Ser rico é pecado?

Não, a riqueza é um dos muitos talentos dados por Deus. Não é pecado para um rico viver segundo os confortos proporcionados por sua fortuna. Não faz sentido que o fosse: os que fazem discursos em favor dos pobres, não exigem justamente uma vida digna, com acesso aos confortos da modernidade? Por que, então, os ricos, deveriam abdicar destes? Como um talento que é, a riqueza precisa ser usada com sabedoria e inteligência. Deus não nos dá um talento para ser usado apenas em benefício próprio. Não é lícito, portanto, que o dom da riqueza seja utilizado segundo os critérios da avareza e egoísmo, mas antes para o avanço da obra e na ajuda aos menos favorecidos.

“A Bíblia não condena o rico porque é rico; não declara que a aquisição de riqueza é pecado, tampouco diz que o dinheiro é a raiz de todos os males. No entanto, como os outros dons de Deus, a posse de riqueza traz o seu quinhão de responsabilidade, e suas peculiares tentações. A riqueza só é uma posse perigosa quando posta em competição com os tesouros imortais. É o amor ao dinheiro que a Palavra de Deus denuncia como sendo a raiz de todos os males. O dinheiro, em si, é o dom de Deus aos homens, para ser usado com fidelidade em Seu serviço” (Ellen White, Conselhos sobre Mordomia, 2007).

Deus distribui dons a todos os que o querem servir. É também verdade que alguns desses dons são mais simples e modestos em aparência, mas não em importância. Pessoas que possuem esses dons, portanto, tendem a não valorizá-los, por acharem menos importantes, sendo tentadas muitas vezes, a se deixarem levar pela inveja e improdutividade: nem fazem nada e ainda reclamam dos que fazem, seja desvalorizando os que se dedicam as atividades de menos destaque, seja criticando os de maior talento. Não raro, se sentem injustiçadas e perseguidas. Este, no entanto, não é o caso do dom aqui tratado. Talvez o dom da riqueza – geralmente associado a outros dons como o de uma bem sucedida administração de negócios, grande capacidade inventiva, profundo conhecimento científico e talento artístico – seja o que, entre todos, chame mais atenção. É talvez por isso, ser muito comum na classe rica, uma presunção de sabedoria, uma confiança exagerada em seus próprios passos e decisões. Tal comportamento é resultado dos seguintes fatores:

1. O conceito errado de que a riqueza não é um dom de Deus, mas fruto apenas do esforço e sabedoria humanos o que, portanto, faz de seus portadores pessoas mais capacitadas que as outras.

2. O bando de bajuladores que se formam em torno dos ricos, prontos pra reforçar o conceito acima.

É inevitável que nas pessoas que assim pensam, surja a mentalidade de que estão liberados para praticar determinados pecados que, portanto, são pecados apenas para os pobres. Se contribuem para a caridade, então, acham que já expurgaram todos os seus pecados. Por serem ricas são mais racionais, realistas, frias e seguras de si e, com toda evidência, não se “deixam levar” facilmente, pois, se assim não o fossem não teriam o dinheiro que tem. Então, se sentem a vontade para “desnecessariamente gastarem dinheiro em divertimentos que somente perturbam a mente e lançam o fundamento para a corrupção dos costumes; o mundo é hoje amaldiçoado pela ávida avareza e pelos vícios de condescendência própria dos adoradores de Mamom” (Ellen White, Conselhos sobre Mordomia, 2007).

“ É quando o homem prospera, quando todos os seus semelhantes falam bem dele, que ele corre especial perigo. Há perigo na concessão de ricas dádivas ou de palavras de elogio aos agentes humanos. Os que são agraciados pelo Senhor precisam estar constantemente em guarda para que o orgulho não brote e obtenha a supremacia. Devem seus irmãos adverti-lo fielmente dos perigos; pois, se entregue a si mesmo, será propenso a cometer muitos erros, e revelará as fraquezas humanas” (Ellen White, Conselhos sobre Mordomia, 2007).

Diego Ludvig
Enviado por Diego Ludvig em 24/03/2015
Reeditado em 24/03/2015
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