SAGA DE HERÓIS

SAGA DE HERÓIS – NOSSA HISTÓRIA, NOSSO TESOURO.

Peça de 01 ato.

07 Cenas

Cena 1

Todo o palco no escuro. Voz do narrador ecoa no escuro. Ao começar a falar sombras começam a se movimentar no palco: são os personagens da 1ª cena, ainda no escuro

NARRADOR – Nossa história é um berço de heróis. Rica e bela. Convido-vos a mergulhar neste mundo de sonhos e aventura. (Musica de fundo forte e vibrante. Para a música e volta o narrador) No século XVII, nos Montes Guararapes, escrevia-se uma das mais belas e empolgantes páginas de nossa história... Acendem-se as luzes e vê- que as sombras são: André Vidal de Negreiros, João Fernandes Vieira, Henrique Dias e Filipe Camarão.

Entra um General holandês e entrega a espada a André. Está de cabeça baixa. Derrotado.

General – Rendo-me à bravura de heróis. Um general batavo reconhece um bravo!

André (devolvendo a espada ao general) – Tome e leve de volta sua honra. Só queremos nossa terra livre! (toca-se uma estrofe do Hino de Pernambuco, apaga-se as luzes do palco e todos retiram-se no escuro enquanto a música toca. Novo grupo toma o lugar do primeiro)

Narrador - Conseguimos derrotar o batavo invasor. Plantamos a semente de nossa Pátria nas terras dos Guararapes. Nesta mesma época florescia nas matas da serra da Barriga onde hoje é o estado de Alagoas: Palmares! Incomodava a Coroa Portuguesa aquela terra de liberdade. Palmares berço de heróis! (Volta a música forte. Acendem-se as luzes. Os vultos se tornam visíveis)

Zumbi – O cerco desse veio barbudo, tá deixando nosso povo com precisão e com muita fome no buxo. Dá prá aguentar não...

Ganga Zumba – Meu sobrinho, um ômi macho morre, mas num se rende!

Apagam-se as luzes e os dois se retiram. Novo grupo se forma na escuridão. Música de fundo.

Narrador – Após um cerco que durou três anos os mercenários paulistas do bandeirante Borba Gato (o véio barbudo) vencem e destroem completamente a vila dos Macacos: capital do Quilombo dos Palmares. Matam todos os homens adultos e escravizam mulheres e crianças, que haviam nascido já livres!

A semente plantada na serra da Barriga a mais de cem anos, começa a frutificar nas terras das Gerais e em 1794 a Pátria, nascida em Guararapes, se firma ali.

Juiz – Pelo nefando e horrível crime de sedição, sois condenados a serdes pendurado pelo pescoço até a morte. Seu corpo será partido em cinco pedaços, que serão espalhados pelos principais caminhos das Gerais, etc. etc.

Tiradentes (Alferes Joaquim José da Silva Xavier) que está com um negro forte ao seu lado como segurança segurando a corda que está em seu pescoço – Protesto!!

Juiz estupefato – Protesta coisa nenhuma!! Você não é advogado. É dentista!!!

Tiradentes – Protesto contra esta falação! Vamos ao que interessa! (e vira-se para o público, olhando por sobre a plateia com ar visionário) Se dez vidas eu tivesse, dez vidas eu daria!! (O escravo levanta a corda como a enforcá-lo. Tiradentes tomba a cabeça de lado. Está morto!) Apagam-se as luzes música de fundo. Novo grupo substitui o que sai, na escuridão.

Narrador – Nada, nem ninguém conseguem apagar a bravura da gente brasileira. Trinta anos depois, no berço da Pátria: Pernambuco ouve-se novamente o grito da liberdade. Estamos em 06 de março de 1817!

Brigadeiro português (Barbosa de Castro) – Estás preso por traição!

Leão Coroado (Capitão José Barros de Lima) – Nenhum portuga me levará preso. Toma! – Saca da espada e fere mortalmente o Brigadeiro.

Narrador – Nasce uma das mais belas histórias de nossa pátria. Durante 75 dias Pernambuco foi República e foi livre do jugo português! 75 dias gloriosos! Uma semente plantada e regada com sangue de heróis, nossa liberdade viria às margens do riacho Ipiranga, nas terras de São Paulo, no dia 07 de setembro de 1822. Nosso regente voltava de Santos. (Acendem-se as luzes do palco. Pedro I está acompanhado de dois dragões, e está tomando água quando chega o mensageiro esbaforido e entrega-lhe uma mensagem. Pedro I lê a carta e tem um surto de irritação e explosão de raiva)

Pedro I – As Cortes de Portugal pensam que estão tratando com quem? Eu sou o príncipe Regente! Como ousam ameaçar devolver o Brasil à posição de colônia e obrigar-me a voltar para Portugal! Acham que vou voltar para Portugal como um cão medroso!!?

Narrador – Em meio à ira Pedro toma um caminho sem volta... (enquanto o narrador fala. Pedro caminha nervoso de um lado para outro, mal se contendo de ira).

Pedro I – Não é isto que eles querem? Então que seja! (desembainha a espada e levantando-a para o alto grita): INDEPENDENCIA OU MORTE!

Os dragões levantam suas espadas e gritam alto: INDEPENDENCIA OU MORTE! (apagam-se as luzes e o grupo é substituído pelo próximo)

Narrador – Ouviram, do Ipiranga, às margens plácidas

De um povo, heroico, o grito retumbante.

