DEUS: O PRINCÍPIO E O FIM, O ALFA E O ÔMEGA- ''EU SOU AQUELE QUE É''

''Se Deus não existe tudo é permitido''. Essa frase pronunciada pelo escritor niilista russo, Dostoiéviski, sendo anunciada por um dos seus personagens principais no livro ''os irmãos Karamazóv'' (mais especificamente, escrito no final do século XIX em meio aos avanços da ciência, na decadência das velhas monarquias e no ápice da exploração do homem pelo homem), serve como ponto de partida para um pensamento existencial que:

1- Tanto busca o sentido último de uma procura que anseia uma relação mais profunda com Deus, possível através da fé incondicional em seu imenso amor (que foi excelentemente demonstrado por Cristo na cruz), ou ainda, possível mediante a experiência que fazemos do seu balsâmico consolo que serve como um amparo contra as misérias, os enganos e os desgostos da vida, no qual o próprio homem é responsável;

2- Quanto, por outro lado, para o pensamento existencial de Sartre, onde, nessa visão um tanto ousada, tudo é permitido, quando o que está em jogo são os nossos projetos que construímos. Sendo assim, busca tirar do coração do homem qualquer desígnio ou providência que nos dê condições de trilharmos o verdadeiro caminho que nos conduz para a bem-aventurança com o auxilio de um discernimento temperado pela sabedoria divina.Enfim, na perspectiva desse pensamento, a onisciência de Deus é desmerecida, desconsiderada e desnecessária, pois o que importa mesmo é o que o ser humano faz de sua existência, portanto busca invalidar qualquer mandamento e conhecimento supra-sensível que extrapole os limites de nosso ser.

Mas podemos sentir seguros num mundo onde tudo é permitido? Podemos sentir seguros e confiantes num mundo onde todas as inverdades são válidas e, o que é pior, onde todas as ações são equivalentes? É possível haver justiça perene num mundo desgovernado pelo cetro da justiça, e também desprovido de um dsígnio maior, como por exemplo, DEUS?

Pode haver liberdade num mundo onde apenas, e tão somente, existe a mísera governança dirigida por homens repletos de ganância e maldade contra o próximo? É possível construirmos os nossos projetos mais sublimes em meio a tantos outros projetos que são capazes de arruinar a humanidade? Enfim, é concebível praticarmos ações que possam servir para toda humanidade, onde o que impera é a hegemonia do efêmero e da competição incessante entre os homens?

Muitos querem ser o messias da era era moderna, ou mesmo, os profetas da salvação do homem...Mas ao professar mentiras e tantas insanidades, o homem dia após dia cria instrumentos que podem acabar com a vida no planeta; e se os aviões foram criados para dar condições do homem conhecer os céus, capacitando o mesmo para encurtar as distâncias, hoje em dia são capazes, já está na ordem do possível (e com todas as demais armas de guerra) de aniquilarem cidades e vilas inteiras, sem a menor chance de sobrevivência para quem clama por falsos deuses...Pois quantas preces não se perdem enquanto são entoadas no vazio, haja visto a arrogância e a iniquidade que prevalecem no coração petrificado dos iníquos e de homens tão perversos, de homens imbuídos por uma sede de sangue e vingança?

O pensador, jean Paul Sartre, que viveu no meio das grandes guerras mundiais, na era da dissolução dos valores absolutos, nega qualquer essência que precede a existência dos homens, ou seja, os indivíduos são responsáveis pelas nossas ações e escolhas que tomam durante a vida, haja visto que, segundo a visão desse pensador influente, não há qualquer divindade que guie os homens pelos caminhos que trilham; os daseins, de fato, estão sozinhos e tendo que arcar com a responsabilidade pelo seu modo de ser.

Em outras partes, o pensador da existência vai dizer categoricamente que: os homens estão condenados à liberdade, porém sem que haja qualquer desígnio que oriente e ilumine os mesmos ao longo da vida..Tudo o que é realizado, continua Sartre, é resultante de uma escolha singular do indivíduo (Mesmo que decida não escolher, ainda assim está escolhendo não escolher. Sartre vai chamar esse modo de ser de má-fé) Ainda segundo essa visão de mundo, entre tantas escolhas possíveis, na qual o seres humanos estão desamparados, é inevitável que a angústia emerja inexoravelmente!. O pensador também vai dizer que os indivíduos não só podem fazer o que quiser (pois não há uma verdade universal), mas também, ao mesmo tempo, estão sujeitos sempre a arcarem com a responsabilidade pelas consequências de suas escolhas.

