(des) segurança Pública

Me emociono quando vejo o teleférico do Alemão e as demais obras que unem a cidade do Rio de Janeiro (asfalto e favela) e admiro o sistema de polícia de proximidade implantada com as UPPs neste Estado.

Entretanto, desde o início, em conversas com amigos, tenho questionado o modelo de ocupação policial-militar da cidade (e que se pretende para o Estado todo) que amplia o contingente em escala muito acelerada e que aponta para uma espécie de sociedade ocupada militarmente. Há muitas implicações nisso, inclusive de ordem fiscal (como pagar salários decentes a tanta gente sem comprometer o equilíbrio das contas pública?)

Os críticos ferozes ligados à partidos políticos ditos "revolucionários" apesar de admirar o resultado dessa política de segurança atacavam-na por pura mania de falar mal.

Quando há meses passados vimos um grupo de bombeiros realizar um movimento que resultou numa baderna organizada, com quartel invadido e patrimônio público depredado, e que terminou na vergonhosa anistia concedida aos amotinados, falei com meus amigos que aquilo estava errado, pois anistia é algo que se concede a sujeitos que estão vivendo momentos de exceção institucional e que além disso, militares não fazem devem fazer greve, pois seu veículo de comunicação é a hierarquia, fui criticado por populares e amigos.

Para mim a apuração dos fatos deveria levar a expulsão e a prisão dos amotinados e seus lideres, em nome da lei e da ordem pública.

Agora essa onda de greves que se espalha pelo país é a meu ver resultado de não se haver feito a coisa certa naquele momento e os críticos viraram articuladores.

Quando nós cidadãos abrimos mão de nos armarmos para nos defender por nós mesmos e entregamos ao Estado esta tarefa como um dever, esperamos contar com o senso de responsabilidade daqueles que sendo servidores da cidadania jamais se utilizem disso para pressionar a sociedade a obedecê-los.

O direito a reivindicação pertence a todos os cidadãos, (policiais ou não, militares ou civis), mas dentro do estrito limite imposto pela lei e MILITARES NÃO TEM DIREITO A GREVE.

É importante que se tenha clareza que segurança pública é muito mais do que "coisa de polícia" e ordem pública é a situação em que os cidadãos se sentem compelidos a agir com tranquilidade em nome de seus interesses, pois se sentem seguros para a convivência pacífica.