cases' (= gabinetes) super-iluminados, esquentam muito e são uma prova de que seu dono prefere chamar a atenção para a caixa, que para sua cabeça criadora. Esta fala parece e é de psiquiatra, mas tenho certeza do que digo. Observo isto com mais frequencia na troca-troca de celulares. Gente rica compra um muito bom e conserva por anos. Os coitadinhos exibidos trocam de seis em seis meses, cada trambolho, que 'putz grila'. Se a bateria explodir, teremos um 'celular bomba'!

Enfim, cada um sabe de si, o psiquiatra respeita, mas questiona a sinceridade das motivações, para aprender ou despertar o questionado. Ensinar? Não aprovo isto! Não quero clones meus andando por aí. Cruzes!

A guerra dos DVDs desvalorizados pelo 'raios azuis' estão trazendo marcas boas falsificadas, onde usamos até tres, paratarmos uma gravação. Um horror!

E os pendrives? Na Rua Santa Efigênia, em São Paulo, tem camelos vendendo pendrives de 64 Gb falsificados, marcados como Kingston e que custam R$30,00, durando menos de uma semana, levando-nos a uma perda de programas, artigos gravados, que nos deixam malucos. Denunciem os vendedores, pedindo cartões de identificação deles. O melhor é não comprar.

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Vou deixar esta linha divisória entre o artigo antigo que ainda não apaguei, só o transportei para cá e este prolegomeno. Inserirei abaixo e acima desta divisória, os assuntos que abordarei. Mandem colaborações e sugestões. OK?

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Desde os tempos dos primitivos TK, os maníacos por informática vimos lidando com a manutenção de poderosas máquinas.

Vimos proprietários de Hot-Bits e MSX, consertando seus aparelhos em oficinas de eletrônicas e os técnicos testavam os condensadores, resistores e transistores, com uma habilidade incrível.

Muitos deles sem entenderem nada de informática.

Com o surgimento dos PCs, ATs, AMDs e outras siglas, a manutenção passou a ser feita por técnicos cada vez mais especializados, que tiram, trocam e fazem atualizações nas máquinas. As placas cada vez menores, costumam vir com tudo a bordo, o que faz com que, queimando um periplástico perde-se a placa ou aquela característica funcional por ela comandada. Além do mais, a placa global tem sua memória diminuída a cada uso de um destes utensílios. O que não ocorre se são plantados separadamente, nos encaixes (slots) de uma placa mãe de boa qualidade, com o processador, que o bolso permita.

Preciso salientar que algumas conexões como firewire, USB e outras que viráo, são muito boas, contudo estão inventando umas s(h)atas, que são de plástico vagabundo. Quebram facilmente, assemelhando-se a pl´ásticos degradáveis, que a cada 5.000 km se partem irremediavelmente.

Toda esta parafernália está se tornando conhecida pelos iniciantes através de revistas que a disseca. Contudo, estes periféricos sofrem ou causam danos ao computador, pela vibração, sujeira, manutenção mal feita, sobrecargas elétricas e mau uso.

Encaixar as placas com mau contato, não tem sido grande problema para muitos curiosos. Basta que antes se descarregue a eletricidade estática das mãos que devem estar limpas.

Passar uma borracha de apagar lápis nos contatos das placas, pode fazer retornar a conexão desde que, não sobrem restos de borracha/sujeira.

A supervoltagem normalmente queima diodos, condensadores ou resistores, colocados para proteger a entrada elétrica. Estes são normalmente diminutos, sendo aconselhado aos neófitos, não se aventurarem na sua substituição, pois, os ferros de solda têm que ser especiais, têm que ser desligados, algumas vezes, ao se dar o ponto de solda, para não estragarem certos circuitos integrados ou transistores, sensíveis ao magnetismo gerado pelo ferro de solda conectado.

Outra dica, que temos visto em técnicos de mau caráter é o diagnóstico de "morte da peça", obrigando a gastos desnecessários, onde uma substituição de um simples componente pode restituir o funcionamento.

Conhecemos um técnico destes, que tem uma verdadeira coleção de usados funcionando, recuperados dos inocentes doadores.

