Zero hora e trinta e seis minutos

Só mesmo não tendo o que fazer para contar o tempo a essas horas. O escritor, o poeta, escreve o que pensa, mesma uma bobagem. Os pintores pintam algum rabisco e fazem um quadro. E vale muito dinheiro se for um pintor famoso. Mas, se for um escritor amador, quem dará valor algum a uma besteira dessas?

É porque o sono foge e fico diante do computador de toalha, apenas, curtindo as muriçocas com preguiça de deitar. Ah! De toalha, mas vestido. Quem está com preguiça de deitar sou eu e não as muriçocas.

O som do ventilador do computador parece ser muito barulhento dado o silêncio da noite. As teclas do teclado é o som mais gritante que ouço e parece que falo em voz alta ouvindo meus pensamentos.

Assim paço a noite e não me atrevo a abrir o livro "Eurico, o presbítero" de Alexandre Herculano. Lido 9 dos 29 capitulos.

Às vezes gostaria de ser Werther e seu amor platônico por Carlota, menos para me matar, claro. Ou seria Simão de AMOR DE PERDIÇÃO de Camilo Castelo Branco, quando morre na prisão por seu amor Tereza que havia morrido de amor por ele, uma espécie de Romeu e Julieta. Esses namorados loucos e presos aos caprichos dos pais.

Graças a liberdade ninguém ama mais, ninguém fantasia mais. É a vida dos infernos que temos.

CARLOS JAIME
Enviado por CARLOS JAIME em 23/02/2015
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