Paginas soltas.(Eu olho tu olhas)

Senti frio,um frio que vinha de dentro pra fora,nesse momento já não via mais nada...olhava apenas pra dentro,revirando os meus pensamentos e os sentimentos se misturavam...caminhava?ou andava?sei lá!...

Uma grande tela se abria a minha frente,e o que eu via?uma duas,quantas ruas a minha frente surgia,e ai aparecia de lá de cá...gente...gente...gente!

Bem lá no final de outra rua,que se abria como leque,vejo um menino pequeno,esperto!falante! perguntei seu nome e ele se abriu num sorriso...tinha um geito brejeiro,e me acompanhava na caminhada.

Já tinha mudado a rua,era outra bem diferente,também barulhenta,cheia de crianças de todo o tamanho,meninos,meninas,gatos ,cachorros,risos ,gritos ,berros...um mora ali outro aqui,mas esse menino era diferente,falava muito,contava fatos...suas alegrias,tinha uma mãe,uma irmãnzinha linda como ele,mas tímida,calada e que sorria triste,e também um irmãozinho que a pouco havia nascido.morava com a avó,pulava de um lado pro outro,numa alegria só.

Fiquei observando,olhando...Por quanto tempo?dias ? meses,nossa! já se passou um ano!

Naquela rua eu ia e vinha,tinha uma casa que parecia festejar alguma coisa todo final de semana,morava lá um casal bonito,a moça morena sorridente...e ali sempre tinha gente...gente...gente.

Suas crianças...e a aliança que no seu coração brilhava.Queria casar no papel,assim dizia.Família?há! isso já tinha,e já pensou que grande festa daria?

__menino!!! ouvi chamar,ou melhor dizer gritar!

O pequeno menino lá de longe,olhou,e vi seus olhos entristecer...

__Já vou!falou.

Mulher magrinha,que gritava,esbravejava e batia...e que também só olhava e não via...

__Não fui eu ,foi ela...uma criança gritou,e ai a rua se agitou.

Crianças corriam de lá,corriam pra cá.

Quando surgiu colocando ordem,fazendo desordem,aquela mulher com voz forte,dominadora,e que escandalosamente tomava a postura de guerra.

Olhava tudo e não via nada...e de repente a rua ficou vazia...silenciosa...só a mulher gritava!

__"vamo pô orde no galinhero"!

Olhei em volta,e não vi gente,só percebi algumas galinhas que ciscavam e comiam,e que eram da mulher magrinha...essa havia entrado e olhava pela "brexa"do portão.Achei graça !como todos olhavam e nada viam.

Era simpática aquela mulher guerreira,seu sorriso quase infantil,parecia que brilhava enquanto afagava uma daquelas crianças!

Fui andando,passando,caminhando lentamente e vi naquela mulher um coração valente...