Hora do velho terrorismo probabilístico: “quando uma coisa tem a mínima chance de dar errado, com certeza vai dar errado!
Através desse fatídico e inevitável enunciado-condenação, Murphy, aquele desmancha-prazeres, apenas propagandeou a velha lei da probabilidade, só que enfatizando seu inevitável cumprimento através de alguma consequência negativa após a insistência na realização de uma ação falível ou como resultado de uma sequência de ações erradas, arriscadas, desatentas, negligentes, imperitas ou imprudentes de qualquer pessoa.
[Em verdade, Edward A. Murphy foi um engenheiro estadunidense, e a ele são atribuídas a lei acima referida e várias outras leis semelhantes relacionadas ao azar.]
Por dedução, quanto menos preso a autolimites for o “loop” ou laço de repetição (em linguagem de programação, é a repetição de uma ação enquanto acontecer ou coexistir ou até que aconteça ou deixe de acontecer uma situação ativa ou passiva. Baseia-se em estruturas do tipo do-while-loop, do-loop-while, do-loop-until etc) de tais ações, “menos mínima” e “mais máxima” será a possibilidade de acontecer a consequência nefasta inesperada. E o pior é que ela sempre vem na pior hora, no pior lugar e da pior forma. É uma lei bem perversinha, não é mesmo?
[Talvez Murphy tenha se amparado, também, no “Princípio da Incerteza”, formulado em 1927 pelo físico alemão Werner Karl Heisenberg (1901-1976). Segundo este, é impossível calcular com precisão científica (ou, como se diz por aí, precisão cirúrgica) o local exato onde vai estar uma partículaqualquer após um deslocamento no tempo. Consequentemente, a única certeza absoluta que existe é a de que ninguém pode ter certeza absoluta de nada!
Por sua vez, isso já é de certa forma uma redescoberta do ceticismo como método, teorizado pelo filósofo e matemático francês Renée Descartes (1596-1650), que só tinha uma certeza: a de que duvidava de tudo. Certamente, ele aplaudiria aquela frase do filme “Harold” (do diretor estadunidense T. Sean Shannon): “quando a oportunidade bater, olhe pelo olho mágico”.]
 
A rigor, não existe em si essa necessária coincidência ruim sobre outra coincidência ruim, o que seria o que podemos chamar de sequência murphyana. O problema é que as coincidências ruins atacam muitas vezes quem já está mesmo na tristura, “deprê” e macambúzio, achando que está sob o chamado “inferno astral”. Ainda que haja outros problemas objetivos, o que atrai mesmo a piora são os problemas adjetivos, ou seja, o estado emocional “mal resolvido”. Mas essa é uma mera opinião “da casa”. Você, passante, concorda? [Lembra-se daquela figura de um nuvem negra sobre a cabeça dos baixo-astral? Pois é. Ela existe mesmo. É a forma-pensamento negativo, que se solta da mente e ganha vida própria, ao ponto de voar espaço espiritual afora e infernizar a vida de outras pessoas ou, principalmente, a vida do próprio emissor do pensamento.]
 
A lei de Murphy costuma “pegar” também, e bem rápido, aqueles que têm de fazer algo sob muito cansaço físico ou mental. [Murphy tem uma incorrigível tara por pessoas exaustas!]
Essa “leizinha ordinária” costuma também atacar pessoas que, sob qualquer tensão externa, agem ou reagem muito tensas, muito apressadas ou com desatenção sobre seus fazeres e afazeres. Às vezes, a sequência de ações de alguém tem objetivamente tudo para dar certo, do começo ao fim, mas, a partir desses fatores pessoais, ele praticamente grita: “Murphy, venha me pegar! Eu quero errar!” E quanto mais tenso, apressado ou desatento aos detalhes do que se faz a partir dessa tensão externa (ou às vezes só interna mesmo), mais se repete o erro, muitas vezes ali mesmo, na frente do “tensionador” (principalmente se este for um superior hierárquico). Este, se não tiver uma maior compreensão ou tolerância, fica ainda mais poderoso e por isso aumenta a voltagem da tensão! Isso para não contar o campo energético hiperalterado em derredor do estressado, que é capaz de quebrar uma chave dentro de uma fechadura com o mínimo de esforço físico! [Esse tipo de relacionamento vertical sado-masoquista geralmente se prolonga muito, até que o subjugado ou autossubjugado começa a pensar mais ou menos assim: “respeito muito sua pressão, mas ainda mais minha expressão ou mesmo descompressão.”]
 
