O SER É A MÁQUINA DO SENTIR

Fico com Sócrates, filosoficamente: "Só sei que nada sei...". Rogo não te iludas que tudo sabes. Em verdade, como venho dizendo de há muito, sou apenas um “condenado ao pensar”. É este o maior desafio que se me apresenta. Até aceito que possa vir a ser, para alguns, um inspirador de atos e ações projetados pela palavra, e isto me basta. Esta a missão: instigar para que o poeta-leitor reflita sobre a matéria da vida. Essa tem sido a principal ideia e, quiçá, a contribuição realmente válida. Apenas devolvo, com alguns aportes pessoais, o que venho aprendendo com os irmãos de condenação. O mundo me parece melhor quando a humanidade possui, a cada momento histórico, um maior grupo de seres pensantes: aqueles que podem tornar o mundo melhor para um maior grupo de criaturas. E estas não necessitam ser somente humanas. Porque o Homem não está sozinho no universo. Para mim, o Absoluto (Creador) parece ter dado ao seu semelhante (criador), a missão de elevar-se a um patamar maior de evolução. Rendo-me à humanidade imaginando que o Verbo se fez carne para postergar a memória e render tributo à luz que alumbra e se faz estranhamento. O arauto do Novo se distingue porque nele resta rediviva a voz do Absoluto. Embora seja necessário ter olhos e ouvidos para reconhecer o que há de novidade na escuridão e o que é possível luzir entre ela e o mundo dos fatos. A palavra Verdade sempre tem vários sentidos.

MONCKS, Joaquim. A VERTENTE INSENSATA. Obra inédita, 2017/21.

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