COGUMELO NO CÉREBRO

Soam os sinos!

Os metais choram;

São ecos de advertência.

Querem tocar as peles,

Compartilhar a dor.

Não podem;

Estão suspensos.

Todos estarão pendurados;

Portando a mesma viseira de sempre,

Quando o mundo assumir a fraqueza

De uma luz tímida.

Então sepultarão a paz!

Esta paz tinha cor?

Todos os pássaros procuram o seu ninho,

Um melancólico e artificial eclipse acontecerá.

O coveiro reside no castelo;

Seus súditos, amarrados a cordas tecidas pelo Ego.

Todas as flores serão vermelhas e amarelas;

Sem aroma, apenas cor e espinhos.

As "Torres da Fé" entoarão coros fúnebres,- luto.

O peçonhento pó, o homem, voltará as narinas

Do Criador ou da Natureza.

Supérfluo será o desejo de querer estar vivo.

Seremos mortos.

Éramos uma fileira de sentenciados e condenados;

Condenados em nome da liberdade outorgada;

Imposta pelo Senhor coveiro do castelo.

Maldito o projeto, maldito todo o escopo e esquadro

Onde foi forjado o Homem-desumano.

Tudo transcorreu sem alteração, banido de qualquer

Alteração na inspiração inicial - Gênesis duvidosa -

Não sabemos nem saberemos ao certo,

De onde veio ou para que destino rumará

O poema imundo que o homem escreveu em seu coração.

Pedro Simao Rocha Matos
Enviado por Pedro Simao Rocha Matos em 07/01/2015
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