Ciência, tecnologia e culpa


Hoje, tentarei discorrer sobre como podemos ser irresponsáveis quando culpamos algo ou alguém, sem conhecimento de causa. Podemos e muitas vezes encontramos culpas em razões que completamente desconhecemos. Não é diferente em relação à ciência. Muitos acabam culpando a ciência, como se ela fosse causa de culpabilidade, quando na verdade deveríamos culpar nossa fraca, aproveitadora e mesquinha natureza humana, no consumo desenfreado e ganancioso da tecnologia que disponibilizamos para enriquecimento ou “pseudo” simplificação do viver.
 
Jamais poderia escrever algum texto contra a Ciência, ou mesmo contra uma boa tecnologia, simplesmente porque empenho a ambas meus mais sinceros apreços. Será antes um texto de louvor a Ciência, como algo salutar e necessário, Será uma tentativa de mostrar que muitos confundem ciência com tecnologia, desconhecendo sequer que uma pode existir sem a outra, sendo óbvio para mim que juntas criam uma sinergia exponencial, que quando bem aplicada em boa tecnologia, sem a ganancia do enriquecimento fácil, muito podem ajudar a realização do viver.
 
A primeira distinção importante que ousaria tentar expressar é que a Ciência está relacionada ao conhecimento, e a tecnologia a aplicação, não necessariamente da ciência. É verdade que uma boa tecnologia necessita respaldo de uma boa ciência, e cada vez mais a ciência, em especial a experimental, necessita de respaldo tecnológico. Tecnologia está diretamente relacionada a muitas coisas do nosso dia a dia, e é verdade que no geral o investimento no desenvolvimento de tecnologias, está assim relacionado a produção e ao consumo, ou infelizmente ao desenvolvimento bélico. Entretanto existem tecnologias que são aplicadas diretamente na ciência, ou em maquinário médico, ou na própria produção de energia que são essenciais ao nosso desenvolvimento de vida. Tecnologias de usos diários são tantas, que acabamos sequer percebendo como tecnologias, e muitas vezes apenas como artefatos de uso e de consumo: TV, carro, micro-ondas, avião, ar condicionado, celular, caldeiras, motores em geral, moradias, prédios, computadores, vídeo games, tablets, dvd players, máquinas fotográficas, geladeiras, e etc...
 
Uma vez que a tecnologia está ligada ao desenvolvimento de algo “utilizável”, tanto para consumo direto (bens duráveis ou não), como também para pecuária, agricultura ou mesmo alguma tecnologia social, fica a ciência apenas com o domínio e a busca do conhecimento e do saber. A Ciência é simplesmente o conhecimento, aquele conhecimento que busca a verdade e a representação de um campo da realidade, ou se possível fosse, de toda a realidade. A Ciência pode ser teórica ou experimental, mas ela sempre busca, se uma Ciência com “C” maiúsculo, o verdadeiro conhecimento sobre o imanente de nosso universo, ou mesmo mais recentemente a possibilidade de multiversos, entretanto para ser ciência deve buscar a verdade e respeitar toda uma metodologia científica, e em especial deve permitir algum grau de experimentação ou de previsão que possam ser testáveis e mensuráveis para corroborar ou refutar o conhecimento apresentado, contra alguma verdade “imanentemente” possível. Infelizmente a ciência de ponta, aquela ciência teórica, e em especial a física teórica, deixaram de ser algo que respeita a forma naturalmente intuitiva com a qual nossa mente aprendeu a ler o mundo, e estão cada vez mais não intuitivas, alcançando um grau de complexidade e de especialização cada vez mais absurdos. Pessoas normais, como eu e você caro leitor, passamos a ter contato com a ciência teórica de ponta cada vez mais em terceira pessoa, praticamente não mais podemos por nossos próprios meios experimentá-la em primeira pessoa, isto nos obriga a sermos cada vez mais céticos e críticos no aceite destas teorias, posto que muitos, por interesses próprios deturpam, distorcem ou abertamente mentem para justificar suas posições seculares ou religiosas, ou mesmo para defenderem seus interesses pessoais, comerciais ou políticos. Aceitar a nova ciência nos obriga a pesquisar muito mais, e isto é bom, pois nos faz ter contato com muitas novas informações que nos ajudam a melhor entender o não intuitivo, novo mundo, na nova ciência teórica de ponta.
 
