Um corpo físico mais saudável em sua estrutura vai repercutir, ou já repercute, numa mente melhor ou mais hígida. É o velho lema do mens sana in corpore sana (mente sã em corpo são) também admitindo a seguinte inversão: mente sã para um corpo são.
Porém, tanto uma direção quanto outra dessa sabedoria é só a metade do caminho. O que sustenta mesmo uma saúde completa e integral é a prevalência da saúde crística, que se caracteriza pela ginasticização regular das virtudes morais pregadas pelo Cristo - amor, humildade, caridade, perdão, paz e todos os valores integrantes do kit denominado “Bem Aventuranças”.

 

Em princípio, amar é estender, de si ou através de si, energias melhorativas para os outros, o que se faz muitas vezes inconscientemente ou sob interpretação equivocada pelo receptor, pelo emissor ou por terceiros. Gestos e ações aparentemente pequenas e até desconsideradas como utilidades podem ter funções essenciais no funcionamento da engrenagem da mecânica cósmica. O importante é cada um fazer o seu jogo, ou seja, cumprir papéis afetivos, ainda que a seu modo ou do modo como lhe for destinado. O bom é cada um afinar o instrumento, se predispor a agir e efetivamente agir, sempre que possível, para ajudar, na melhor das intenções, na forma que puder circunstancialmente, seja com pensamentos, palavras e ações. O que mais importa é ajudar, da forma mais adequada para cada momento em que se predispuser a ajudar de fato.

 


Ser humilde é amar a Deus e ao Cristo; é reconhecer que sem Deus na direção de nossos atos, e que sem a cristianização da nossa conduta socioafetiva, qualquer crescimento, quando há, é ilusório e fugaz, e qualquer medida para a saúde e para a cura são sempre bandagens. Só servem, no máximo, para pensar paliativamente.

 


Ser caridoso é amar a si e ao próximo, a partir de qualquer ação que vise à melhoria localizada, desde que essa melhoria contribua, de alguma forma, para uma melhoria ampla e integral, aqui ou alhures, agora ou depois.

 


Perdoar é compreender de cima.

 


Estar em paz é harmonizar-se com os ambientes físicos, mentais, sociais e espirituais enquanto grandezas vibracionais, ainda que se esteja em luta de ascensão diferenciada ou seguindo seu próprio caminho-ladeira, que para uns é uma via crucis, mas para outros, uma via lucis. Depende como cada um se ajoelha de vez em quando, se para clamar apoio, ou se para louvar e agradecer pelo peso da sua cruz.
A chave de abertura inicial para a cura é a tomada de consciência desses meandros e funções cósmicas das doenças, que em verdade são apenas respostas ostensivas da alma contra agressões que sofrera, quer do próprio doente, quer de terceiros e que o doente permitiu somatizar. E essa consciência pode se desenvolver por vários canais além do raciocínio formal cognitivo. Muitas se expandem mais nas mentes simples de pensamento, por canais intuitivos e transcendentais, livres de sentimentos nebulosos.
Se Deus não nos dá consciência (embora dê condições para seu despertamento), Ele também não nos tira a que adquirimos. Com a Consciência, despertada seja em que nível for, nós aceleramos a cicratização da doença na alma. Consequentemente, o corpo físico se curará no mesmo tom, ainda que não para a robustez e força da densificação energética anterior ou pretendida, mas para a fortificação dos órgãos responsáveis pela manutenção da própria vida.
Estaremos prontos para a completa cura integral quando chegar o Tempo de Deus para isso (mesmo que já tenhamos desencarnado em função de uma doença somática, que não se esvai quando mudamos para o território espiritual do planeta). E enquanto esse tempo não chega, ao trabalho!

 


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De tudo se tira proveito. Nada acontece por acaso. Todo carma pode se converter em darma. É clássico.
Certas fragilidades físicas até servem para a manifestação de poderes transfísicos mais ligados à melhoria ampla do ser.
Estando sofrendo de incomodativo mal-estar físico, Paulo de Tarso pediu a Jesus que o curasse, por três vezes, e eis a resposta: “Minha graça basta para você, porque meu poder faz-se perfeito na fraqueza” (Coríntios II, 12:8-9). Nos versículos bíblicos em seguida, vê-se que o Apóstolo dos Gentios curou-se efetivamente, mas não no físico e, sim, na alma. Consequentemente, ainda que persistindo em seu organismo o problema físico, este deixou de ser um incômodo insuportável e deixou de exercer influência na atitude de vida e na emocionalidade de seu portador. Paulo cresceu acima da própria doença, com a pujantização da alegria no cumprimento da sua missão crística. Ele não curou a doença, mas curou-se da doença.
Resolvendo primeiro a nossa animidade (e às vezes também a nossa animosidade), a nossa animalidade (ou fisicalidade) se autorresolve automaticamente, nos deixando em paz ou nos deixando em paz.

