DESCONFORTOS
As vozes das ruas são apelos contínuos,
um alarido que ensurdece os ouvidos
de quem deveria ouvir, de quem deveria conter-se.
As vozes ensurdecem, fazem acordar,
fazem renascer; emergem-se do calor
e do frio, ambos os estados incomodam.
As vozes são livres em si mesmas;
dentro de cada indivíduo,
o pensamento é livre.
Pensar na paz, sonhar com a liberdade,
são atos indestrutíveis.
Um só homem tem a capacidade de aprisionar
a paz e a liberdade.
Nesse estado mental, livre dos muros,
das cercas, dos diques, das valas e dos túmulos.
O homem forja o destino; desatina-se nos enganos,
desenganados, cria um novo tipo paz.
Ele ainda é incapaz de sustentar-se em equilíbrio.
...
Pedro Matos