O ÁPICE

Caminho em direção a porta ainda fechada, as chaves nas mãos tremulas, o esperar desesperado do desejo escondido, aludido, camuflado, imperceptível e translucido no meu olhar agressivo e feroz.

O fogo das palavras ardidas e ardilosas.

O chamado da menina, o beijo quente do rapaz, é só o primeiro beijo.

Imagens tortas desintegram-se e se fundem, criando formas caleidoscópicas e tangentes que pulsam e que gritam na minha mente imponente e sem voz.

É minha verdade inocente, escondida de mim mesmo.

E o gole na bebida forte, é o ápice, o absinto.

É o amor e o esperar.

As luzes multiformes, passos leves soltos e dançantes, o bilhetinho do garçom.

É a surpresa, a vontade expressa a se expressar.

O tempo voa, a música me chama, é só dançar.

No fim da noite que mal iniciou, a alegria extravasada, o desejo descarregado, e um novo beijo.

O coração pulsante, o corpo palpitante, a alegria delirante, o cair exaustivo.

O solo contra os pés e os passos apressados.

No despedir da lua, a pele quente, o toque percebido, a intenção é o desejo.

E no raiar do sol, a noite só começando.

Hudson Eygo
Enviado por Hudson Eygo em 07/03/2011
Reeditado em 07/03/2011
Código do texto: T2834013