Mundos em um mundo.

Sentado em um banco sombrio de um jardim,

Uma cigarra, solitária, cantava altameira,

Distante, entre as palhagens de uma linda palmeira,

Ao vento, ecoando a sua bela canção!;

No ritmo daquele cantar suave, insistente

Parecendo uma mensagem à um grande amor

Aquele sentimento de saudade, de dor,

Cantando com a alma e o coração.

Era um dia de primavera, em fresca aragem,

No jardim, as flores exalavam os seus perfumes,

Desde as mais silvestres, sem menor queixumes,

Empolgadas, brilhavam febris a natureza,

Envolvidas apenas no luxo de suas quimeras,

Indiferentes a qualquer outros sentimentos,

Sem pensarem que, o céu em seu firmamento,

Ilumina a todos com a sua beleza.

O cantar, é uma prece, um balsamo salutar,

Remédio para muitos males que aflige o coração!..

Feliz quem canta! por amor ou vocação!;

Eleva a alma ao amor fraternal;

O mundo é o nosso palco, nossa escola, nosso mestre;

Cada qual em seu espaço, e maneira de ser;

Quanto a relação e o modo de ver,

depende do espirito, da sua origem sideral.

Óh! Linda cigarra! continue sempre cantando!

O mundo é assim, esse teatro, esse asilo;

De emoções diferentes, no mesmo trilho;

Sem dúvidas, inconscientes de seus paradeiros;

Uns cantando, outros sonhando,longe de despertarem

nesse mar de fantasia, de falsa ilusão,

Onde o egoísmo, esse vorás vilão,

Destrói toda paz e o amor verdadeiro.

Valmy
Enviado por Valmy em 30/05/2015
Reeditado em 12/06/2015
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