E o sol da liberdade em raios fúlgidos

Brilhou no céu da Pátria neste instante!

Narrador - Novamente a liberdade estava sendo sufocada e no berço da Pátria: Pernambuco nasce em 1823, a Confederação do Equador. (Hino de Pernambuco)

Coronel – Pelo crime de lesa pátria, vós Frei Caneca do Amor Divino foste condenado a ser pendurado pelo pescoço até a morte! (vira-se para o carrasco e arrogante dá a ordem) – Escravo enforque a escória!

Escravo (cabisbaixo e balançando a cabeça) – Posso não, sinhô...

Coronel (no auge da fúria) – Fazei o que eu mando e sereis livre, homem!

Escravo (balançando a cabeça) – Quero ser livre não, sinhô... (e sai de cena) Quando escravo sai apagam-se as luzes do palco e outro grupo substitui o atual. Música hino da república.

Narrador – Três carrascos negaram-se a enforcar o herói! Foi, então, escolhido entre a guarnição, de origem portuguesa, um pelotão que executou Caneca por espingardeamento no pátio da Fortaleza das Cinco Pontas. Morre o herói, nasce o mito! Os anos se passam e o Brasil cresce forte e respeitado entre as nações do mundo. Um Império poderoso e consolidado, no entanto o Destino é implacável. O Paraguai acorda e se espalha em direção ao Brasil... Vamos ver páginas escritas com dor, e heroísmo nos pampas e nos rios do sul. Riachuelo é nosso exemplo mais forte. (luz no palco)

Almirante Barroso está em pé pensativo. Entram dezesseis marinheiros trazendo os corpos do Imperial Marinheiro Marcilio dias, do Guarda Marinha João Guilherme Greenhalg, do Capitão do Exército Pedro Afonso Ferreira e do Tenente Feliciano Inácio Andrade Maia. Mortos da batalha, colocando-os no chão defronte ao Almirante.

Almirante – O heroísmo de homens como vocês: Guarda Marinha João Guilherme Greenhalg, Imperial Marinheiro Marcilio Dias, Capitão Pedro Afonso Ferreira e Tenente Feliciano Inácio Andrade Maia. Grava fundo em nossa alma o amor por nossa Pátria. (Hino Fibra de herói). Apagam-se as luzes e troca-se o grupo.

Narrador – Durante a Batalha do Riachuelo tombaram vários brasileiros, dentre eles o Guarda Marinha João Guilherme Greenhalg, o Imperial Marinheiro Marcilio Dias, o Capitão do 9º de Infantaria Pedro Afonso Ferreira e o Tenente Feliciano Inácio Andrade Maia, também do 9º. Tombaram na abordagem da nau Parnayba pelos paraguaios em defesa do pavilhão nacional. Uma das mais marcantes páginas de nossa história. Uma nódoa, no entanto continuava a manchar nossa memória, mas a grandeza de nossa Família Imperial daria um fim a isto através de D. Izabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Gonzaga de Bragança, nossa princesa Izabel, regente do Império do Brasil. Estamos em 13 de maio de 1888.

(Izabel está na escrivaninha escrevendo, defronte a ela alguns escravos acorrentados. Enquanto a princesa escreve eles cantam: LÊ LÊ LÊ, vida de negro é difícil...)

Isabel (lendo a folha que acabou de escrever) – Declaro extinta escravidão no Brasil! (Os escravos gritam LIBERDADE! E quebram as correntes)

Narrador – Liberdade! Liberdade!

Abre as asas sobre nós!

Das lutas na tempestade

Dá que ouçamos tua voz!

O Império Brasileiro agoniza... Mas isto já é outra história!

FIM

PERSONAGENS:

1. Narrador

RESTAURAÇÃO PERNAMBUCANA

2. André Vidal de Negreiros

3. João Fernandes Vieira

4. Filipe Camarão

5. Henrique Dias

6. General Holandês

QUILOMBO DOS PALMARES

7. Zumbi

8. Ganga Zumba

INCONFIDENCIA MINEIRA

9. Tiradentes

10. Juiz

11. Carrasco

REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA

12. Comandante Barbosa de Castro

13. Capitão José Barros de Lima

GRITO DA INDEPENDENCIA

14. D. Pedro I

15. Mensageiro

16. Dragão 1

17. Dragão 2

CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR

18. Frei Caneca

19. Coronel

20. Carrasco/escravo

BATALHA DO RIACHUELO

21. Almirante Barroso

22. Imperial Marinheiro Marcílio dias

23. Guarda Marinha João Guilherme Greenhalg

24. Capitão Pedro Afonso Ferreira

25. Tenente Feliciano Inácio Andrade Maia

26. Marinheiro 1

27. Marinheiro 2

28. Marinheiro 3

29. Marinheiro 4

30. Marinheiro 5

31. Marinheiro 6

32. Marinheiro 7

33. Marinheiro 8

ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA

34. Princesa Isabel

35. Ministro

36. Escravo 1

37. Escravo 2

38. Escravo 3

39. Escravo 4

40. Escravo 5

41. Escrava 1

42. Escrava 2

43. Escrava 3

44. Escrava 4

45. Escrava 5

Total dos personagens na peça: 45 personagens.