COGUMELO NO CÉREBRO
Soam os sinos!
Os metais choram;
São ecos de advertência.
Querem tocar as peles,
Compartilhar a dor.
Não podem;
Estão suspensos.
Todos estarão pendurados;
Portando a mesma viseira de sempre,
Quando o mundo assumir a fraqueza
De uma luz tímida.
Então sepultarão a paz!
Esta paz tinha cor?
Todos os pássaros procuram o seu ninho,
Um melancólico e artificial eclipse acontecerá.
O coveiro reside no castelo;
Seus súditos, amarrados a cordas tecidas pelo Ego.
Todas as flores serão vermelhas e amarelas;
Sem aroma, apenas cor e espinhos.
As "Torres da Fé" entoarão coros fúnebres,- luto.
O peçonhento pó, o homem, voltará as narinas
Do Criador ou da Natureza.
Supérfluo será o desejo de querer estar vivo.
Seremos mortos.
Éramos uma fileira de sentenciados e condenados;
Condenados em nome da liberdade outorgada;
Imposta pelo Senhor coveiro do castelo.
Maldito o projeto, maldito todo o escopo e esquadro
Onde foi forjado o Homem-desumano.
Tudo transcorreu sem alteração, banido de qualquer
Alteração na inspiração inicial - Gênesis duvidosa -
Não sabemos nem saberemos ao certo,
De onde veio ou para que destino rumará
O poema imundo que o homem escreveu em seu coração.