«...»
Começo aqui, numa citação, o meu romance: a tua história, inventada por mim, a nossa história... Quanto à citação, é uma peça, colocá-la-ei na obra em qualquer altura: precisa, única, insubstituível! Terá um lugar à parte, encontrará a parte que lhe pertence e essa será a arte que lhe cabe: ser uma peça à parte.
Imagino hoje o texto para amanhã, hoje, aos poucos, aprendo, tento apreender a arte do romance. Construo a ficção como uma fixação em torno da mobilidade da escrita, fixo-a no centro nu/uno e deixo uma Galáxia una/uma ocupar no Universo essa descoberta física da composição do espaço estelar sideral: siderado, completo a natureza com mais uma obra d_esta p_arte!
Digo-te qual é a citação? Não, deixo o seu lugar: o inicio. Escrevo esse inicio como se fosse um nome, um sinal: sinalizo e nomeio este texto, um completo capítulo, um livro dentro deste romance, uma prova improvável de que o absoluto existe e pode ter um lugar inicial semelhante ao Big-Bang. «...» o texto cresce em todas as direcções e a citação é o nome duma divindade...

«Talvez pudesse dirigir-me a alguma divindade privada, de que conheço a debilidade, mas que, pelo menos, havia de me agradecer por lhe ter dado vida»*
* talvez algum dia o romance exista e exista um leitor para o romance, nesse dia procurarei um autor para a citação (hoje pertence-lhe o mistério que se deve a todas as divindades)


{em FEVEREIRO 2007
http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/366284}
Francisco Coimbra
Enviado por Francisco Coimbra em 03/02/2007
Reeditado em 03/02/2007
Código do texto: T368170