Tormenta
Te abraçar no primeiro instante
Confesso, não queria largar
Seu riso no mesmo tempo
Já foi suficiente pro meu dia.
Não me segurei em agarrar teu traveseiro
Assim que o me entregou
Seu cheiro grudado nele
Marcando como brasa em meu peito apertado
Tomando conta de cada neurônio meu
Para me lembrar a cada noite sozinha agarrada ao meu
Doce, suave...
Viciante...único.
Eu não conseguia parar de te olhar
No único instante que ficamos a sós
O cigarro queimando
Enchendo a sala de fumaça
Após seu rosto sonolento
Lhe ofereci meu colo para deitar
Pousei sua suave mão
Contra meu rosto
Medindo cada centímetro de seu braço
Cobrindo com beijos
Seu rosto tão pacifico enquanto dorme
Seu corpo se movimentando lentamente enquanto respiras
Contornei seu corpo com minhas mãos trêmulas
Arrumando seu cabelo desalinhado
Explicitando pela ponta dos dedos
Todos meus sentimentos
Nossos dedos entrelaçados
Me prendendo a você
Não neguei as lágrimas que vieram
Engolindo-as quando alguém se virava a mim
Eu desejei tanto
Que tudo simplesmente sumisse.
Eu tão presente
E voce tão distante.
Queria poder saber o que se passava em tua mente
Ou em teu sonho
Eu darei um jeito de apagar
Esse sentimento louco de mim
Mas onde está você? A terra ainda se move, e o tempo passa
E tudo se torna passado a cada segundo
Mas se tudo passa assim
Porque estás sempre tao presente em mim?
Essa coisa toda me tortura
E não nego as lágrimas todas as noites
Falo sozinha com as paredes
Enquanto me desaguo
Imaginando, criando planos mirabolantes
Esperando, o dia que irás me aceitar (isso se algum dia irá).
Sim, é tudo contraditorio
Quero, anseio, desejo
Mas imploro pra isso passar
E me deixar dormir em paz novamente
Que estás fazendo agora? A cada respiração minha
Desejava poder ver todos teus momentos
Todas tuas faces, teus sentimentos
Teus sentidos, ter você
Pra poder fazer o possível
Pra sempre te fazer feliz
Nem que eu tivesse de negar coisas de mim
Pra poder te fazer, e ver, sorrir novamente
Por alguma coisa qualquer que eu diga
Por uma brincadeira sem sentido
Quem é você? Comigo, sem mim
Com pessoas, sozinha.
E no segundo seguinte, depois dessa noite
Eu me virei e vi que não estavas mais lá do meu lado
Deitei no mesmo lugar que se encontrava
Tentando achar algum pedaço teu pra acalmar
Mas novamente, só lágrimas
Mas eu entendo!
Por mais que eu queira a chance
De que você me aceitasse em sua vida
E estaria sempre lá pra voce, a cada chamado teu
Nem que tivesse de jogar tudo pro alto
Essa tormenta toda dentro de mim
Um tufão de pensamentos
E causando um tsunami, com álccol
Pra destilar meu sangue
E assim me distrair, talvez
Mas não foi bem assim...
Me pergunto se algum dia olharás pra trás
E ver que eu sempre estive aqui.
Apesar de sem esperança alguma, e pretendendo sair
Ainda tremo pelo fato de estar ao teu lado
Pensando se deveria fazer um movimento
Tomar uma atitude
Mas isso seria desrespeitoso para com você
E isso me agoniaria profundamente.
Há também as pessoas que estão bem mais a frente de mim
E sinto inveja a cada olhar seu pra eles
E peço pra ter um pouco de ti também
Mesmo que isso me quebre em mil pedaços.
Tento evitar certas coisas exatamente pelo fato
De querer parar de me machucar com essas coisas
Mas a partir do momento que acontece com eles
Eu também vou querer, mesmo que me parta ao meio.
Afinal não a vejo do mesmo modo que a vêem
Mas me dói o fato de perder-te pra eles...
Mesmo quase tendo certeza que não sou eu
Quem segura uma parte de sua felicidade, e sim um deles.
E me entreguei a outros
Pois também precisei me sentir desejada
E ou talvez pra me mostrar
Fora desse sentimento louco?
Outros conversaram com você sobre mim
Mas conseguiram eles passar o que realmente sinto?
Tamanha vontade de te puxar pra um canto e conversar
Mas quando ao mesmo tempo quero somente abraça-la por um tempo.
Fico no meu canto
Engolindo palavras
Esperando, talvez
Esperar o que?
Nem que fosse uma vez...
Ter você tão perto.
Eu aceitaria,
Pra poder acalmar-me...Nem que somente um pouco!