DESISTÊNCIA (V) - As cinco ilusões do amor

Ontem decidi acabar com você.
Meu copo transbordante encorajou-me a dar mais um passo.
Os goles demorados e apreciativos (calculados por vezes de vislumbramento) empurraram meu corpo para outra direção.
Uma distância aceitável entre eu e você existiu.
Foram necessárias forças que antes ocultavam em mim.
Forças que não me apoiaram nas quedas e nem acolheram minhas lagrimas.
Eu soube ali que eu não estava desistindo de você.
Eu estava me ganhando para mim.
Ali o entendimento de meu ser fez-se humano e eu fiz as pazes com minha angustia.
Eu entendi o porquê de eu estar desistindo e o que isso significaria aos dias que viriam.
Vozes me tentaram, incertezas me confundiram.
Apenas as esperanças me mostraram novos caminhos.
Mas foi a dor que me disse o que eu sempre esperei ouvir...
Ontem eu desisti de você!
Eu precisei sentir uma amor inegável e imortal por mim e será esse amor que me levará até a sua presença e me controlará nas dúvidas e recaídas.
Esse amor vai me amparar na solidão e me acalentar no frio.
Eu aprendi que sempre terei você, mas somente a mim posso possuir.
Sem medos e vergonhas. Sem tempo, sem planos.
Sem nada mais.




Nota da autora: aguardem.
Carmen Locatelli
Enviado por Carmen Locatelli em 08/04/2010
Reeditado em 08/04/2010
Código do texto: T2184966
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