O verdadeiro iluminante nestes tempos de escuridão e trevas conscienciais ainda é o Cristo, o maior escritor de todos os tempos, o qual asseverou, por intermédio de um de seus ghost writers: "Eu sou a luz do mundo".
O dever nosso é refratar centelhas dessa luz na direção uns dos outros, intersolidariamente, enquanto estradamos na escuridão do caos que zoa na nossa contemporaneidade. É o atalho que todos nós devemos seguir e apontar aos outros, para suavizar a caminhada geral.
 
Às vezes o “pai-nosso” sincero e inocente de um vendedor, para que Deus o ajude a “abrir” sua guia de cigarros de palha em um dia de venda ruim, pode ser mais prontamente atendido do que um rosário inteiro rezado por alguém que quer resistir ao vício do fumo. São vários fatores e regras de três que entram em jogo, inclusive o custo-benefício, a fé, a receptividade vibracional, os graus de conscientização e de conhecimento do certo e do errado, a intenção, o aproveitamento para a saúde pessoal ou de outrem, adequações retributivas ou contributivas ao cumprimento de outras utilidades e finalidades presentes ou futuras de cada satisfação.
Creio que em nossos quereres mundanais apenas para satisfazer nosso ego e nossos caprichos pueris, o Cristo nem sempre adjutora. Entretanto, Ele sempre envida esforços para que despertemos ou ampliemos nossa consciência divina e nos preparemos para alcançar a verdadeira felicidade, que, segundo Ele, “não é deste mundo” (aí incluídos o mundo corporal e o mundo hedônico cheio de vícios, ideologias consumistas, prazeres extasiantes e dessensibilizantes e drogas doces, salgadas, etílicas, fumívoras, inalativas ou injetoras). E o Cristo costuma lanternar a sua luz também na escuridão das sarjetas, nas bocas, nas muvucas, nos ambientes mais sórdidos e pseudofelicitadores. Ele reforça o seu jato de luz justamente na direção dos mais necessitados, incansavelmente, numa esperança infinita de que algum ou outro decaído desperte o seu QC (quociente de consciência) e resolva melhorar sua vida, quer esteja na dimensão material terráquea, quer esteja numa eventual sarjeta invisível em derredor do planeta.
 
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O que é amar no sentido crístico, independente de se ser, ou não, um homo religiosus? O que é cumprir essa ordem imperativa, independente mesmo de sentimentos afetivos?
É uma ordem a ser cumprida por todos, inclusive porque não é nada mais nada menos do que praticar, de forma consciente, a chamada lei universal de doação.
Certamente amar é algo mais concreto do que simplesmente ter querença por alguém (isso, sim, é amor meramente sentimental ou romântico). Conclui-se, dentro de uma lógica evangélica, que o amor crístico, no sentido aqui exposto, é a prática da caridade. Não se trata da caridade meramente material. Não é a caridade confundida só com esmola material, ainda porque tal caridade nem Jesus exemplificou diretamente. [Ele vivia na maior pindaíba, como parte do seu propósito maior de vida, que era inclusive o não apego, exemplar, aos bens materiais (em que pese àquela transformação da água em vinho e àquela multiplicação dos peixes e do pão)]. Amar pode ser fazer qualquer coisa boa e útil para alguém, nem que seja pensar coisas boas em relação a ele, ou simplesmente admirá-lo, da mesma forma como externalizamos nosso amor a Deus inicialmente louvando-o, ou como internalizamos nosso amor a nós mesmos através da autoestima.
A tônica da caridade crística é a caridade segundo a sua acepção etimológica latina caritate. Segundo o Aurélio, caridade, no vocabulário cristológico, é “o amor que move a vontade à busca efetiva do bem de outrem e procura identificar-se com o amor de Deus”. A caridade, assim, é qualquer maneira de agir que faça alguém reagir para melhor. É uma ação evolutiva externa, que pode ser pela via material, espiritual, intelectual, educacional, moral ou afetiva.
Josenilton kaj Madragoa
Enviado por Josenilton kaj Madragoa em 17/03/2011
Código do texto: T2854605
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