Por quê existem coisas fora do tempo/espaço?

A primeira resposta para esse questionamento veio de Sócrates. Antes dele todos buscavam as respostas no que viam ou sentiam. Sócrates ensinou que (1) as ideias existem e elas são (2) imutáveis e (3) atemporais. 

(1) Existem, pois se o que vemos são apenas formas, então a comunicação seria impossível: se eu vejo uma cadeira e chamo ela de X e vejo X, mas de tamanho diferente, eu deveria chamá-la de outra coisa além de X. Agora aplique isso a todas as milhares de coisas que existem: cada qual com um nome ou número diferente. Sócrates entendeu que vemos apenas a Forma, mas não aquilo que realmente É. Mais tarde Aristóteles complementou com a famosa frase: Nem tudo que Aparenta ser, É. O que vemos são formas, mas a compreensão só é possível devido a noção que temos das ideias. 

(2) Se a Ideia de cachorro diz X. Então X é a ideia de cachorro (princípio da identidade). Se eu acrescentar Y na ideia de X, tu concordas comigo que não será X, mas XY? É simples. Por isso argumentos como "Espaguete Monstro" ou o "Dragão Invisível na garagem" são falhos. No final eles estarão atribuindo propriedades da ideia de Deus nestes entes, o que já não o tornaria mais os entes iniciais, mas Deus. 

(3) Para algo mudar é mister tempo. Podemos chamar de causa/efeito ou metafísica. Já estabeleci que uma ideia não muda, mas a prova definitiva de que uma ideia é atemporal está em: 2+2=4. A ideia da soma básica, da geometria e de qualquer vertente da matemática nos mostra como a ideia é atemporal: Ninguém as criou. Elas existem por necessidade, como formas geométricas, verdades absolutas. Se uma ideia não existisse a priori, então ela nunca poderia ser pensada, mas pensamos em coisas. 

Existe diferença entre o Deus do Velho Testamento e o Deus do Novo Testamento?

Algumas pessoas constumam se questionar sobre isso: O Deus do antigo testamento jogaria pedras em Maria Madalena como estava previsto na Lei Mosáica. Por quê ele não jogou? O Deus do velho testamento matava crianças, porquê Jesus não fez nada disso? 

Embora a forma descrita entre Jesus e Jeová possa ser diferente, isso não significa necessariamente que ambos sejam diferentes ou que mudaram. Eu posso escrever sobre X de uma forma QWE n'um livro, mas no livro  seguinte escrever acerca de X apenas os atributos WE ou QE. Embora a forma de tratamento tenha mudado, também não se segue que Deus é mutável; caso fosse isso conflitaria com a própria ideia de Deus, o que o anularia. Voltemos a X: X no meu primeiro livro gosta de agir de forma X' e X''. No meu segundo livro, agora ele age, mas não sempre, de forma X''. Seu julgamento moral e ético mudaram? Não, ele tem seus motivos para ocultar a forma X'. 

Jesus disse ao seu público em Mateus 23(vou resumir): Eu tenho pena de vocês, pois sofrerão mais do que as pessoas de Sodoma,que era infiéis de alma. Vocês tiveram contato comigo, me viram fazer milagres, mas ainda não creem? Me digam? Como vocês irão escapar do inferno, agora? (Ele os sentenciou ao inferno). Há outros xingamentos, mas o fato é que o mesmo ódio que Jesus proferiu é análogo com Deus no Velho Testamento. O motivo pelo qual Jesus não matou diretamente tem a ver com a Teologia Pactual. Em suma seria: Deus decretou Adão como representante dos homens, ele falhou e então Deus renovou o pacto com Noé, e ele falhou. Até chegar em Jesus. Nesta mudança de pactos Deus sempre vai se ocultando, mas deixando sua revelação cada vez maior, até vim Jesus e concluir. 

Sobre Madalena, ele não a apedrejou pois ninguém adultera sozinho. Era justo, e a lei previa isto, que o outro também estivesse presente. Ele não estava, por isso Jesus interveio. 

Nossas noções de ética/moral/conhecimento advém de nós mesmos ou de algum ser transcendente?

"Toda a verdade é verdade de Deus" St. Agostinho. 

Alguns pensam no relativismo como "solução" para os problemas das categorias citadas. Ou até mesmo no subjetivismo. É comum defender "meias verdades" hoje em dia. 

A ética e moral são quase a mesma coisa. É bem fácil de confundir ambos. Já o conhecimento é mais complexo, porém vem antes da ética e moral, pois para definir ética e moral é preciso conhecer. A defesa de como conhecemos algo se resume em três: Empirismo, Irracionalismo e Racionalismo. Existe um quarto método chamado Dogmatismo. 

O Empirismo diz que conhecemos pelas sensações. O Irracionlismo afirma que as coisas não podem realmente ser conhecidas, e o Racionalismo afirma a Razão pura. Cada uma dessas três epistemologias estão erradas:

Empirismo: Um defensor do empirismo diria que nosso conhecimento advém dos sentidos, mas o quanto eu devo sentir para afirmar que a minha sensação é condizente com o objeto da minha sensação? Essa é uma pergunta crucial. Um outro problema insolúvel que o empirismo encontra se chama: Problema da Indução. Toda conclusão empírica é generalização a posteriori. Por exemplo: Eu vejo 51 de 100 sujeitos e verifico que eles possuem cérebros, então concluo que todos os 100 possuem cérebros, mesmo sem ter checado-os. 

