QUEM NOS SEPARARÁ DO AMOR DE CRISTO?

Quem nos separará do amor de Cristo?

A Escritura Sagrada nos diz:

“Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? (Romanos 8.35).” “Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor (Romanos 8.39)”

Nosso primeiro sentimento na adversidade é a sensação de abandono da parte de Deus. Parece que o sofrimento só acontece conosco, parece que aquela cruz é a mais pesada que já carregamos. E quando o sofrimento nos é imposto pela Religião, aí mesmo acontece a revolta. Sentimos um fardo enorme sobre nós, vindo da Religião que pretende, repito, pretende, falar em nome de Deus.

Quantos homens e mulheres não são discriminados por sua fé? Mas ao mesmo tempo, quantos homens e mulheres não sofrem por ter fé dentro de suas próprias Igrejas? O lugar que deveria ser de amor torna-se de desamor! De exclusão! De separação!

Recordo por exemplo os divorciados que são impedidos de comungar na Igreja católica. Quão grande é esse sofrimento, essa exclusão...

Outra grande exclusão acontece quando padres e freiras deixam suas Igrejas e corporações religiosas. Ele “largou a batina” e coitado do padre, crucificam-no.

Recentemente veio à tona, na mídia, a excomunhão proferida por um bispo sobre uma criança e seus pais.

Outros ainda são “suspensos de Ordens” por motivos diversos. Autoritarismo!

Leis, cânones, regulamentos!... Mas, torno a perguntar: “Quem nos separará do amor de Cristo?”

Será que as instituições terão mesmo esse pretenso poder?

Conheço diversos casos de religiosos e religiosas que depois que saem de seus conventos não podem (não suportam) nunca mais ver uma cruz ou algo que lhes lembre a igreja, diante de si. Aquela que é Mãe e Mestra, erra por seus filhos humanos.

Outros ainda, lembrando dos tempos de escola, dos tempos dos internatos tem pavor de ver freiras e padres. Outros, nem podem ver os pastores, pois ficaram vilipendiados por eles.

São seguramente frutos do desamor. Do desamor de pessoas que representam uma instituição sagrada sobre eles e elas. Opressão!

Peço muito a Deus que não me permita jamais perder a fé!

Todavia, a fé se alicerça em passagens bíblicas como essas: quem (ousará) nos separar do amor de Cristo?

Os eremitas (anacoretas) e mesmo os primeiros monges cenobitas tinham uma relação muito pessoal com Deus. Talvez, um tanto longe da religiosidade popular e “institucional” lá estavam eles os primeiros homens e mulheres do Deserto.

E que estava com eles? Quem ousaria os separar do amor de Deus? Ninguém.

Na luta cotidiana entre o monge eremita e Deus ninguém interfere, a ninguém é dado este direito.

Mesmo Jesus, no Deserto, esteve durante 40 dias orando e jejuando. Ele, Deus e o Tentador. No fim da prova, vieram-Lhe consolar os anjos.

São os anjos que nos consolam nesta hora!

Os eremitas, ainda hoje, têm essa total liberdade da entrega de si a Deus. Ninguém pode ser obstáculo a essa ação íntima de Deus aos homens.

Antes mesmo das religiões consolidadas, antes mesmo do senso religioso coletivo e organizado o homem primitivo já manifestava sua reverência ao Sagrado. Sem mediadores!

Jesus mesmo questionou os Religiosos de seu tempo, os Doutores, os Sábios da Lei – em outras palavras – a religião dominante e constituída.

E o que nos disse Jesus? “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”.

Nem pontes, nem pontífices!

A vida eremítica urbana está em alta. São mil os eremitas nas Américas e Europa. Os conventos estão vazios! Algo de muito importante está suscitando o Espírito Santo em nossos corações.

Que volte até nós o espírito dos primeiros Pais da Igreja, o espírito dos Apóstolos da Igreja primitiva, o ardor da Igreja indivisa.

Que os cristãos realmente sejam dignos deste nome.

E que nunca nos deixemos, em Nome de Cristo, nos escravizar pelos sistemas dominantes.

Em XC (Cristo), o irmão,

Emmanuel-Maria – Eremita

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Padre Efrém Alexandre
Enviado por Padre Efrém Alexandre em 14/05/2010
Código do texto: T2257423
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