De onde viemos, para onde vamos (Quo Vadis) 1ª parte

1ª parte do ensaio:

Titulo: DE ONDE VIEMOS, PARA ONDE VAMOS

(Quo Vadis)

DE ONDE VIEMOS, PARA ONDE VAMOS

(Luiz Pádua)

PRIMEIRO HOMEM

Diz a Enciclopédia Britânica: “Sob um ponto de vista estritamente científico, a vida como se apresenta na terra é o resultado de uma reação em cadeia que, partindo da síntese das proteínas e dos ácidos nucléicos, mediante modificações sucessivas conduz à formação de mecanismos complexos, auto ou heterotróficos, denominados organismos, capazes de se reproduzir e de exercer atividades múltiplas e especiais, não realizáveis por seres de outra origem”.

Noutro capítulo continua a E.B.: “a geração espontânea de microrganismos em infusões de carne fervida foi admitida por J.T.Needham; 3ntretanto, Francisco Redi e Lazzaro Spallanzani provaram que nas infusões de carne fervida não se dava a pululação de germes microscópicos, desde que nelas não penetrassem com o ar, poeiras e germes que contém. Pasteur, com sua célebre experiência de conservação de caldo de carne fervido em balão aberto, mas terminado por um colo em S, afastou definitivamente todas as dúvidas a respeito.

Não se admitindo a geração espontânea, resta o problema da origem da vida na Terra. Para resolvê-lo, H. Richter formulou a hipótese de que germes provindos dos espaços siderais atingissem à Terra transportados na superfície, ou no interior de meteoritos, A esses germes, Preyer deu o nome de cromozoários. Hipótese diversa foi a que elaborou em 1872 o botânico Ferdnand Cohn, à qual o fisiologista Du Bois Raymand denominou de panspernia cósmica; a vida teria sido ou transportada à Terra por partículas extremamente pequenas existentes nos espaços siderais e provenientes de outros astros.

Tanto a teoria dos cromozoários como a da panspernia cósmica procuram explicar, não a origem da vida, mas apenas o seu aparecimento na Terra”.

No entanto, entendemos que a teoria do cientista Ferdnand Cohn, indiretamente também chega a concordar com a teoria de que a vida aconteceu graças aos diversos componentes químicos enviados de nossa Galáxia para o nosso Planeta, quando diz que “a vida fora transportada à Terra por partículas existentes no Espaço cósmico”; isso quer dizer a mesma coisa, isto é: a mesma teoria da “geração espontânea”, vista por ângulo diferente.

Na verdade o que ele quis dizer que a vida fora formada pelos diversos ingredientes químicos enviados à terra pela nossa Galáxia.

Pesquisas em obras especializadas sobre o tema nos demonstram que a tendência geral sempre foi voltada para as concepções descentralizadoras. “Galeno” tomava como unidade vital o órgão (de uso partium); “Bichat” considerou que a vida reside nos tecidos (Anatomia Geral); enquanto com “Schleiden” e “Schwann” a célula passou a ser a unidade vital, (teoria celular) antes de se iniciar com “Piluger” o estudo da molécula viva (Biologia ou fisiologia molecular). Não é só o homem que habita o nosso Planeta, quinquilhões de outros seres vivos nascidos espontaneamente pela Natureza, também nos fazem companhia.

Continente Africano

A África, segundo cientistas foi o primeiro continente habitado pelo homem. A região que cerca a cidade de Joanesburgo é habitada há milhões de anos. Nas cavernas de Sterkfontein, a noroeste, foi encontrado um esqueleto completo de um hominídeo de 3,3 milhões de anos de idade bem como 700 espécimes de Australopithecus africanus, dentre eles Mrs Ples, que tem entre 2,8 e 2,3 milhões de anos de idade. Há cerca de 100 mil anos, a região de Joanesburgo era habitada por nômades.

Mas só em 1060 a.C. que os povos conhecidos como Bantu migraram para a região. Os bantus eram um povo da “idade do ferro” domesticava animais, cultivava o solo, trabalhava com metal, confeccionava potes de cerâmica e vivia em vilas organizadas.

Documentos históricos científicos afirmam: “o Homo Sapiens” foi a primeira espécie do homem a habitar o Planeta. Com o decorrer do tempo ele foi se transformando através de sucessivas gerações no aprimoramento da espécie.

Fóssil do “Homo Sapiens” encontrado na Etiópia, com idade aproximada de 200 mil anos de acordo com pesquisas e análises cientificas. Seria o “Homo Sapiens” uma espécie de protótipo do homem inacabado e em constante evolução, que viria a ser mais tarde o homem moderno.

Posteriormente encontraram outro fóssil humano, cuja idade estaria em torno de 35/40 mil anos. Portanto, bem mais novo que o fóssil anterior de 200 mil anos.

Depois de demoradas análises cientificas do novo fóssil foi constatada várias modificações na sua constituição anatômica, tanto na cabeça como na face e tronco, comparado com o fóssil de 200 mil anos.

