Um breve ensaio acerca do amor

O que tenho carregado dentro de mim são alguns amores, amores que já não existem mais. A maioria de nossas paixões é marcada pelo fim. Mesmo que ainda alguma delas possa vir à tona como um relâmpago que rasga o céu, esses breves relampejos nos causam uma sensação tamanha. Costumo me indagar em alguns momentos em que me estou sentado com o olhar distante, o olhar que disfarça a realidade de uma profunda questão que me perturba. O que eu fiz desses amores? Ou então, o que eles fizeram de mim? São tantas respostas. Intermináveis questões acerca de vários corações partidos. Eu sei sobre tudo isto que a melhor maneira de superar o sofrimento é colaborando com ele. A dor por mais inevitável que possa ser ela favorece para que possamos superar nossos medos e incertezas acerca de nós mesmo. E por que sofremos? Você apenas sofre e diz nas muitas vezes que sofre porque perdeu alguém que amava muito. Muitos acreditam que esta é a resposta correta mesmo que seja cliché. Entretanto nós sofremos porque quando amamos vemos o outro como uma parte que se assemelha muito com o nosso “eu” como se outrem fosse uma extensão daquilo que desejamos e então, quando não mais possuímos a nossa outra parte, ficamos aturdidos como se algo em nós morresse e por isto o sentimento de perda se assemelha com a própria perda de alguém que tenha realmente falecido. Sempre nos tornamos algo novo quando nos relacionamos com alguém e essa relação é intensa, nessas inúmeras metamorfoses sempre nos transformamos naquilo que o outro deseja. Porém, quando estamos sozinhos novamente, nós em muitas das vezes não nos encontramos rapidamente, a sensação de estar perdido é às vezes muito forte que nos coloca em xeque. O relacionamento verdadeiro será aquele em que ambas as partes desejam apenas o amor um do outro, amor que entrelaçado não desata. O sentimento puro é aquele que não deseja mais nada. Se há necessidade de algo novo, esse amor não é completo. Não tenha medo de amar, ame intensamente, mesmo que já tenhas sofrido, ame.

Guilherme Cesar Meneguci
Enviado por Guilherme Cesar Meneguci em 28/05/2013
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