Irracionalismo: Eles dizem que o conhecimento é impossível, e o questionamento sobre esta base epistemologica é: E seu axioma é verdadeiro? O Ceticismo é auto contraditório. 

Racionalismo: Ele também segue o mesmo erro do empirismo: Se temos a pressuposição X, então o conhecimento é justificado. Temos, então, o conhecimento, então X é correto. Um outro questionamento é: Todo o conhecimento é possível? O Racionalismo afirma algum tipo se solipsismo, impossibilitando todo o conhecimento da realidade. Hegel resolveu este problema, mas com isso concluiu que não existe o Eu, mas apenas o Espírito Absoluto. O Ser individual fora extinto. 

Em resposta as três epistemologias, temos o dogmatismo, ou racionalismo cristão. Ele nos diz que o conhecimento advém da revelação de Deus. Deus nos revela diariamente cada conhecimento através de ocasiões que Ele mesmo cria. 

Com isso em mente, o problema da moral e da ética poderiam ser resolvidos com simples modalidade. Cada um tem uma noção de justiça e bem, porém é válido perguntar (e isso é ética): Como eu sei que determinada ação é justa? Por quais parâmetros eu posso definir o justo e o bom? (epistemologia). Os três sistemas clássicos de epistemologia são falhos, porém o dogmático possui respostas objetivas, pois ela se baseia na bíblia: Sendo a bíblia a palavra de Deus, e sendo Deus verdadeiro, é logicamente aceitável. 

As pessoas seguem ou deixam de seguir certas condutas por causa da sociedade? 

Não. Embora a sociedade tenha um certo peso, a decisão final para qualquer julgamento tomado será do homem. É ele quem determinará qualquer uma de suas ações, caso contrário cairíamos nos problemas lógicos da culpabilidade social: Como eu posso ser culpado, posto que faço parte da sociedade, de um crime que não cometi? 

Elas tomam ações baseadas naquilo que acham justo, mas como elas justifiariam a Justiça? Esses termos não são meras aleatoriedades criadas pela filosofia.  

É válida a moral do Antigo Testamento?

É válida pelo fato de Deus ter determinado a moralidade do homem. Posto que ele é o criado, cabe a ele definir o que deve ou não acontecer. O que deve ou não ser abolido; o motivo pelo qual a moral do velho testamento foi o que foi se baseia naquilo que Deus achou justo. Sendo ele a própria Justiça, então todos os seus decretos são justos por natureza. Ainda que seja bizarro, se Deus definiu uma ação como justa, então ela é justa. 

Posso atribuir vários predicados as coisas? 

Não. Isto é impossível. Sendo X, X, então X' ou X'' não são X, mas outra coisa além de X. Se Deus possui a Perfeição, então nada mais pode ser acrescentado ou tirado. 

A filosofia e a observação dos fenômenos conhecidos do universo sustentam a ideia de um Deus bom?

A filosofia defende a ideia de Deus como uma entidade boa. No meu texto eu não defendo, embora n'um outro eu defenda, a existência de Deus. Minha preocupação é com um argumento moral clássico. Agora, como a filosofia define Deus?

A filosofia define algo pela ontologia; estudo do ser. Podemos trabalhar cada ser de acordo com as propriedades fornecidas pelas ideias. Por exemplo: Um Alien é possível? As propriedades de um alien implicam n'uma contradição? 

Vamos pegar Deus: Ele é definido como um ser perfeito e a perfeição são todos os predicados no seu grau máximo. Isso torna a ideia de Deus auto contraditória? Por exemplo: É possível ponderar a ideia de um triângulo-círculo? Obviamente não. Um triângulo possui três lados, enquanto o círculo não possui lados ou "todos os lados'. É uma ideia impossível, mas ser perfeito implica em algo do tipo? 

É um equívoco afirmar que Deus não é bom -estou admitindo que Ele não exista para ser didático- pois a sua ideia inclui a bondade. 

Uma observação dos fenomenos nunca conclui nada, como expliquei com o problema do empirismo. Eu devo observar quantas vezes para saber que estuprar é errado ou bom? Eu devo sentir exatamente o que para concluir o que é certo ou errado?  

O dogmatismo é uma questão de fé ou É a Fé racional? 

Toda a fé é racional. Não há irracionalidade no dogmatismo, muito pelo contrário: Pregamos o princípio da não contradição; a base da lógica. Defendemos a certeza do conhecimento mediante as ocasiões onde Deus a revela. O que é a Fé? A Fé é a confiança em Deus, e o que é Deus senão a Verdade?  Logo, o dogmático acredita na Verdade e trata o estudo de Deus como o Estudo da Verdade; nesse sentido a Lógica e a Fé são a mesma coisa. 

Vejam bem; O sistema dogmático começa desta forma: 

A bíblia é verdadeira. Como eu analiso esta proposição? Pelas Leis da lógica ela deve ser axiomática: Ela deve ser auto justificadora, ou seja, deve conter todo o conteúdo para explicar a realidade. A bíblia fornece isso. 

*deve ter alguns erros ortográficos, mas isso não é relevante a princípio. 
Krabat
Enviado por Krabat em 13/12/2015
Reeditado em 14/12/2015
Código do texto: T5479157
Classificação de conteúdo: seguro