Um nosso colaborador, inclusive, foi desapropriado de uma placa de captura de vídeo, Vitra 3d da Trident, adquirida com defeito de um fornecedor esquerdo, só descoberto ao instalá-la. Ela acabou virando propriedade do técnico, que de início afirmou a consertaria, não devolvendo nunca a sucata. Também um tocador de CDs, não foi devolvido por este experto, sendo incorporado também à sucata, depois de garantido que seria trocada a cabeça de leitura. Além disto ele não conseguiu recuperar uma impressora HP ColorJet 850C, sendo devolvida outra mais velha, que necessitou ser reformada, sob protestos, após o concerto em dó surrupiado (limpeza geral).

A mesma apresentava defeitos, que a original nunca demonstrara. Esta se achava travada, após 15 dias de uso e segundo dois laudos técnicos, por montagem errada, e a presença de uma substância corrosiva na placa, o que trava o carro dos cartuchos. O quê será que a Justiça pensou disto? Falta de provas...

Finalmente, um modem Lucent, interno, de velocidade de 56K, há mais de 4 meses estava desaparecido nesta oficina, sendo devolvido ao colaborador supra citado, depois de muita insistência, com o CD de driver errado. Este modem, não tinha defeitos, como comprovou o técnico, mas sem o disco, não era possível instalá-lo, o que quase requereu, ajuda da INTERPOL. O CD de driver foi devolvido depois de muito nhe-nhe-nhém, todo sujo e arranhado E não era o original, não servindo para a instalação, sendo necessário copiar um da Lucent. O modem, depois de instalado, está muito lento, caindo a conexão, dando a impressão, de que foi manipulado, em represália ao resmungo contra a impressora acima.

Em outra firma, ao fazermos o upgrade (reforma do velho PC com peças mais novas) de uma máquina, trocaram a placa de vídeo comprada, por outra, bem vagabunda, que recebeu nosso protesto; nos deram informações falsas, que engolimos, mas queimou depois de 11 meses. Foram obrigados a trocá-la, senão...

Neste upgrade, o gravador de CD foi trocado por um tocador de CD, de marca bem vagabunda e devolvido junto com a sucata, pois instaláramos um Combo (tocador de DVD/gravador de CD). A fraude só foi descoberta, quando resolvemos montar outro PC e usarmos o "gravador de CD", que "automaticamente" se transmutou em tocador de CD. Pelo menos foi a única explicação para-normal que encontramos, frente a cara de pau da "sistênça tênica", ao ser inquirida do problema.

Nosso "mico", nesta situação, ocorreu porque não verificamos à época da "reforma", o que estava sendo devolvido. Perdemos a prova. Não caia nesta. Não se empolgue com o novo aparelho, pois o velho tem preço e é seu.

Uma loucura, em falta de seriedade.

A forma de se evitar estes micos, é registrar as peças junto aos fabricantes, assim que adquiridas, ou se levadas a conserto, anotar seus números de série, marcar as peças com códigos disfarçados, não deixar as peças danificadas em poder do prestidigitador, que deveria, pela Lei de Defesa do Consumidor, devolvê-la ao dono, ou se esse quiser doá-la, fazer uma nota de doação de sucata. Também é importante, buscar novas opiniões e denunciar o roubo quando identificado.

E principalmente descrever detalhadamente o(s) defeito(s) da máquina, não se esquecendo de ouvir boas referências sobre seu técnico. Exigir orçamento detalhado e a descrição da garantia. Não aceite serviço mal feito.

Os cartuchos reciclados então, causam tantos problemas na impressora, que não compensam. Os principais problemas são o vazamento, a sujeira nos impressos, causando desperdício e a possível queima dos circuitos elétricos. E cuidado, porque andam vendendo cartuchos reciclados, com tinta de má qualidade, como se fossem originais! Existem algumas firmas que estão reciclando com garantia de uso.

Uma dica para quem trabalha com material preto e branco em quantidade: usar uma impressora a laser, inicialmente um pouco mais cara, mas com o toner durando bastante. Ela se paga, em pouco tempo.