A verdade, caminhando passo a passo, acumulando provas, baseada em rigor matemático e científico, demonstrando suas evidências, permite ser modelada, “axiomatizada”, formulada, equacionada, testada, revisada e validada por qualquer um. É lógico que este qualquer um, apesar de em teoria poder envolver verdadeiramente qualquer um, está cada vez mais focado na elite científica que séria e profundamente se empenham em sua jornada pelo saber. Sempre poderei eu, ou qualquer outro, estudar profundamente e me colocar em posição de também revisar e validar qualquer teoria e se for o caso ser mais um a corroborá-la ou refuta-la. Este é o grande filtro da ciência, não basta formular lindas teorias e larga-las aos ventos, é necessário modelá-la corretamente, se possível “axiomatizá-la”, mas sempre formulá-la com o rigor matemático, físico e científico necessário, lançando previsões que possam ser retiradas de sua teoria e assim testa-la. Uma teoria não passará de apenas mais uma teoria, enquanto outros cientistas e laboratórios sérios não a corroborarem ou a refutarem. Cientistas são movidos pela vaidade de aliarem seus nomes as teorias e as descobertas, e se encontrarem falhas nas teorias propostas, farão refutação imediata desta teoria, pois se mostrarão assim cônscios de que descobriram uma falha na teoria e poderão assim fazer nova proposta e quem sabe ter seu nome atrelado a nova teoria, se corroborada por diversos outros pares independentes. A Ciência assim caminha pela refutação, que é para mim o seu mais valoroso filtro, onde a vaidade humana parece ter alguma utilidade prática, trabalhando assim pela Ciência.
 
Como comentado, para a ciência não basta eu, ou qualquer um, afirmar que conseguiu ou descobriu algo de novo, esta descoberta científica necessita ser validada, experimentada, testada, repetível por diversos outros pesquisadores, centros de pesquisa ou laboratórios independentes, sendo aqui que a vaidade humana ajuda a ciência, pois em paralelo, outros cientistas também buscam este conhecimento e tentarão refutar a descoberta ou a proposição. Caso o consigam, a ciência como um todo ganha, pois ao descartar algo como incorreto ou incompleto, sobram-nos menos oportunidades para errar de novo, e assim a corrida na busca de novos conhecimentos continua respaldando os verdadeiros conhecimentos.
 
O problema maior é que a ciência caminhou tanto nos últimos 50 anos que a especialização ficou de tal monta que mesmo para ótimos cientistas de áreas distintas de atuação, aquele conhecimento em si passa a ser de difícil entendimento. Imaginemos então como o será para a maioria absoluta da população. A ciência avançou tanto que começa a parecer para muitos como algo sobrenatural, ou mesmo um monte de loucuras sem sentido aparente. A maioria da população não possui cultura científico-matemática, sendo que em alguns casos a população é parcialmente ou totalmente composta de analfabetos científicos, que o conhecimento de ponta acaba parecendo enveredar-se por caminhos impróprios ou mesmo impossíveis de se acreditar, e este sentimento é reforçado por aqueles que não possuem interesses em que a ciência caminhe. Um exemplo básico disto é quando se tem interesse em desacreditar a evolução frente a crentes sem cultura biológica mínima e faz-se a afirmação de que: “Você realmente pode acreditar que você veio de um chipanzé? É obvio que colocada assim a resposta para o inculto crente seria um retumbante não. A verdade é que nem ele, nem nenhum de nós, veio de um chipanzé diretamente. Nenhuma femea chipanzé, um dia pariu um ser humano, na verdade nem nossa linha evolutiva derivou diretamente de um chipanzé, o que a evolução prega é que em algum momento distante, muito distante no passado, a mais de seis milhões de anos atrás, algum animal simiesco, comum na linha evolutiva do homem e do chipanzé, se dividiu, e por um lado esta linha levou a nosso conhecido chipanzé, e por outro lado, em outro caminho, movido a mínimas, quase imperceptíveis adaptações sucessivas, ao longo destes longos mais de seis milhões de anos, passou por diversos tipos de hominídeos, comprovados por fosseis, e pela genética, chegando assim as duas  últimas espécies: Homo sapiens (nós) e os neandertalenses que desapareceram a apenas trinta mil anos atrás. Assim o chipanzé não é nosso irmão direto, e nem nosso pai direto, seria mais um tipo de primo próximo. Se alguém ainda se ofende com esta ideia, somente posso dizer que sinto pena.
 
