Donald Trump "Tupiniquim"

Escrever sobre esse assunto acabou virando clichê, mas vou tentar dar outra conotação ao tema.

Desde o final das eleições municipais, até agora, recentemente, com a “surpreendente” vitória do Donald Trump para a Presidência dos EUA, fiquei pensando e tentando entender um pouco alguns dos resultados eleitorais que pude estar próximo e acompanhar.

Para esse entendimento, o primeiro ponto que levei em consideração é o fato de atualmente vivermos a época das redes sociais! Facebook (a maior), Instagram, Snapchat, Twitter, LinkedIn, Google+, FlickR, Hi5, MySpace, Par Perfeito, Tumblr, Bebo, Foursquare, Friendster, o falecido Orkut (onde tudo começou!) …. Ufa (já listei 15… vamos lá…. só mais 5) ….. Pintrest, WeChat, NamoroOnLine, POF, DivinoAmor..... cansei! Isso sem falar dos apps como whatsapp, viber, telegram, waze e outros.

O conceito de networking hoje é levado tão ao extremo que tudo, absolutamente tudo, virou tema de rede social. Locais cibernéticos onde as pessoas expõem, sem a menor censura, sem o menor cuidado e (às vezes) sem o menor pudor, sua vida pessoal absolutamente toda!

Se a pessoa casou, publica na rede social! Se não publicar, logo vem o questionamento: tá querendo esconder de quem?

Se teve filho(a), publica na rede social! Se não publicar, imediatamente questionam: ué, não quer mostrar seu(sua) filho(a) por que?

Enfim, se você faz ou deixa de fazer algo e não publica na rede social, logo aparece alguém querendo saber o motivo pelo qual você simplesmente não quis dar satisfação da sua vida, como se isso fosse um “pecado mortal”.

Daí surge o que chamo de “cobrança social” que acaba levando pessoas a publicarem até quando vão almoçar o e que estão almoçando!!! Que horas acordam, onde estão viajando a passeio, o carro que tem, fotos com a família toda, o estilo de vida .... informações tão pessoais que atualmente a Receita Federal Brasileira está usando o facebook para saber se o estilo de vida da pessoa é compatível com a declaração do IRPF.

E vou além disso: para muitos os “likes” do facebook viraram termômetro do tamanho do apreço que as pessoas têm por elas! “A métrica do querer bem”!

Aí eu me pergunto: que carência é essa?

Francamente, o que essa necessidade de exposição e aprovação traduz? Qual o motivo que empurra o crescente e cada vez maior megaexposição nas redes sociais?

Na minha modesta opinião, que sou engenheiro de sistemas e computação, não tenho formação na área de humanas, o fenômeno psicológico subjacente às redes sociais é uma imeeeensa lacuna emocional, cujas causas são as mais diversas: falta de dinheiro, frustrações variadas com a vida .... enfim .... tristezas causadas pela falta de controle que muitos gostariam de ter nas dimensões incontroláveis do nosso eu e do nosso ser.

Obviamente as redes sociais tem aspectos imensamente positivos, mas esse tema será discorrido em outro texto brevemente.

E agora, voltando ao nosso tema inicial, qual a surpresa então na eleição de uma pessoa como o Donald Trump? Nenhuma! O cara é o ícone que representa o sonho de muitos: bilionário, dono de si (ou jocosamente “louco” se preferirem), inteligentíssimo, com uma tremenda personalidade e não está nem aí para o que falam ou pensam dele! Resultado: o cara foi eleito Presidente da – ainda – maior potência mundial.

E nós, aqui, Brasileiros ..... hummmm ..... preparem-se!!! As eleições de 2018 estão logo ali e aqui no Brasil também temos nossos “Donald Trumps tupiniquins” ... vide o resultado das eleições para Prefeito em algumas das nossas capitais !

Que Deus nos proteja!