Loucas verdades

Ao passearem as horas interrogativas,
dizer o que, se fustiga o tempo em nós
feito uma RQ que nunca muda de cor,
e treme, olhando cada olhar se apagar.

Indagar o que às pantalonas e DKWs,
se o pó dos terreiros não iam nas discotecas,
o porre de vermute ficava nas madrugadas,
ou se tudo isso é melhor viver ou ensinar? Ou sentir?

Não sei, as vezes o meu vôo vai a domingos,
ao riso da rapaziada inocente outras ao ventre,
e entre ele e o jazigo, eu sou antigo vi muita gente
nascer, a saudade tras alguem as vezes, e também morrer.

No vale comum vão os sonhos,
na vala comum tudo que foi mundano,
Os sonhos renascem a cada era, daqui pro
outro lado do sonho, e a chuva refaz o pó, depois.

Ah! Se não fossem os pachouli e leite de rosas,
infestando as noites frias de quermesse,
Ali exatamente alí passeia e pousa a juventude,
mas e daí? Sentir o que? Buscar o que?
Não, não são mais meia duzia de corpos,
vagando na noite inocente de sinuca e bordel,
Podem tocar as radionetes, os gravadores singulares.
Foi numa esquina lá atrás, que alguém disse: Excuse-me,
a sua era já acabou, esqueça tua monark barra circular,
porque a ultima radionete do ultimo bar,
morreu junto com algum louco que insistia em sonhar...

                                                                                                     Malgaxe
 

Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 31/07/2010
Código do texto: T2410934
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