Agora, o que me importa nesta nossa conversa é que a ciência é conhecimento verdadeiro e em seu extremo balizado por evidências, provas, previsões, modelos, formulas e equações, balizado também por lógica racional e análise crítica, mesmo que nosso pequeno conhecimento pessoal nos faça ver como ilógico e não intuitivo. A ciência não busca atender nossa limitada mente, não busca reforçar os programas mentais que ao longo de nossa evolução nos fez ver o mundo com os também limitados sentidos que nos proveu, nos fazendo observar o mundo com os limitados olhos dos sentidos e dos processos cerebrais que compõem nossa mente e nossa percepção do mundo externo, natural de um circuito cerebral cheio de falhas, bugs e vícios. A ciência busca apenas a verdadeira verdade (me perdoem esta esdruxula colocação frasal), mas a ciência busca realmente ao conhecimento por detrás daquilo que vemos, percebemos ou imaginamos, sentimos ou acreditamos sentir. A ciência possui métodos e caminhos que podem parecer tortuosos, mas possuem uma direção, e tão logo haja uma refutação de qualquer conhecimento, este é largado e não existe crença desenfreada no refutado, logo será largada e substituída por outro pensar, outro caminhar e outra busca pela verdade tão desejada. A Ciência largará de mão o refutado, o passado, e começar-se-á assim uma nova busca, sejam por novos caminhos, sejam por ajustes no conhecimento refutado, quando possível. Isto por si só é a grande diferença entre crença científica e crença sobrenatural, mística ou religiosa, mesmo com evidências somos meio céticos e buscamos sempre refutar o que conhecemos, onde na crença sobrenatural, mesmo sem evidências alguma, ou algumas bastante improváveis, superficiais ou raras evidências, baseada muitas vezes em sentimentos, desejos e revelações e autoridades, estes crentes são cheios de certezas.
 
Permito-me uma última digressão neste caminhar sobre uma superficial tentativa de demonstrar o que é ciência, para dizer que sim, os cientistas e as pessoas racionais e lógicas, críticas e céticas precisam ter a mente aberta, porem aberta para o que for racional e lógico, e não aberta para o impossível, pois neste caso estaríamos abertos a fraudes, a erros e nossa mente aberta e arrombada estaria assim oca e sem sentido, sendo facilmente vencida por ideias, crenças e teorias sem justificativas científicas e sem representatividade com a realidade que experimentamos, e não somente com aquela que desejamos experimentar ou que gostaríamos de experimentar.
 
A ciência em si não possui relação com ética. Éticas devem ser as tecnologias que possamos construir, criar, desenvolver e implementar com o conhecimento que acumulamos. Éticos devem ser as indústrias, os políticos e os seres humanos que possuem interesses nas tecnologias possíveis. A ciência busca tão somente o conhecimento, ela busca a verdade, e a verdade é por definição aética, a verdade e o conhecimento não possuem valores atrelados, somos nós, os usuários destes conhecimentos, que podemos dar valores e bom uso ao conhecimento. O conhecimento é sempre “avalorado”, a verdade, o conhecimento e a ciência podem no máximo ser valoradas erradamente, pelo mau uso humano dado a este conhecimento por tecnologias danosas a dignidade humana, mas somos nós que daremos uso ao conhecimento e não devemos culpar o conhecimento por si só.
 