Depois de minuciosa análise científica chegou-se à conclusão que se tratava de um homem moderno de semelhanças idênticas as do homem de hoje; Isso quer dizer que nessa época entre 35/40 mil anos, o homem moderno já existia e pronto para habitar a Terra.

EXISTE DESTINO?

Depois de várias considerações sobre a vida do ser humano na Terra, agora temos condições de analisar friamente o tema em questão, veremos se o homem nasce de fato com o destino predeterminado, ou se tudo não passa de mera suposição ilusória, ou ainda se foi “Criação Divina”, ou “geração espontânea da Natureza”.

Se o homem nasce com um objetivo definido em trilha predeterminada, (destino) forçosamente seriamos levados a acreditar que o ser humano foi criado por vontade de um “Ser Divino Todo Poderoso”. Obviamente é difícil de acreditar; caso contrário, só há uma alternativa: Criação Espontânea da Natureza, como já vimos em parágrafos anteriores.

Com base nos estudos sobre o tema “origem da vida”, aparentemente existem apenas duas alternativas: criacionismo, ou geração espontânea. Nesse particular não há exagero afirmar: “se a vida não foi criada, por força circunstancial originou-se espontaneamente”.

Um exemplo da “geração espontânea” são os índios que já existiam nas Américas do Norte e do Sul há milhares de anos, bem antes de surgir o homem civilizado. De onde eles vieram? De outras terras, ou nasceram na própria terra onde vivem? Alguns dizem que vieram da Ásia, ou da África, mas tudo não passa de fruto de imaginações especulativas de alguns escritores, embora há que se considerar que a África cientificamente é o berço do ser humano e da civilização.

Entretanto, ao crer nas especulações sem nexo é o mesmo que julgarmos nulo o raciocínio do ser humano, ou quase nulo, pois ao especular a história do homem sempre há uma desculpa para não afirmar que o Índio seja a conseqüência da “geração espontânea”, ou seja: fruto de suas próprias terras. Neste caso perguntaríamos: se ele veio da África, ou de outras terras, como ele surgiu no mundo?

Tanta desculpa apenas para justificar a existência de um Onipotente. O melhor é parar com isso e encarar a realidade.

Cientificamente não há nada que comprove essas teorias. “Por que o homem primitivo” deixaria a terra onde nasceu para emigrar a outras terras, sem saber pelo menos se elas existiam? Seria obra do acaso? Não acreditamos; também não podiam ser tão burros assim...

Não podemos esquecer também da vida animal e vegetal. Por exemplo: Como surgiu a vida marinha? É claro que a combinação da diversidade das partículas de proteínas e dos ácidos nucléicos e, mediante modificações sucessivas, conduz à formação de mecanismos complexos, auto ou heterotróficos, capazes de reproduzir e exercer múltiplas atividades criando a cadeia celular originando a vida animal e vegetal.

A provar o que dizemos, estão aí os variados dialetos falados pelos indígenas, próprios e diversificados; cada tribo desenvolveu sua própria linguagem para comunicação. Como explicar o surgimento dos mais variados alimentos do ser humano? Se foi plantado, de onde foram colhidas as sementes?

Outro exemplo é a cor primitiva do ser humano, ou seja: Preta, branca, amarela, vermelha; cada raça fora criada em uma parte da terra, diversificada e adequada à sua origem.

A teoria científica comprovada por diversos sábios levam-nos a crer que o ser humano primitivo foi fruto exclusivo do meio onde nasceu.

É absurdamente ridículo considerar que Adão e Eva sejam pai e mãe do ser humano na terra chega a extrapolar o inimaginável; é ridicularizar a inteligência do homem. Nem o religioso fanático crê nessa fantasia sem nexo criada pela Igreja. Julgamos tal conceito demais audacioso; ridículo, errôneo e proposital, pois cientificamente, nada indica que a vida na terra tenha sido criada por uma divindade misteriosa, que só é aceita pelos fanáticos religiosos.

DESTINO

O traçado da linha de vida difere em cada ser humano, causado por várias sucessões de acontecimentos, muitos dos quais alheios à vontade do indivíduo.

Os rumos de cada um são tomados em atendimento a sua vontade subjetiva, originados por uma série de ocorrências e fatos, desviando-se por vezes do seu traçado original.

Esses desvios de rumos nos levam a inesperados caminhos, os quais podem ser futurosos, ásperos ou fantasiosos, muitos dos quais são batizados pelos "destinistas" erroneamente de “destino”.

Porém, por mais paradoxal que seja, há quem acredite que o homem nasce com o destino previamente traçado por uma divindade. Por menor que seja a inteligência de alguém, não há como acreditar nessa teoria absurda e desconexa mesmo acreditando na Divindade.

Qualquer raciocínio mais detido e cuidadoso sobre o tema, certamente chegará à conclusão de que todos os acontecimentos, ou desvios de percurso são resultados de decisões do livre arbítrio. O indivíduo nasce com liberdade de fazer algo, ou não fazer; seguir essa, ou aquela trilha na vida; seu futuro dependerá de suas decisões.

