Constelações

Preciso escrever, mas as palavras escoam ralas e opacas de mim, que definho o não brilho dessa manhã ligeira.

E corro pra mim, e me afago, e me deixo também.

Não fui o primeiro.

Um beijo de adeus, e a manhã já se foi de mim. Deixando para trás uma tarde quente, que se encerra com a chuva notória lavando a janela.

A água gelada na pele.

O gosto doce da chuva.

E não sei o que escrever, porque as palavras escorrem por entre meus dedos... Mas o sentimento não!

Palavras carregadas de sentimento na noite solitária como só ela mesmo sabe ser, soam como música a meus ouvidos.

E a atmosfera pesa.

Contemplo o céu pobre de estrelas, exibindo a perola lua, como seu ultimo troféu. E percebo que a noite, quando escassa de estrelas se agarra a lua, como eu me agarro a isso, e ambos galgamos o improvável buscando nossa salvação.

O ar gelado, a noite densa, e a vitrola tocando anunciam a hora que chega. Talvez um noite de sono seja tudo o que preciso, talvez uma noite de sono nem seja tudo. Mas por hora, é o suficiente.

Hudson Eygo
Enviado por Hudson Eygo em 07/12/2011
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