Se por fraqueza moral e mental, alguns seres humanos se deixam levar por tentações quando veem meninas menores de idade e chegam a fazer atrocidades com elas, não é culpa do olho que existe para ver, não é culpa das meninas que são verdades existenciais, e sim culpa da mente suja humana que faz mal uso de valores de verdade ou da percepção desta verdade. Não seria pela atrocidade de alguns monstros que deveríamos cegar a todos os humanos ou retirar da superfície da terra todas as meninas, devemos sim, sem piedade ao meu ver, retirar estes animais que fazem mal uso da mente que possuem, ou que por fatalidade possuem uma má mente. O mesmo vale para a ciência, não é justo limitar o conhecimento ou seja a ciência, porque alguns animais fazem mau uso deste conhecimento, devemos sim limitar estes animais, retirando-os impiedosamente de circulação. Sei que estou sendo radical, mas para defender a verdade e a ciência troco minha radicalidade pela sua defesa.
 
Outro exemplo: Eu conhecer meu pai verdadeiro é um fato de verdade, agora o que eu possa fazer com este conhecimento é que passa a ser mensurado pela ética, pela dignidade humana e pelos valores sociais. Sendo eu filho de um ato de amor, ou de um estupro, de uma inseminação artificial, quem sabe no futuro sendo eu filho de uma clonagem, e tendo este pai biológico me abandonado, ou tendo ele morrido em um ato de terrorismo contra seres humanos, ou mesmo tendo ele morrido em defesa de crianças, tudo isto é apenas conhecimento, e somente isto. O uso que eu farei destas verdades é que deve passar pelo crivo da ética.
 
Uma crença científica deve prover hipóteses testáveis, modeláveis, racionalmente relacionadas com o conhecimento estabelecido, ou deve substituir este conhecimento refutando-o em parte ou totalmente. Uma crença sobrenatural, religiosa ou secular (crenças sobrenaturais religiosas [deus, anjos, arcanjos, demônios, espíritos sopro de vida, reencarnação, céu ou inferno e etc..] e crenças sobrenaturais seculares [telepatia, clarividência, percepção extra-sensorial, signos e etc...]), não precisa deste alinhamento, basta-lhe o sentido e a experiência mental particular ou peculiar de alguma autoridade para ter crédito de verdade. Uma ideia científica será alvo de testes, de validações e de refutações, e se for o caso de muita experimentação, somente após este atordoante desafio, feito por diversos e distintos outros cientistas, pesquisadores e laboratórios, com um completo e complexo escrutínio de sua validade físico-matemática, e ser for o caso química, biológica, neurocientífica e social. Cientistas rejeitam crenças até que estas estejam bastante bem provadas ou totalmente comprovadas, por outro lado, os “sobrenaturalistas” aceitam as crenças até que elas estejam total e absolutamente rejeitadas, e mesmo assim, em alguns casos específicos mudam o tom e dizem que é uma questão de fé acreditar, mesmo que cientificamente refutadas sejam suas crenças, desta forma, a principal diferença entre crenças científicas e sobrenaturais, é que cientistas e crentes abordam o problema de pontos diametralmente opostos, quando é necessário ponderar sobre as evidências. O que importa é que é impossível provar a não existência de algo, assim sempre existirá uma brecha para que crentes que desejam acreditar possam se agarrar e continuem a catequisar com a toda poderosa afirmação de que nem a ciência e nem os racionais e muito menos os céticos podem provar que aquela crença em especial não seja possível. Em termos de possibilidade absoluta, tudo poderia ser enquadrado como possível, assim o que importa é que entre possível e verdadeiro existe um quase infinito de distância. Não tenho como provar a não existência da telepatia, da clarividência, do céu ou mesmo de deus, ninguém conseguiria de forma absoluta esta prova, posto que por mais que eu descarte laboratorialmente esta prova, sempre existirá a brecha de que foi mal encaminhada a experimentação, ou mesmo, o mais absurdo, de que não é sempre que funciona, mas eles existem. A prova da não existência absoluta é impossível, mas eu tenho racionalização, ou creio que tenho, para provar que todos os estudos cientificamente relacionados à adivinhação acabaram não dando em nada, e assim por diante. É certo que eu não tenho como provar que um elefante de platina pura pesando mais de 4 toneladas, possa levitar naturalmente, pensar, ler meu futuro, falar comigo, traduzir telepaticamente para uma plateia multicultural um apresentação em latim, pela internet, sem sequer possuir algum equipamento que o ligue a internet, e ainda construir clones vivos do rei leão (aquele do desenho animado) que fala pensa e age como humano. Mesmo não tendo como comprovar absolutamente a não existência deste monstrengo mágico, tenho quase infinitos motivos racionais, lógicos e críticos para descarta-lo naturalmente, mas quando o assunto é a “sobrenaturalidade” que acreditamos sentir, tudo muda...
 