Outro cuidado têm que ser tomado com os programas milagrosos, que acompanham as revistas papa-níqueis de informática. Muitas utilizam rotinas incompatíveis com o sistema, criando travamentos que só incitam à raiva ao Mr. Gates, onde, somados aos mosquitinhos (bugs) dos programas da Microsoft, unem-se as trocas de programas em linguagens diferentes ou incompatíveis.

Ainda bem que existem revistas sérias, como Info e outras, que informam os problemas e dão assistência como manda a Lei de Defesa do Consumidor.

Um nosso colaborador recebeu o PC após trocar o gravador de DVD e a placa de vídeo. Alguns dias depois, o bicho começou a receber espíritos, como se fora um poderoso pai de santo: dava telas azuis a cada três apertos no "onofre".

Passou quatro vezes por diversas oficinas, trocou de memória duas vezes, quase ficou com dupla personalidade para pagar tudo e ao fim descobriu a fraude: o técnico usava um instrumento rombo para alargar as fêmeas (não se trata de descrição pornô) que comutam o disco rígido, também conhecido pelo codinome de HD ou de Winchester (uma vez vi um filme com este nome, mas o mocinho atirava com ela, matando muitos polít, digo, bandidos). O defeito ocorria porque os machos se encaixavam em fêmeas largas e davam mal contato ocasionalmente (não estou falando de pornografia, insisto, e sim de um defeito no disco rígido).

Um novo golpe está sendo usado pelos supridores de acessórios: Vendem sem nota fiscal, fornecendo papéis impressos com fitas quase apagadas, que irão se tornar ilegíveis, onde é dada uma garantia de três meses, quando na embalagem está escrito que a garantia (com nota fiscal, é claro) é de doze meses.

Pessoalmente três destes aparelhos estão na nossa sucata, dois sem nunca terem sido usados (burrice pega!) e um com três meses e meio de uso. Ligamos para o fabricante e fomos informados de que qualquer assistência técnica consertaria ou encaminharia para a troca o acessório, desde que estivesse acompanhado da nota fiscal.

Estamos tentando entender: a fábrica vende com nota, que some no transporte, o revendedor dá seu jeito por não ter recebido a nota e dá uma de esperto, ou são todos da estirpe do Tomaz? (não me refiro ao inventor da lâmpada).

A recarga de tintas das impressoras está sendo feita com tinta tão fajuta, que a impressão leva um minuto para secar, borra nas imagens multicoloridas e acaba depressa, tal a sua liquidez. Gostaria que minha conta bancária tivesse esta última propriedade.

Ao fechar esta seção, percebemos uma falha grave, que estávamos observando há muito tempo, mas o fascínio da compra nos cegava. Trata-se desta pérola de safadagem: Nosso amigo comprou um Roteador Wireless (sem fio, mas com sacanagem) e o manualzinho que o acompanha, serve para deixar-nos complexados, por não termos feito faculdade de computação, pois não serve nem para aquelas funções que os papéis serviam, antes da descoberta do papel higiênico, que diga-se por sinal, está tão fino, que sujamos o dedo, para fazermos nossa higiene (delicadeza anal é sinal de sacanagem pra ganhar dinheiro). O manual, todo em linguagem técnica, obriga-nos a entrar na Internet para fazermos uma cópia em .pdf, e estudarmos um grosso manual, também complexo, inacessível a mortais inteligências medianas. Depois o vendedor nos afirma que o manual, ao contrário do que nos informara, estava junto ao CD de drives. E para quê? Para obrigar-nos a trazer um técnico em casa, que faz as coisas bem feitinhas, fala correndo o que está fazendo e quando o PC der um tilt bugminoso, teremos que chamar de novo o expert(o).

A empresa produtora deve estar cumprindo as normas, que por sua vez devem ser fajutas, para facilitar o lucro dos gersons da vida.

Olho vivo rapaziada, pois os caras são mutreteiros. Demorô!

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Obs.: Continua nas próximas edições, "per omnia saeculum, saeculorum"...