Constelações
Preciso escrever, mas as palavras escoam ralas e opacas de mim, que definho o não brilho dessa manhã ligeira.
E corro pra mim, e me afago, e me deixo também.
Não fui o primeiro.
Um beijo de adeus, e a manhã já se foi de mim. Deixando para trás uma tarde quente, que se encerra com a chuva notória lavando a janela.
A água gelada na pele.
O gosto doce da chuva.
E não sei o que escrever, porque as palavras escorrem por entre meus dedos... Mas o sentimento não!
Palavras carregadas de sentimento na noite solitária como só ela mesmo sabe ser, soam como música a meus ouvidos.
E a atmosfera pesa.
Contemplo o céu pobre de estrelas, exibindo a perola lua, como seu ultimo troféu. E percebo que a noite, quando escassa de estrelas se agarra a lua, como eu me agarro a isso, e ambos galgamos o improvável buscando nossa salvação.
O ar gelado, a noite densa, e a vitrola tocando anunciam a hora que chega. Talvez um noite de sono seja tudo o que preciso, talvez uma noite de sono nem seja tudo. Mas por hora, é o suficiente.