Agora com a tecnologia é outra coisa. Ela pode existir com ou sem ciência. Gosto muito, tentando elucidar esta diferença, lembrar que o desenvolvimento industrial que teve início na Inglaterra, foi começado com uma revolução tecnológica, o uso das caldeiras, e não havia ainda a ciência da calorimetria para tal. A industrialização teve partida em um ato tecnológico, e a ciência que lhe daria aperfeiçoamentos e ganhos de produtividade, com o referente aproveitamento térmico e potencial, veio somente depois. Não sei se ajudou, mas a tecnologia está relacionada a aplicações práticas, de equipamentos, de bens de consumo duráveis ou não, da agricultura, da pecuária e também ao bem estar humano e social. É evidente que a tecnologia possui seus métodos, seus créditos e os seus valores, e que esta tecnologia entrelaçada com a ciência e com um bom uso social e humano produzirá produtos, utensílios e soluções muito mais eficazes, eficientes e dignas para a sociedade.
 
A ciência está para a busca da verdade e do conhecimento, e a tecnologia está relacionada a alguma aplicação, não somente a aplicações materiais, pois pode também estar diretamente associada a tecnologias sociais.
 
Quando culpam a ciência e os cientistas pelo aquecimento de nosso planeta, pela quebra de alguma regularidade climática, pelas guerras, pelas usinas nucleares que vazam, pela bomba atômica, pelos pesticidas, pela industrialização desenfreada, pela robótica e muitas outras culpas, na verdade estamos cometendo um erro absurdo de alvo, nosso “target” deve ser indiretamente a tecnologia e diretamente nossa mesquinha e gananciosa forma de buscar enriquecimento e poder no mau desenvolvimento e utilização desta tecnologia.
 
Somos nós, a população, os investidores e a sociedade, e não a ciência, que damos força e reforçamos ciclicamente toda a tecnologia destrutiva ou potencialmente destrutiva de nosso habitat, de nossa sociedade e de nós mesmos enquanto seres humanos e sociais. Somos nós, os todos poderosos mentais, que arrogantemente culpamos a ciência, quem somos os verdadeiros culpados do atual estado de nosso planeta e das condições antissociais e desumanas em que muitos irmão se veem obrigados a viver, criadas pela nossa ganancia e em muitos casos divididas por preconceitos, com nossos apegos a coisas materiais ou mesmo irreais, e nossa falaciosa fé em um futuro melhor, quem reforça toda e qualquer tecnologia, material ou social que acaba por mais segregar seres humanos, por maltratar nosso planeta e por destruir nossa humana qualidade que nos diferenciaria como seres únicos, nada especiais ou melhores, mas como uma espécie animal bem segmentada.
 
A revolta, a reforma e a culpa devem começar por nós mesmos e pelo mau uso de tecnologia apenas por que atendam nossos interesses de momento. Repensar toda a tecnologia, com olhos mentais verdadeiramente humanos e sociais, deve nos levar a rever toda e qualquer tecnologia, seja esta física, química, biológica ou social, que corroborem os interesses desumanos, ou deve nos tornar ativos e participantes na discussão e na revisão de toda tecnologia que possa nos desmerecer enquanto seres humanos.
 
Podemos até continuar agindo como hoje agimos, não podemos é culpar a Ciência com “C” maiúsculo, o Conhecimento e a Verdade apenas por nossos medos ou interesses em evitar que a verdade e o conhecimento possam vir a tona e botar em risco verdadeiros reinos de riqueza e mentiras, sejam estes seculares ou místicos.  

Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 27/05/2012
Código do texto: T3691299
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