Isso é vida?

Se existisse um boteco onde embriagássemos nossas almas, pagaria doses de reverência à todos. Transbordaria os copos de respeitabilidade e saciaria essa minha sede de integridade.

Tétrico e molestos dias que passo, aliás, sobrevivo nessa falta de dignidade moral, essa extinção de honradez. O que vem de dentro é irrelevante. Os sentimentos pedem autorização para sociedade para serem sentidos . O coração é só mais uma peça elementar de uma máquina humana, um músculo oco no pericárdio que pulsa a sede de afetividade.

O caráter deveria ser constituído pelo conjunto das faculdades emocionais, minha dúvida é: as pessoas não tem faculdade ou são desprovidas de emoção? Embora com duas alternativas, VIVEMOS uma conclusão... caráter definitivamente elas não têm.

E mesmo não sendo credores rematamos os pontos, e já não importa a semente que assentamos na terra, as circunstâncias condimentam e adubam com suas contexturas e arranjos pútridos, sobeja e remanesce para nós o dissabor resignação OBRIGATÓRIA imposta. Nossas PRÓPRIAS fronteiras exigem que suplantamos, e vamos além dos limites cabíveis humanos, tudo questão de subsistência. Preponderamos a nossa voracidade de viver, e é aí que fomenta tamanho vigor de estar, simplesmente estar e permanecer, não mais que isso.

A verdade é que chega uma hora que o relógio impetuosamente te ATROPELA. E se a tua intrepidez e audácia não forem resolutas em desígnios sólidos não há desenvoltura que resista. Descortinamos do fundo da alma um equilíbrio MILAGROSO, um prodígio que a maioria das vezes, arqueja e sucumbido eclode, desabrocha temeridade e brota uma nova semente de esperança. E novamente "debutamos" na vida, ele vem inteirar um ciclo e advertir outro. Alguns se perdem, perdem suas cores pelo caminho e nem sempre suportam continuar desbotados, pegam seus atalhos feitos de sendas estreitas de infortúnios, escuros de cólera e vão no encalço de pegadas e rastros contando respirações quase sem fôlego.

Me pergunto... isso é vida? Para mim todos os dias, uma peleja.

A sensação que tenho é de estar pagando sofridas parcelas o ingresso para um mundo menos cruel e atroz.

zn
Enviado por zn em 09/09/2012
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