A constituição do Estado moderno e sua herança monárquica!

O Estado moderno tem sua razão de ser no povo, todo poder ao povo! Seu exercício, passa a ser realizado a partir de então, através das instituições reguladas por procedimentos pré-definidos e operados por funcionários especialistas para tal. Assim, este modelo de Estado rompe relações com: o divino seus sacerdotes e com a nobreza, e se associa a nova classe social em questão, a burguesia. Esta, para angariar a aprovação popular ao seu projeto, elabora uma ideologia capaz de atender, pelo menos teoricamente, aos anseios também do povo, base indispensável para se fazer a revolução tão sonhada e ousada por sinal.

Agora todos os grupos separados por sua natureza e dotados de direitos desiguais passam a serem vistos como um todo horizontal, composto por cidadãos/as proprietários dos mesmos direitos formais.

Mas a mascara da revolução burguesa não dura muito. A formação do proletariado, após a revolução industrial, onde a população começa a migara do campo para a cidade, em busca de emprego na fabrica, trabalhando longas jornadas diárias a baixos salários, gradualmente vai explicitando a contradição do conceito de cidadania que se definia como única, para ser percebida como plural. A desigualdade se revela, a massa proletária começa a reivindicar a efetividade de seus direitos.

Bem, se uma de suas funções do novo modelo de estado democrático e republicano é o atendimento das necessidades de sua nação, através da elaboração de políticas públicas para a correção das disparidades, necessidades, de maneira a garantir a inclusão de todos/as. Poderíamos refletir um pouco sobre, como o estado brasileiro hoje, tem assistido e atuado junto aos movimentos populares para atender as demandas sociais de grupos distintos como negros/as, mulheres, minorias sexuais, índios e outros no sentido de dar caráter real e não só formal ao conceito de cidadania?