{“Não há uma fatalidade exterior. Mas existe uma fatalidade interior: há sempre um minuto em que nos descobrimos vulneráveis; então, os erros atraem-nos como uma vertigem.” - Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944), escritor, ilustrador e piloto da Segunda Guerra Mundial. Morreu na ar, em combate. Que azar!}
 
Além de praticamente “imposto” a uma repetição sequenciada de um mesmo erro, quem age sob forte pressão hierárquica, normalmente sofre também do “branco de memória”, da “cegueira” ou da “surdez funcional” instantâneas. Ele olha ou escuta, mas não vê nem ouve o que está sendo mostrado ou dito junto de si. Isso sem contar o não raro lapso de falta de raciocínio, o que costuma “eliminar”, por exemplo, muitos candidatos “prepreparados” na hora da prova de concurso. Apesar disso, o monstro mais pressionador e horripilante, nesta situação, chama-se branco de falta de administração do tempo! E Murphy costuma “passar” (quer dizer, “dá uma passadinha”) em todos os concursos, fazendo “bico” como fiscal de provas! (Circule este trecho, porque é questão certa em diversas provas emocionais na escola da vida).
Pelo viés oposto, o “erro murphyano” pode chegar logo é justamente quando se faz alguma coisa, nos mínimos ou nos máximos detalhes, sem qualquer tensão externa, mas com extrema lentidão, exagerado perfeccionismo, prudência excessiva ou sem pressa, por não haver qualquer forma de pressão (Murphy é também muito achegado a pessoas que fazem as coisas “na desídia ou na preguiça!”). Depois, ouve-se a “queixaria”: “pôxa, não dei sorte, e eu fiz tudo com tanta atenção!...”
Entretanto, o pior atrativo da arapuca murphyana ainda é o emocional. É o agir emocionalmente, de inopino, levado pelo impulso da alegria, da raiva, da felicidade ou da infelicidade. Pode-se até não errar de próprio punho, mas abre-se o campo para a desatenção, para o descuido em outras áreas do corpo ou da mente, enfim, desprotege-se, vulnerabiliza-se. Se Murphy, que adora tocaiar nas esquinas, prestar atenção ao vacilo da sua vítima potencial, pronto! É aí que o encontro marcado com a fatalidade pode acontecer com muito maior probabilidade.
 
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O básico não é dar sorte ou não dar sorte. Existe o trio alternativo da vida segura: vibração psíquica razoável, desejada proteção multifontal ou engajamento direto ou indireto na missão de vida planetária. Quando não se possui ao menos um desses itens, então, sim, fica-se normalmente mais vulnerável aos achaques e ataques da “lei de Murphy” (ou do azar), lei da trapaça, “lei do cão”, “lei severa”, “lei da vantagem”, “lei do mais forte” etc. Fica-se vulnerável, enfim, a tudo que é lei ordinária no mau sentido.
Utilizando-se de alguma inteligência matemática, tente-se maximizar a possibilidade e a antecipação da vinda da consequência benfazeja esperada. Para tanto, façam-se análises combinatórias de ações para produzir mais agindo menos. Aquelas continhas de  algoritmos de condições são excelentes preparadores raciocinais para se ganhar tempo e espaço e auferir resultados mais proveitosos com menos desgastes. [Em programação, algoritmos são projetos que se podem intentar mediante condições ou a prazo ou quantidade certos, baseados em estruturas do tipo “if-them-do”, “if-and-if-them-do”, “if-them-elseif-them-do” etc. É calcular antes as possibilidades, para prever os resultados com mais exatidão.] Vêm também em boa hora a multiplicação de resultados, a soma de esforços, a potenciação de energias e a progressão geométrica de pensamentos positivos. Habitue-se a resolver problemas de lógica. Construam-se raciocínios filosófico-matemáticos baseados nos princípios da Heurística. [São regras-de-bolso ou atalhos mentais para abreviar ou simplificar operações de percepção e avaliação de fatos ou perspectivas futuras.] Servem para armar operações de resolução de problemas reais e complexos. [Mas, seu uso exclusivo pode resvalar em afastamento de uma solução específica e mais precisa para uma situação concreta, principalmente para quem é aritmomaníaco.] Adapte-se a famosa “sequência de Fibonacci” às várias situações do dia a dia. [Fibonacci, ou Leonardo Pisano, ou Leonardo de Pisa (1170-1250) é tido como o maior matemático da Idade Média. O “número de ouro” (raiz de cinco mais um sobre dois), obtido na sua famosa sequencia, foi utilizado no livro e filme “O Código Da Vinci” (2003), do escritor estadunidense Dan Brown, e é “perseguido” também no mercado de ações, por experts dos investimentos.] Exercite-se nas matrizes progressivas de Raven (testes de estimulação inteligencial), para afiar o raciocínio lógico dedutivo e espacial. Brinque de organizar o “cubo mágico”, inclusive explorando os recursos do “algoritmo de Deus”. [“Um algoritmo que conseguisse resolver qualquer cubo mágico no menor número de movimentos possíveis é designado por Algoritmo de Deus. Atualmente não se sabe a 100% qual é o menor número de movimentos para resolver qualquer cubo, e seria necessária sabedoria de um ser superior (daí Deus no título) para conseguir o tal "Algoritmo de Deus". – Wikipédia.] Jogue xadrez habitualmente e cresça em raciocínio condicional e memória estratégica. Leia mais para ampliar o QI verbal. E parta para o melhor dos exercícios de inteligência: as relações interpessoais. Isso porque as inteligências intrapessoal, cognitiva ou perceptiva não definem o pleno potencial nem o caráter social de ninguém. Só a qualidade sociocomunicativa da linguagem predominantemente utilizada é que diagnostica quem é quem no espectro da grande matriz social em derredor, anterior e posterior a cada pessoa-eixo sob análise.
O melhor antídoto contra o Murphy pessimista ainda é o condicionamento cerebral para não errar, para agir corretamente, sempre. Isso dispensa quaisquer exercícios matemáticos. É acostumar o cérebro à prática das virtudes morais, com ênfase na honestidade, na fidelidade aos seus próprios princípios, na ética, na paz espiritual. Uma boa prática também é não decidir nada de inopino. Sempre pedir prazo para decidir. Ninguém é melhor do que si mesmo na manhã do dia seguinte, ou pelo menos após uma boa respiração profunda. Seguir as regras de segurança como hábito, mesmo quando se expõe voluntariamente a riscos. É uma sequência autológica. Tudo deve ser automaticamente calculado. É uma premissa. Quando não for possível, quando não se tiver noção teórica precisa das consequências possíveis, é melhor não arriscar, é melhor parar, é melhor voltar para a casa, ou nem sair dela. A questão não é se livrar de qualquer risco ou de qualquer ataque murphyano, mas é reduzir-lhe, até onde puder, a sua incidência nefasta. Já que somos obrigados a escolher novos caminhos e novos voos a todo momento, que escolhamos os meios teoricamente menos arriscosos, sempre levando na mochila os princípios da boa-fé e da fé, mesmo que se esteja indo para a beira de um penhasco se lançar despenhadeiro abaixo, de asa delta, pela centésima vez.
 
