Hipertexto: O sócio-indivíduo

O que há em comum entre um reality show, uma chacina em Cosme de Farias, um discurso político e um culto religioso? São fenômenos humanos - óbvio. - descobriu o Brasil hein professor!

É tendência quando analisamos ações, fatos, individuais ou coletivos, conduzir as discussões sempre numa ótica histórica, cultural e social, buscando aspectos científicos abrangentes na maioria dos casos. Todavia quase sempre são desconsiderados ou mesmo ocultados aspectos inerentes a individualidade e/ou fatores pessoais de seus agentes históricos.

Seriam os motivos pessoais querelas de pouca importância? Seria Hitler um mero canalizador da conjuntura sócio-política de uma época? Estaríamos todos nós a mercê de ideologias classicistas? E o indivíduo como fica? Suas motivações, frustrações, desejos pessoais? Estou sendo leviano? Certa vez perguntei a alguém sobre a vida pessoal de Marx,...o impacto no meu interlocutor foi como eu fizesse a mais débil das perguntas - graças a Deus aprendi que a única pergunta idiota é aquela que ainda não foi feita - Seriam realmente banalidades buscar compreender aspectos da vida pessoal de pessoas como Hitler, Bill Gates, Marx, Einstein, Jesus Cristo?

Julgo óbvio saber que determinados padrões e variantes pisico-comportamentais influenciam diretamente na postura e atitudes das pessoas, e isso vale para nosso vereador Zé Curuca e para Antonio Gramsci também.

Será que nos discursos de notáveis-ilustres quase sempre vistos como a manifestação mais fiel dos seus nobres propósitos não estão sobremaneira imbricados de aspectos primários da vontade pessoal como necessidades de espaço, reconhecimento pessoal, auto-aceitação, afeto?

As ciências da cognição reconhecem o ímpeto da vaidade como um dos agentes mais poderosos da produção humana (seja ela qual for!!!) – o capitalismo esta aí até hoje para provar tal tese.

Tenho um exercício que sempre faço, e vocês também podem fazer, observem grandes intelectuais, doutores, grandes mentes cientificas, quase sempre estão distantes do matrimônio, quem duvidar procure as alianças em suas mãos. Como é a vida sexual destas pessoas? Isso influencia nas suas tomadas de decisão?

Porque na academia em que malho...malho não..treino!! Estou cercado de pessoas que teoricamente não necessitariam estar lá porque já estão no padrão estético dito “ideal”, e os obesos? E os que não estão no padrão valorizado de beleza, onde estão? Em bibliotecas? Não deveria ser o contrário? Será que para ser um sócio-ativista tenho de desconsiderar questões obvias de cuidados com a saúde?

Imaginem a “galera da maromba” estudando Foucault na Julieta Carteado ou então o “coletivo de autores” discutindo o marketing político Lulesco e ao mesmo tempo fazendo alguma atividade física prazerosa. Que bonitinho!!!