Não posso deixar de esquecer que na era de grande dissolução dos valores absolutos que infestou no seio de nossa sociedade, o herói de Nietzche, ainda no século XIX, proclama a morte de DEUS, uma expressão que irá influenciar o pensamento ateu de Sartre, de Cioran e, ainda mais a frente, de Michel Onfray, esse ateu militante com sua filosofia impregnada de materialismo.É o homem acreditando no ocaso e no eclipse dos absolutos, o homem acreditando ser o senhor absoluto do cosmos, da verdade e da vida...Mas quanto mais quer fazer triunfar seu saber solitário e mundano, mais a degradação produzida pela guerras, pela fome e pelas doenças- e que atinge em cheio as civilizações- tem se proliferado, dizimando os defensores dessas premissas dissolutas, criadores sem igual das utopias insanas e miseráveis que ameaçam um dia se consolidarem pragmaticamente em nosso ''adimirável mundo novo''.

Mas nunca, num mundo tão contaminado pela depressão, pela angustia e pelo tédio da falta de sentido, por mais paradoxal que seja, os seres humanos tem recorrido a DEUS como nos dias de hoje. É cada vez mais frequente a busca desesperada por salvação, um apelo que surge na mais profunda vala de cadáveres vivos, embora a dúvida seja preponderante na vida de muitos indivíduos.

É no apelo de socorro diante de um oceano de catástrofes, é na busca de consolo diante de tantas revoltas e de tanto sofrimento, que a possibilidade do divino emerge nas situações mais desesperadas e desesperançadas da vida; ou ainda, nas situações-limites onde o nada se mostra tão insustentável, que muitas vezes é preciso urgentemente buscarmos e clamarmos o único nome que nunca irá nos desamparar... Um tal SER supremo que, na sua infinita bondade, pode nos salvar do abismo, ou ainda, que pode nos salvar da morte de todos os dias.

Entretanto, querer provar a existência de DEUS é tão insano quanto querer provar a sua inexistência, ambas atitudes denotam ausência de fé e uma insegurança quanto a própria crença em valores absolutos. Mas enquanto no primeiro caso há uma corajosa insistência que ainda persiste gritar no íntimo, no segundo caso há uma resignação quanto a verdade e, sobretudo, uma aceitação fracassada do relativismo histórico. Aliás, esta concepção já está por demais impregnada no âmbito das ciências da natureza e do espírito, de tal forma que muitos intelectuais com sua arrogância fundam suas ideias num alicerce frágil e inconsistente.

No coração de todos os que descansam nos braços do altíssimo, no coração de tantas pessoas insatisfeitas com tantas inverdades, prevalece uma sede incontrolável por justiça e pela presença do que É, ou seja, pela presença desse ser que nunca morrerá, onde o prevalecimento do seu amor e de uma paz que reina para todo sempre, marcam a vida de todos os crentes em Jesus Cristo. Tendo consciência disso, almejamos não a paz criada pelo decreto de homens ambiciosos, habitantes das grandes sociedades impregnadas de interesse e de ingratidão, mas antes uma placidez irradiada pelo príncipe da paz, Jesus Cristo (sendo o único que pode salvar o homem da miséria espiritual!).

O DEUS que se fez homem, é o principe da paz e fiel cordeiro: o único que é amigo verdadeiro de todos os que clamam por misericórdia e justiça... Portanto, só ele é a certeza da salvação...mas quanto aos ídolos criados pela cultura, não só estão fadados à morte, quanto não dão garantia de salvação, ou seja, pelas suas bocas não há garantia e certeza de absolutamente nada!

Envergonhar-me do que escrevo e expresso, portanto, sería tão absurdo quanto viver nesse mundo desapegado de tudo, por essa razão declaro e professo minha fé, na certeza íntima de que não é o homem, o mesmo que se autoarruína ou autodestrói, que pode salvar a humanidade de sua derrocada, mas tão somente a verdade que liberta, a verdade contida nos ensinamentos daquele que morreu para salvar a humanidade dos seus pecados! Pois, como já havia sido dito por DEUS uma vez a um dos seus maiores profetas: -'' EU SOU AQUELE QUE É!'' .Há também belas definições como o ''Alfa e o Ômega'', o ''princípio e o fim'' , definições expressas que emergem para iluminar nossos caminhos no que se refere ao saber que podemos ter a respeito desse SER supremo que reina para toda a eternidade.

Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 28/12/2016
Reeditado em 15/04/2018
Código do texto: T5866020
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