Nossa "imprensa" e a futilidade pública

Cada vez que abro o site do Estadão, deparo com uma “notícia” de relevância ímpar; “Félix vai vender hot dog”; “Aline trai César com Ninho”; “Bruno e Paloma se separam”; por aí vai.

Mesmo se tratando de nuances dum folhetim de péssimo gosto, amor ao lixo, eu diria, a coisa é dada como se notícia ao invés da deletéria, desavergonhada e fútil, locomotiva da alienação da “Máquina de entortar homens”.

Entretanto, algo de absoluto interesse nacional, como o bombástico livro de Romeu Tuma Júnior, “ Assassinato de reputações- Um crime de Estado” é ruidosamente ignorado pelo site, bem como o G1 das organizações Globo. Não tive tempo para pesquisar outros, mas, salvo a honrosa exceção da Veja, pouco ou nada se fala, das sujeiras colossais feitas pela turba que descansa na Papuda, e seus colegas; mesmo o Prócer maior seria informante da Ditadura quando sindicalista.

O “modus operandi” para destruição de reputação de adversários políticos, que eles consideram inimigos, “coincidentemente” se verifica nesse preciso momento, no caso da CPTM, que denunciam a torto e a direito, com vergonhoso envolvimento do José Eduardo Cardoso, o Ministro militante.

O Estado instrumentalizado a serviço de um partido trabalha a todo vapor para solapar os valores republicanos e democráticos. No caso da Siemens, mesmo com fontes obscuras divulgam às pressas; caso haja ilícitos a coisa pode atingir outros estados administrados pelo PT; porém, apenas São Paulo, parece interessar aos destruidores de reputações. Sim, esses factóides recebem generosos espaços na mídia.

As denúncias de Tuma Jr. têm assinatura, fotos, e ele se dispõe a ser ouvido no Congresso; provar o que diz. Mas, são sonegadas como se inexistentes. A maior parte da imprensa já está “Bolivarianizada”, a ponto de só publicar o que interessa ao “cavalo do comissário”.

Enquanto os bolsafamiliistas são drogados com “notícias” de novelas imbecis, essa corja de assaltantes dos valores e liberdade democrática vai crescendo qual a “bolha assassina” que quanto mais devorava o que encontrava, maior ficava.

Instrumentalizaram até mesmo o Supremo indicando Ministros com laços reconhecidos com a dita causa. Esses tentam aprovar o financiamento público de campanhas por caminhos tortuosos e inconstitucionais. Quem disse que cabe ao STF legislar? Aquele Tribunal é precisamente guardião da Constituição, ou, ao menos, deveria ser.

Mas, ao arvorar-se em poder legislativo usurpando a função do Congresso Nacional vilipendia às duas instituições. Uma por extrapolar funções, outra por ser desrespeitada. Ainda que a democracia esteja nos lábios desses mentirosos quando discursam, seu modelo é mais cubano que republicano.

Basta ver como são assalariados o médicos daquele país que cá trabalham para saber como se preza a liberdade, na ilha dos Castro. Aliás, Raul recebeu a honraria de discursar no funeral de Mandela, um homem que deu sua vida pela liberdade e igualdade entre os povos. Alguém poderia entender o sentido disso? Dizem que o “tradutor” para o idioma de sinais “falou” apenas uma palavra que fazia sentido: “Socorro”! O resto era um conjunto de gestos desconexos. Acho que ele era um profeta. Se um Castro pode falar em tal ambiente, por que os gestos precisariam sentido, senão para pedir socorro?

Na mesma semana que um programete do PT trazia as gabarolices dílmicas de um grande aprofundamento nas questões de saúde, o Globo repórter mostrou a realidade. Mas, as pessoas ouvem discursos; notícias, as da novela bastam.

Como concluímos que o financiamento público é mais justo? Baseado em qual argumento? Aristóteles disse, com absoluta razão, que a pior forma de desigualdade é considerar iguais aos que são diferentes; na prática será isso que o tal sistema fomentará.

Ora, partidos são entidades privadas, não estatais. Quem disse que meu imposto deve servir para patrocinar gente que defende coisas diversas das que acredito? Que cada partido convença com os argumentos que puder aos seus doadores, e preste contas de modo transparente. Que ninguém seja forçado a patrocinar Feliciano, Bolsonaro, ou PT, se discorda da atuação dos tais. Aliás, que seja banido de vez o marketing, os filmes de mentiras que tanto custam e nada acrescentam exceto engano. Que se institua o voto distrital, para que as devidas campanhas sejam localizadas, o que diminui custos também.

Enquanto a plebe de Banânia ocupa seus dois neurônios com futilidades, uma vera nuvem de gafanhotos devora valores, fatos, instituições… até mesmo a história é maculada por seus longos voos.

Já que eles gostam tanto de “verdade” que sejam banidos na próxima eleição, e instaure-se uma comissão mais atual; nem será preciso muita argúcia para encontrar o lixão debaixo do tapete; bastará seguir o curso do chorume que ele produz. Somos um país continental, e sempre será possível ampliarmos a Papuda, uma vez que haverá excesso de contingente.