Com o estado emocional em “alta”, há uma natural atração de boas ocorrências, de coincidências boas sobre coincidências boas, ao ponto de atrairmos o que podemos chamar de “céu astral”, quase inevitavelmente. Essa boa maré interior, consequentemente, vai influenciar na melhora de todo o nosso derredor objetivo.
O bom é cada um buscar fazer amizade com Murphy, para que ele passe a atuar em sua vida pelos contrários. Que se raciocine assim: se uma coisa tem a mínima possibilidade de dar certo, com certeza absoluta, vai dar certo, desde que se aponte a direção nesse sentido e comece a provocar a incidência dessa lei fazendo sequências de ações boas e positivas para sua vida.
Às vezes basta se olhar para uma porta, e a mesma já se lhe abre. Sorte tem não necessariamente quem acredita nela, mas, sim, quem expande os sentidos e os sentimentos para captá-la. O “esquema” é reduzir ao mínimo a chance de alcançar objetivos por pura sorte. É estudar mais, trabalhar mais, elevar-se mais, correr atleticamente atrás, principalmente com as pernas do pensamento positivo. Mudar o padrão vibratório. Pensar positivamente em tudo que tem de fazer para alcançar objetivos relevantes.
Por exemplo, quando já se está com os princípios da autoadministração financeira devidamente internalizados, é comum se surpreender com oportunidades de ganho quando e onde nem se espera. É a resposta positiva do Cosmo a uma linha de ações às vezes iniciada ou até abandonada bem lá atrás. [Lembra-se daquela figura da nuvem sobre a cabeça? Agora ela é luminosa, porque está sobre a cabeça de um alto-astral. Ela é a forma-pensamento positivo, que se solta da mente e ganha vida própria, ao ponto de voar espaço espiritual afora e celestializar a vida de outras pessoas ou, principalmente, a vida do próprio emissor do pensamento, trazendo-lhe de volta bons fluidos, boas novas ou, no mínimo, uns óculos caleidoscópicos, para que ele veja a vida mais colorida.]
Assim, espanta-se qualquer “maré de azar” ou qualquer quebranto. E então se é favorecido pela lei do amor, lei do trabalho, lei da necessidade, lei do merecimento, lei da evolução e outras leis naturais impulsionativas. Talvez não se modifique todo o derredor da forma pretendida, mas há de se modificar perante o derredor. E a força da modificação interior é que consegue modificar o mundo.

Josenilton kaj Madragoa
Enviado por Josenilton kaj Madragoa em 04/12/2010
Código do texto: T2652576
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