A Concreção da Poesia

Poesia vem do grego “poíésis”, cujo significado é “formação” ou “criação”, tanto quanto, “ação de fazer algo”.

Poema também vem do grego, cujo termo é, “poíema”, que significa, “o que se faz”.

Poeta, da mesma maneira, tem sua origem no grego “poietés”, que significa, “aquele que faz”.

Por assim dizer, poesia, poema e poeta têm ligação direta com uma ação, “fazer”. “Poesia ou poema são feitos pelo poeta que os faz.”, assim diz o poeta.

Apesar de suas etimologias remeterem à ação de fazer, não há como explicar a poesia, porque ela simplesmente não se explica, mas se sente. De maneira que à poesia não se pergunta por quê...?, mas para que...?.

A poesia é para ser sentida, não para ser explicada.

Portanto, o poeta não diz, “eu explico a poesia”, mas “eu sinto a poesia”.

Nesse sentido a poesia tem um significado puramente imaginário. E esse sentido abrange outro sentido, o de nos dar a liberdade de introduzir a poesia nas demais outras categorias da Estética, ou seja, Cinema, Teatro, Pintura, Artes Plásticas, Dança, Música, etc.

Então a poesia deve ir além de seus próprios limites, aliás impostos pela métrica clássica.

Imagine um filme cuja linguagem nasça de versos e estrofes, ou simplesmente dum roteiro rimado.

Isso ainda é pouco, pois podemos elevar o conceito de poesia por exemplo, ao nível geométrico, onde se pode conceber equivalentes geométricos às palavras.

Disso se obtém uma poesia lidimamente geométrica.

Isso possibilita até mesmo a concreção dessa poesia!

Ora, se estamos falando de configurações desenhadas em duas dimensões ou bidimensionais, caracterizadas pelo comprimento e pela largura, essa mesma configuração em sua bidimensionalidade dá-nos a liberdade de torná-la tridimensional, caracterizada pelo comprimento, pela largura e pela profundidade.

Pois bem, tendo conseguido a tridimensionalidade da configuração, isso dá-nos a possibilidade de concreção dessa mesma configuração.

Portanto, podemos perfeitamente usar dos nossos cinco (5) sentidos para definir tal objeto.

Pode-se perceber suas sensações de temperatura, extensão e consistência pelo tato; perceber sua coloração, formato e tamanho pela visão; a distinção de seu cheiro pelo olfato; a captação dos sons que se pode produzir pela audição; e até mesmo a distinção do seu sabor pelo paladar.

Se se usar da Termogeometria, podemos perfeitamente chegar a isso, ou seja, usarmos dos cinco sentidos para a poesia como objeto físico, descobrindo sua temperatura, extensão e consistência pelo tato, incluindo aí o seu peso; o seu cheiro pelo olfato; a captação do som da poesia pela audição, ou o tipo de timbre que se pode tirar dela; o seu próprio sabor pelo paladar; porque temos a estrutura física da poesia, que sim, apresentar-nos-á a sua própria forma, apesar de estar inserida, a priori, no campo do abstrato, que, justamente por isso nos oferece infindáveis variações dum corpo unitário, principalmente, como é o caso aqui, de se tratar da palavra.

Binho Laranjeira
Enviado por Binho Laranjeira em 04/11/2015
Código do texto: T5437552
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