 


Um corpo são, ou melhor do que era, pode se re(esculpir) a partir de uma mente sã ou melhorada, naturalmente. Cuidando primeiro de estar de bem com nossa animicidade, vamos estar de bem com nossas animalidades e com nossas eventuais animosidades, que praticamente vão se autorressolver por si mesmas.
Efetivamente, com o poder da mente e a prática dos devidos exercícios, podemos curar e aperfeiçoar os nossos corpos físico, químico e emocional. É a tão propalada autocura.
O poder da mente se adquire melhor quando dividimos o tempo reservado para exercícios também com exercícios não físicos, mas mentais, como a meditação, a concentração, a oração e outras interações vibracionais com energias cosmoterapêuticas. Geram tanta ou até mais serotonina e endorfina do que os exercícios físicos.
Podem vir de grande auxílio a cromoterapia, a musicoterapia, a geoterapia, a hidroterapia, nutroterapia e até uma simples sonoterapia. Isso tudo sem deixar de lado (ou de cima) também a própria intervenção positiva de inteligências médicos e outros especialistas (visíveis ou invisíveis).
Entretanto, é sempre bom não fazermos propaganda enganosa do tipo da anunciada e pré-garantida cura milagrosa igrejística resultante da robustez da fé (e da doação financeira), durante sessões hieroterapêuticas psicoimpactantes. Muitos encontram ali a cura, superficial, ampla ou profunda, de seus males físicos, psíquicos e/ou obsessionais. Mas, doa na crença de quem doer, há debilidades físicas crônicas que resistem a várias intervenções curativas, quer médicas, quer espirituais, quer igrejísticas, quer alternativas ou fisioterápicas, por mais que se tenha fé, saúde e força mentais. Podem, inclusive, ser limitações divino-providenciais para viabilizar habilidades mais profundas do ser, ou para servirem de expiação ou prova para o doente ou para seus conviviais. Nestes casos, a cura sempre virá, mas no tempo certo, na mesma carne, fora dela ou na carne seguinte.
O que mais deve animar o doente crônico denomidamente “incurável” é: a depender da saúde da relação psíquica de cada um de nós com as condições doentias que a vida impõe, o que é uma expiação pode virar uma prova; e o que é uma prova, pode virar uma missão. Mais importante do que curar, é vencer a doença física, com a elevação vibracional da alma sobre ela. Ainda que demoradamente arraigada na ambiência física do ser, a doença vai gradativamente perdendo seu status de fator infelicitador, enquanto vai se desprendendo aos poucos até ir-se embora de vez. E esse é o maior milagre. O milagre das curas que acontecem no tempo certo que foram condicionadas a acontecer. O tempo de Deus.
Quando a doença não encontrar mais respaldo mental para alimentá-la, ela mesma vai embora, “do nada”. Mas, mesmo antes de ir-se sem se despedir, ela pode ficar latente, embrionada, aquietada ou aliviada, o que é a mesma coisa de ter partido. Isso enquanto o seu portador se mantiver num padrão vibratorial acima dela, de bem com a vida, de bem com sua alma, de bem com Deus.
Ademais, uma questão que o Universo também pode levar em conta: com certa doença limitante de explosões físicas e adrenalínicas, se faz ou se deixa de fazer algumas ações. E com a saúde física a cem por cento, o que se faria ou se deixaria de fazer? Deus sabe de tudo, inclusive do futuro certo a partir das tendências decidicionais de cada um de nós, ou com saúde em um nível ou com saúde em outro nível. Nada acontece ou deixa de acontecer por acaso. Às vezes uma doença física é uma profilaxia contra uma doença da alma, de resultados mais danosos para a eternitude do ser.
Todos buscam a saúde. Mas a questão maior é: saúde para quê? Só para se enriquecer de felicidade terrenal? Só para garantir a realização de sonhos mundanais? Alguns a conseguem, mas ou para serem provados, ou porque tiveram créditos anteriores que os fizeram merecer. Porém, na Cosmo-Contabilidade, quem gasta crédito em desperdícios, está adquirindo débito para resgatar futuramente. Por outro lado, quem está pagando débitos, está adquirindo créditos para o futuro. São as partidas dobradas da escrituração evolucional de cada vivente empresário de si mesmo, que é livre para investir, mas não é livre para escolher o tipo de retorno.

 


No arremate: O “mens sana in corpore sano” não é uma premissa multitemporal nem universal, mesmo porque somos constituídos muito mais do que apenas mente e corpo. Moldam-nos também nossas crenças, nossos sentimentos, nossas decisões e todo o complexo de leis universais derredor de nós e dos outros com quem interagimos e que também nos compõem com seus tijolinhos afetivos, cognitivos e de outras energias.
Essa máxima-premissa perfecciona-se mais para as mentes puras, boas, naturais e simples de sentimentos. Já para as mentes complexas, pós-modernas, estressadas e multi-influenciadas por seus próprios fantasmas, vontades insatisfeitas, pesos cognitivos ou sentimentos conflitantes e suas decorrentes influências externas multifrontais intensas, são necessários outros fatores para levar a uma saúde mental e física uniforme. É necessário principalmente amar, o que implica manter-se isento da corrupção física das drogas, inclusive das drogas gustativas, e estender-se para os outros, em forma de luz (afeição, oração, energização) ou em forma de palavras, de favores ou de um pão com manteiga e um copo de mingau bem quentinho na calada da noite sob uma marquise de inverno. Pode-se não ganhar nada em troca, nem um obrigado, mas reduz-se o débito.

 



Josenilton kaj Madragoa
Enviado por Josenilton kaj Madragoa em 17/03/2011
Código do texto: T2854602
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