amarras.

amarras.

me sinto livre das amarras, que tentam prender o tempo todo.

eu não sei se darei conta de andar fora deste trilho que fora traçado.

cambaleio, por entre esse fio da navalho que ando, mas vou.

cada dia tenho a certeza de que se fazer requer um desfazer.

requer quebrar com velhas coisas.

requer as lágrimas do rosto e o sorriso mais profundo.

requer o silêncio, o anonimato, requer estar só e requer também

estar com você.

e o outro, e outro ainda.

soltar das amarras pede atenção redobrada ao que vem do espírito,

ao que bate na alma,

ao que sopra na mente,

ao que envolve o coração.

se ver liberto do temerário, requer uma loucura qualquer.

requer saber amar. requer saber se ausentar.

ainda que sinta falta do que havia, soltar das amarras requer o risco

de caminhar.

as amarras que me pareciam dar segurança,

não as quero mais, portanto estou a me arriscar.

sem saber direito como fazer as coisas.

sem saber na verdade o que devo fazer.

mas isso não é problema, pois acredito que ninguém também saiba.

somos um todo a improvisar, nesta vida de amarras,

que tentam nos envolver, nos segurar.

paulo jo santo

zillah

Paulo Jo Santo
Enviado por Paulo Jo Santo em 09/05/2015
Código do texto: T5236480
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