Não obstante, na maioria das vezes ele transforma o seu “livre arbítrio” em “ímpetos mentais” causados pela espontaneidade momentânea de interesses subjetivos, demonstrando total desequilíbrio mental para um perfeito raciocínio. Tal descontrole leva-o às vezes, a percorrer caminhos inesperados não pretendidos.

Evidentemente, não concordamos com a “tese” que o ser humano nasça com a sua linha de vida predeterminada. Não há nenhuma tese que sustente tal teoria, a não ser a religiosidade que prega a existência de um outro mundo. Verdadeiramente, isso nos leva a crer tratar-se de um conceito errôneo que se aproxima de um mito histórico de nossos antepassados.

O ser humano nasce com seu “livre arbítrio”, livre para tomar suas próprias decisões e seguir seu próprio caminho. Não se pode conceber que o indivíduo tenha a vida com um destino previamente traçado; é simplesmente insensato e repugnante à razão.

São vários os caminhos que conduzem o ser humano, um deles pode encaminhá-lo à riqueza, à pobreza, ao equilíbrio, ao bem, ou ao mal.

Para uma mesma questão, diversas são as soluções, pelas quais uma delas pode parecer mais razoável para este, ou aquele indivíduo, em atenção à sua vontade subjetiva.

A lucidez, a sensatez e a fé são ingredientes necessários para escolha da trilha à percorrer. Das mil e uma opções que se apresentam na vida do ser humano, talvez uma delas não seja a mais adequada à sua subjetividade. Dessa forma deve-se levar em conta a questão de sorte, ou lapso de raciocínio para a sucessão de acontecimentos, sem que ele jamais possa se conformar, jogando a culpa no destino.

A verdade é que ninguém nasce com destino traçado; seu final de vida se extingue por várias razões distintas. Uma delas pode ser a causa evidente de uma fatalidade comum, (acidental) através da qual todos nós estamos sujeitos; a outra seria obviamente causada pela deficiência patológica genética, ou ainda pelo envelhecimento natural de suas células.

O livre arbítrio é uma faculdade existente em cada ser humano, que em razão do qual, ele nasce com liberdade de escolha do caminho a seguir. Por exemplo: as drogas estão aí, se drogar ou não, é uma escolha do indivíduo é uma questão de bom senso.

As trilhas a seguir são diversas, no entanto, nem todas que se nos apresentam mascaradas como fáceis de serem trilhadas, são as que nos trarão paz, alegria e conforto. As trilhas mais difíceis de percorrer sempre são as que realmente nos conduzem a um futuro melhor e feliz.

Portanto, tudo indica que somos nós próprios que construímos nosso destino; nós é que o determinamos. Somos os culpados por tudo de bom, ou de mal que possa acontecer conosco. Por isso, jamais devemos chorar ou lamentar por não ter tudo quanto sonhamos.

A vida consiste em altos e baixos, com esforço e trabalho poderemos nos aproximar da meta ambicionada. Temos o ar que respiramos e o mundo aos nossos pés, a vida nos sorri para que a aproveitemos, não importa que não sejamos o número um, importa sim, a alegria de estarmos vivendo. Os erros de percurso são necessários para que deles possamos tirar proveito para os acertos futuros. Todo ser humano comete erro sem deixar de ser vencedor.

A crença na predestinação, ou é ilusão ou uma boa desculpa para os tropeços ocasionados pelas opções inadequadas. No dia a dia, enfrentamos situações tais, que muitas vezes nos obrigam a alterar o modo de pensar e agir, conduzindo-nos ao esquecimento de levar em prática os planos já elaborados para o futuro.

A mente do indivíduo se adapta ao meio onde vive; seu ritmo de vida se assemelha aos demais que o rodeia, influenciado pelo meio cultural pelo qual determina o seu caminho a seguir. No entanto, se ele passar a residir em outro lugar, ou frequentar outros centros desenvolvidos de amizades, ou redutos menos evoluídos, certamente será conduzido a absolver seus costumes, redirecionando sua mente aos hábitos culturais dos membros da nova classe social onde vive.

Automaticamente, a mente do indivíduo adquire novos hábitos redirecionando-o a novos horizontes, dos quais poderão lhe trazer resultados positivos, ou negativos, dependendo do que foi assimilado.

Portanto, diríamos que somos um produto do meio, pois ele influencia no nosso livre arbítrio e nas nossas vontades.

Assim, podemos dizer que nenhum ser humano nasce com o futuro pré-determinado, nós é que o conduzimos, atendendo à nossa vontade e influenciado pelo meio em que vivemos, ou ainda pela qualidade de vida que adotarmos.

Dito isso, entendemos ser muito cômodo jogar sempre a culpa no destino, para o conforto de uma situação incômoda e viver em paz com sua consciência.

Enfrente a realidade, aceite a vida como ela é, não esqueça que ao trilhar o seu caminho você poderá esbarrar em muitos espinhos, ou perigosamente tropeçar em muitos buracos, mas antes de chegar ao final da trilha por certo terá às mãos, macias e perfumadas flores.

(continua) 1ª parte.

Luiz Pádua
Enviado por Luiz Pádua em 25/02/2013
Reeditado em 22/04/2013
Código do texto: T4158586
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